Esse é o 6º vídeo da série “Ateu Henrique X Cristão Renato Romão”. Uma série em que analiso algumas afirmações do cristão Renato Romão presentes no debate ao vivo com o ateu Henrique. Esse debate rendeu um vídeo com duração de 3 horas, 58 minutos e 54 segundos, encontrando-se à disposição de qualquer pessoa nos canais de Ismael Oliveira (o intermediador) e de Henrique.
No tempo de 12 minutos e 28 segundos, o cristão Renato Romão diz ao ateu Henrique:
“Agora veja só: o que é que você quer que um Deus que deu o próprio filho em nome da humanidade, ele deixou que morresse o próprio filho, e você queria que acontecesse mais o quê com a humanidade?”
Você, leitor, que assistiu ao debate e vem acompanhando essa série, antes da manifestação acima do cristão Renato Romão, o ateu Henrique disse a ele que o deus hebreu, em inúmeras narrativas bíblicas, é o responsável pela morte de mulheres e crianças. E o próprio Renato concordou com Henrique, afirmando que o deus hebreu realmente matou, mas o fez dentro do contexto da época. Sobre isso, fiz uma análise no vídeo anterior (número 5).
E agora vem o cristão Renato, apresentando ao Henrique um exemplo da bondade extrema do deus hebreu. Diz ele que o amor do deus hebreu é tão grande, tão grande, tão grande, que sacrificou seu único filho Jesus em prol da humanidade. Que Jesus morreu pelo próprio ateu Henrique. Antes de entrar no assunto, mais uma vez, deixo claro que o cristão Renato é uma pessoa de bem, educado e simpático. Nada tenho pessoalmente contra ele. Todavia, há um problema com ele: é um cristão evangélico! É um homem religioso! O homem religioso, como já dizia Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, que era judeu e ateu, se contenta com fundamentações miseráveis para seus pontos de vista.
E aqui está o cristão Renato, com ênfase, afirmando que o deus hebreu sacrificou seu único filho Jesus, e fez isso para salvar a humanidade. Segundo Renato, pai algum sacrifica o único filho em prol da humanidade. Somente o deus hebreu foi capaz de tamanho amor, diz com alegria o Renato. Agora pergunto: de onde o Renato extraiu esse “amor”? Do Novo Testamento, do cristianismo. Eis, portanto, mais uma doutrina do cristianismo, o sacrifício de Jesus em prol da humanidade.
Rubem Alves foi pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Formou-se em teologia no Brasil e fez mestrado e doutorado nos Estados Unidos da América do Norte. Retornando ao Brasil, abandonou o cristianismo, passando a criticar com veemência a teologia cristã. Ele dizia que havia se arrependido de acreditar no que acreditou. Afirmava que “a teologia cristã é um edifício construído sobre o absurdo”.
Você, leitor, é um cristão? Por favor, não fique aborrecido diante do que lerá aqui. Peço apenas que você raciocine. Em sua imaginação, você consegue visualizar uma entidade “espiritual” bondosa e inteligentíssima levando a um sacrifício seu único filho, e isso para salvar a humanidade? Você, leitor cristão, consegue encontrar sentido nisso? Essa doutrina cabe num cérebro sadio? É justo condenar à morte um inocente para que os culpados fiquem livres? Imagine hoje, no Brasil. Um pai tem um filho estudioso e trabalhador. Seu vizinho possui 4 filhos, todos mergulhados nas drogas e nos crimes. Os 4 praticam uma chacina, sendo condenados a 30 anos de prisão. E aí o pai que tem um filho estudioso e trabalhador procura o juiz, afirmando que seu filho será sacrificado, preso, mesmo inocente, em prol da liberdade dos 4 assassinos. Isso é justo, leitor cristão? O inocente pagará pelos crimes que não foram cometidos por ele. Isso é justo, leitor? Qual o proveito que se tira disso? Nenhum, caro leitor!
Por que o cristianismo, em sua fantasia, traz o sacrifício de Jesus? Por uma razão muito simples: é uma religião sacrificial, ou seja, fundada num sacrifício, e o pior de todos, o sacrifício humano! É a sede dos deuses por sangue. O budismo, por exemplo, não é uma religião sacrificial, nem o espiritismo kardecista. Mas o cristianismo o é! A Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, é uma propaganda de uma ignorância antiga chamada sacrifício, envolvendo animais irracionais e seres humanos. Em cada página, você vê os hebreus à frente de sacrifícios e holocaustos. O deus hebreu adorava esses sacrifícios, amava sentir o cheiro da gordura queimada. No Velho Testamento, que não é velho para os judeus, os hebreus, para acalmarem seu deus, sacrificavam um animal, o chamado bode expiatório, aquele animal que seria sacrificado a fim de que o deus hebreu perdoasse os pecados do povo. Essa ideia maluca de sacrificar um animal ao deus, a fim de que perdoasse o pecado da comunidade, foi agasalhada pelos cristãos no Novo Testamento, cristianismo puro. Entendeu, leitor? Matava-se um animal para que o deus hebreu perdoasse os pecados da comunidade, e aí o cristianismo: matar Jesus para que o deus hebreu perdoasse os pecados da humanidade. Entendeu a associação, leitor? Um absurdo sem fim!
Esse sacrifício de Jesus, na doutrina cristã, como afirmei acima, é uma visão errônea de justiça. No mundo antigo, a punição passava da pessoa do condenado, atingindo inocentes. Hoje, no nosso mundo evoluído, isso não é permitido. Se eu, Eustáquio, cometo um crime, somente eu serei punido, meus filhos, jamais! Nas narrativas lendárias da Bíblia, não era assim. Veja, leitor, como exemplo, o adultério praticado pelo lendário rei Davi. Ele cometeu o crime, mas o deus hebreu matou o filho dele, produto do adultério, deixando Davi vivo. Ou seja, o filho, inocente, pagando pelo pecador (Davi). Da mesma forma, Jesus, inocente, pagando pelos pecadores (humanidade). Entendeu, leitor? Será que fui claro?
É uma pena que o cristão Renato Romão veja o fantasioso sacrifício de Jesus como uma prova de amor do deus hebreu!
Uma pena!!!!
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