Esse é o 4º vídeo da série “Ateu Henrique X Cristão Renato Romão”. Uma série em que analiso algumas afirmações do cristão Renato Romão presentes no debate ao vivo com o ateu Henrique. Esse debate rendeu um vídeo com duração de 3 horas, 58 minutos e 54 segundos, encontrando-se à disposição de qualquer pessoa nos canais de Ismael Oliveira (o intermediador) e de Henrique.
No tempo de 10 minutos e 30 segundos, referindo-se ao deus hebreu, Henrique diz ao cristão Renato:
“(...) Ele faz tantas coisas, andar sobre as águas, não sei o que lá. Manda estuprar criança, matar criança, matar mulheres, matar animais.”
E o cristão Renato se manifesta assim:
“Tá bom! Então, vamo lá! Aonde é que ele manda matar as crianças?
E o ateu Henrique:
“Números, capítulo 31!”
E o cristão Renato:
“Mas por que ele mandou matar crianças? (...) Deus não manda matar ninguém, tá! A Bíblia relata, calma aí, Henrique, Deus relata em Números, que é um livro pentateuco da Bíblia, que o Henrique com vinte anos de igreja deve saber, lá tá contando vitória… é, Deus mandou matar, mandou, mas em cima dum contexto daquela época, que nós não podemos esquecer disso, dentro do contexto da época, tá. Agora é o seguinte: Deus não tem nada a ver com estupro de criança, Deus não tem nada a ver com a maldade do ser humano, isso aí eu acho que chega até ser uma falácia.”
Muito bem! Mais uma vez, deixo aqui registrado que o cristão Renato Romão é uma pessoa de bem, simpática, da mesma forma, meu amigo ateu Henrique. Veja, leitor, que os dois estão recorrendo à Bíblia. Henrique diz que o deus bíblico manda estuprar e matar crianças e mulheres. Já o cristão Renato afirma que Deus não manda estuprar, nem matar. Veja, leitor, que os dois estão afirmando coisas contrárias, logo, um deles está certo, e o outro, errado. Como a gente descobre isso? É simples: lendo os textos bíblicos. E os textos bíblicos mostram que o ateu Henrique está dizendo simplesmente a verdade.
O próprio cristão Renato Romão, em suas palavras, entra em contradição. Ou seja, no primeiro momento, diz que o deus bíblico não mandou matar ninguém. Só que, mais à frente, afirma que o deus bíblico mandou realmente matar, mas em cima do contexto da época. Percebeu a contradição, leitor? Com todo respeito ao cristão Renato, que é uma pessoa boa, trago novamente a afirmação de Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, que era judeu e ateu. Ele dizia que o homem religioso vive uma ilusão, logo, se contenta com fundamentações miseráveis para seus pontos de vista. E aqui está o cristão Renato, confirmando a afirmação freudiana.
De início, Deus algum existe, deus algum salva, mata ou manda matar alguém. Esse deus que está na Bíblia é mais uma criação do homem, do homem hebreu. Esse deus existe somente nas páginas da Bíblia, ganha vida somente ali. E, nos textos lendários bíblicos, ele realmente faz o que o ateu Henrique disse. Você, leitor, já leu algum romance de um escritor brasileiro? De José de Alencar, Machado de Assis, Bernardo Guimarães, Aluísio Azevedo? Os romances apresentam histórias inventadas, não reais, e os personagens também são irreais, inventados, não existem no mundo dos fatos, ganham existência apenas nos romances. Do mesmo jeito, o deus que está na Bíblia. Uma criação dos escritores hebreus. Entrando em contradição, o cristão Renato Romão diz:
“(...) Deus mandou matar, mandou, mas em cima dum contexto daquela época, que nós não podemos esquecer disso, dentro do contexto da época, tá.”
Sinto dó do cristão Renato Romão por aceitar a doutrinação de sua igreja evangélica. Imagine, leitor, uma entidade “espiritual” determinando o estupro e a morte de criancinhas! Que monstruosidade! E pior ainda quando dizem que essa “entidade” é boa e misericordiosa! Henrique indicou ao cristão Renato, como exemplo, a passagem bíblica que está no livro de Números, capítulo 31. Antes, vou trazer mais uma matança de criancinhas ordenada pelo deus hebreu, que está em Êxodo, capítulo 12, versículo 29:
“Aconteceu que, à meia-noite, feriu o Senhor todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogênitos dos animais.”
