quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O ATEU SARAMAGO E A BÍBLIA ( XI )





Estou analisando o teor do diálogo havido entre o padre português Joaquim Carreira das Neves e o escritor português ateu José Saramago. O padre Joaquim é doutor em teologia e professor de teologia bíblica da Universidade Católica portuguesa. O Saramago dispensa apresentações. O título do vídeo que circula no mundo do “You Tube” é:


“PADRE DR. JOAQUIM CARREIRA DAS NEVES – NÃO SIGA A BÍBLIA LITERALMENTE”

Neste vídeo, analisarei mais um trecho da fala que se inicia aos 29 minutos e 8 segundos e vai até os 31 minutos e 30 segundos. Veja, pois, o trecho do vídeo.
Muito bem! O ateu Saramago diz o seguinte:

“O caso de Jó. Há um concílio, uma reunião de Deus com seus anjos. (...) Estranhamente está Satã. (...) Então tu fazes o que tu quiseres com ele, mas não atentes contra tua vida. E Satã faz e arruína o pobre Jó.”

E o padre Joaquim responde:

“Aquilo é tudo um problema  de descreverem contos espantosos da Bíblia.”

E o Saramago:

“Diga-me então padre: o que é que fazia o Satã no encontro com Deus e com os anjos?”

Padre Joaquim responde:

“É que é pura e simplesmente que são imagens criadas, são imagens criadas. (...) São personagens criados. (...) Quem escreveu aquele livro, eu posso falar, quem escreveu aquele livro faz aquilo que você também faz nos seus livros. Você cria imagem, cria personagens. Faz a mesma coisa.”

Muito bem! Nesse trecho do diálogo entre o padre Joaquim e o ateu Saramago, este comenta a terrível lenda bíblica do Jó. Essa lenda bíblica, como as outras, sepulta a onisciência, a onipotência e a onipresença do Deus dos hebreus. E, pior, transforma Deus num ser extremamente sádico. Ainda farei vários vídeos apenas sobre essa lenda de Jó. Só para você ter uma leve ideia, veja que o Deus hebreu perde sua onisciência. Isto é, Deus não sabe a dimensão do amor que Jó tem por ele. Aí, o Satanás, que fazia parte da reunião com Deus, diz a este que, se Jó perder tudo o que tem, blasfemará contra Deus. Como Deus não sabe do amor de Jó, então faz a aposta com Satanás. E aí o Satã acaba com quase tudo de Jó. E Jó não blasfema contra Deus. E Deus fica muito feliz ao saber que Jó o ama muito.
Sobre o caso Jó, o que o padre Joaquim disse a Saramago? Veja que o padre Joaquim é doutor em teologia e professor de teologia bíblica da Universidade Católica portuguesa. Ora, o padre Joaquim disse o que é do conhecimento de qualquer teólogo sério. Ele disse que essa história de Jó é mais uma história fantasiosa que está na Bíblia. Ele disse a Saramago que não houve reunião alguma de Deus, Satanás e anjinhos. Afirmou que é uma história inventada, criada e repleta de personagens fictícios. Nada de Deus aí, nada de Satanás aí, nada de Jó aí. E o padre Joaquim tem toda razão. Por último, o padre Joaquim afirmou a Saramago que o hebreu, que escreveu essa lenda, fez a mesma coisa que Saramago faz em seus livros: cria histórias e personagens. Por isso gosto do padre Joaquim. Sei que ele tem lá sua ilusão religiosa, mas ele diz a verdade sobre a Bíblia.
É óbvio que essa verdade não é transmitida aos fiéis, aqueles que vão a igrejas, pelos líderes religiosos. Se o fosse, seria o fim da ilusão religiosa cristã. O fiel, aquele que vai a igreja, vive enganado pensando que o livro de Jó é mais um fato real. E o fiel nem percebe a desgraça que essa visão causa.

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