Vou começar a análise acerca do livreto do pastor Cláudio Duarte, com o título “Reconstruindo as verdades de DEUS”, a partir da apresentação, nas páginas 5 e 6, feita por Biramar Martins, diretor executivo da Editora Giofer. Sobre a família, ele assim escreve:
“O contexto das mensagens do pastor Cláudio Duarte sempre envolve família. (...) Em uma sociedade secularizada é necessária uma atenção redobrada com a família. Os valores e princípios que norteiam o bom andamento da sociedade têm sido substituídos por ‘verdades humanas’ e isso tem levado a sociedade a um caos existencial, um conflito de valores e uma decadência moral e o único remédio capaz de curar essa disfunção da sociedade é a verdade de Deus, única e absoluta, contida na Bíblia sagrada.”
Você, leitor, entendeu o recado dado pelo Biramar Martins? Ele está apresentando aos leitores o livreto do pastor Cláudio Duarte. Diz Biramar que as mensagens do pastor sempre envolvem a família. Afirma também que a família hoje passa por uma decadência moral, um caos existencial, porque as pessoas se afastaram de Deus, abandonaram as características da família presente na Bíblia.
Essas afirmações de Biramar Martins me levam a trazer aqui, novamente, Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, que era judeu e ateu. Freud deixou registrado que, diferentemente do homem racional, o homem religioso se satisfaz com fundamentações miseráveis para seus pontos de vista. E aqui está Biramar Martins comprovando que Freud tinha razão. Ora, é uma ignorância sem fim alguém afirmar que os modelos de família presentes na Bíblia eram dignos de elogio, de incentivo, de imitação. Uma aberração! Na verdade, a família de hoje é dez milhões de vezes melhor que as famílias bíblicas, o que vou mostrar ao longo dessa série.
Biramar Martins e o pastor Cláudio Duarte dizem que o deus hebreu fixou regras para fixação da família exemplar. Ora, deus algum existe, deus algum criou os modelos familiares que estão na Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse. Nas narrativas lendárias bíblicas, é fácil ver o fracasso e a decadência moral das famílias, a partir da lendária família de Adão e Eva.
Livros religiosos, principalmente evangélicos, só levam os leitores ao erro. Um leitor inteligente, conhecedor dos textos bíblicos e dos costumes das sociedades hebraica e judaica, percebe logo a fragilidade desses manuais cristãos. Para esse vídeo, o primeiro da série, vou trazer um exemplo da ignorância dos cristãos. No 31 de outubro de 2002, ocorreu, em São Paulo, um caso hediondo. Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos mataram com marretadas o casal Manfred e Marísia Richthofen, pais de Suzane Von Richthofen, a mando desta. A filha deu a ordem para que seus próprios pais fossem assassinados. E o que cristãos, na época, propagaram? Ora, propagaram que as famílias tinham abandonado o deus hebreu, que as famílias passavam por uma decadência moral. Ora, o caso de Suzane Von Richthofen é fichinha diante dos absurdos familiares que estão na Bíblia. Para começar, leitor, veja o primeiro exemplo da deterioração familiar na Bíblia. Em Gênesis, capítulo 4, versículo 8:
“Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.”
Veja, leitor, que, nessa lenda bíblica, aparece uma família composta por apenas 4 pessoas: Adão, Eva, Caim e Abel. Era um modelo de família exemplar, como pregam os cristãos Biramar Martins e o pastor Cláudio Duarte? Ora, quando havia apenas 1 família na Terra, composta por apenas 4 pessoas, já surgiu aí um homicídio, e um dos mais repugnantes, quando um irmão mata o outro. Como é que um cristão, então, pode dizer, hoje, diante de um homicídio praticado por um irmão contra o outro, que isso se deve à decadência moral da família por ter se esquecido do deus hebreu? No Brasil, atualmente, há mais de 200 milhões de habitantes. Ocorrem muitos homicídios entre familiares, mas, na Bíblia, a situação era pior. Repito: nela ocorreu um homicídio envolvendo irmão contra irmão quando havia apenas 4 pessoas no mundo.
A decadência moral da família na Bíblia, claro, é mais gritante!
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