Essa passagem bíblica traz a lenda da saída dos hebreus do Egito. Mais uma lenda bíblica repleta de ingenuidades. O Faraó não libertava os hebreus da escravidão. Então, o deus hebreu perdeu a paciência e castigou o Egito com 10 pragas. Por favor, leitor, não ria porque atrapalhará minha concentração aqui. Ora, se o Faraó, o todo-poderoso do Egito, não libertava os hebreus, o deus hebreu deveria, obviamente, castigá-lo pessoalmente, e não o povo do Egito, não é mesmo? E o pior vem agora: a décima praga lançada pelo deus hebreu foi a MATANÇA de criancinhas egípcias. Como você vê, leitor, crianças não podem ser responsabilizadas por nada, já que são inocentes. Porém, o deus hebreu não estava nem aí. Na lenda, à noite, o deus hebreu matou as criancinhas egípcias, os primogênitos, ou seja, os primeiros filhos não só dos egípcios, mas também dos escravos egípcios. Que maldade! E sabe o que o deus hebreu fez também, leitor? Matou até os primeiros filhotes dos animais irracionais que pertenciam aos egípcios? É tão fácil ver a ingenuidade e a maldade presentes nessa lenda, não é mesmo, leitor? É fácil, mas o cristão Renato Romão, por causa de sua fé religiosa, não consegue enxergar. Segundo a visão de Renato, o deus hebreu agiu com bondade, matando as criancinhas porque Faraó não libertava o povo hebreu. Por favor, não ria, leitor!
Veja agora, leitor, a passagem bíblica citada pelo ateu Henrique, que está em Números, capítulo 31. Aqui, mais uma monstruosidade criada por um escritor hebreu da época. Nessa lenda, o deus hebreu, uma criação dos hebreus, abre sua caixa de maldades. Nos versículos 1 e 2, está escrito:
“Disse o Senhor a Moisés:
Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois, serás recolhido ao teu povo.”
De início, deus algum existe, deus algum disse alguma coisa a um hebreu chamado Moisés. Aqui, mais um relato imaginário de um hebreu, com a péssima noção de justiça da época. O deus hebreu quer vingança. Como assim vingança? Ele fixa a ordem no sentido de que Moisés venha a pôr em prática vingança contra um povo, o povo midianita. Por que o deus hebreu quer vingança contra esse povo? O que o povo midianita fez contra os hebreus? Você, leitor, vai entender agora. Em toda a Bíblia, o deus hebreu é o deus dos hebreus, apenas dos hebreus. E é um deus excessivamente ciumento, ou seja, não aceita que seu próprio povo venha a adorar outros deuses. E o que aconteceu? Como é impossível um povo se isolar totalmente de outro, o povo hebreu, caminhando pelo deserto, se misturou com outros povos que adoravam outros deuses, e, assim, hebreus passavam a adorar outros deuses, o que deixava irado o deus hebreu. Entendeu, leitor? O deus hebreu não queria que seu povo se misturasse com outros para que não viesse adorar outros deuses. Porém, isso era impossível. No capítulo 25 do livro de Números, hebreus se misturaram com o povo midianita, que adorava vários deuses, entre eles, o deus Baal-Peor. E hebreus passaram a adorar esse deus, o que causou ciúme no deus hebreu, o deus dos cristãos. E o que fez o deus hebreu? Determinou que Moisés matasse todos os hebreus que haviam se misturado com aquele povo. Está escrito lá que um hebreu, chamado Zinri, acompanhado por sua namorada midianita, de nome Cosbi, se aproximou de Moisés. Nisso, o hebreu Fineias pegou uma lança e matou o casal. O hebreu Zinri foi assassinado a mando do deus hebreu porque havia se envolvido com uma mulher midianita. Deus se vingou aqui e queria mais vingança contra esse povo, por isso, mais à frente, no capítulo 31, mais vingança apenas porque hebreus se envolveram com os midianitas. Entendeu, leitor?
E as barbaridades são maiores ainda! Moisés manda que seus soldados matem todos os homens midianitas. E que matem também todas as mulheres não virgens. E seus soldados executam a chacina, ao fio da espada. Não se espante, leitor, diante de tamanha violência e maldade! E quais os midianitas que sobreviveram à chacina? Quem escapou? Ora, escaparam as mulheres virgens e as crianças do sexo feminino. As do sexo masculino foram assassinadas também. Moisés mandou que seus soldados escolhessem essas mulheres e crianças para si. Que coisa macabra, não é mesmo, leitor? Imagine um soldado de Moisés fazendo sexo com uma midianita que viu seu pai ser assassinado por ele. O soldado matou o midianita, pai da mulher que foi obrigada a ser sua esposa. Pobre e miserável midianita, não é mesmo, leitor? Que maldade, que selvageria!
E o cristão Renato Romão diz por aí que a Bíblia é seu manual de conduta! Renato, embalado pela fé cristã, não consegue ver a barbaridade bíblica acima. Com certeza, ele fica chateado quando algum cristão é assassinado hoje, no Iraque, pelo Estado Islâmico por adorar Jesus, mas não vê a mesma barbaridade do deus hebreu quando mandou matar midianitas porque levaram o povo hebreu a adorar outros deuses. Ou seja, o deus bíblico e o Estado Islâmico matando seres humanos por causa da intolerância religiosa.
Você entendeu, leitor?
Nenhum comentário:
Postar um comentário