Só conhece a Bíblia
quem a estuda com seriedade. O que quer dizer estudar a Bíblia com seriedade?
Significa estudá-la sob o ponto de vista da sociologia bíblica, arqueologia
bíblica, história dos hebreus, história dos judeus e teologia. De posse dessas
ferramentas, é fácil uma pessoa compreender as narrativas bíblicas. Uma pessoa
que simplesmente lê a Bíblia, sem fazer uso das ferramentas que nomeei, não
entenderá nada e, se entender, entenderá tudo errado. E pior ainda quando uma
pessoa vê a Bíblia como a “palavra” de Deus. Aí tudo estará perdido porque
entra o fanatismo religioso que cega os humanos.
Neste vídeo, mostrarei mais um erro
de Jesus. Não é cansativo dizer que o Jesus aqui é aquele que está nos
evangelhos do Novo Testamento. Não estou, pois, tratando do Jesus histórico,
presente nos livros de história. Esse Jesus histórico é um nada! Pois bem!
Jesus cometeu mais um erro quando pregou o fim dos tempos, a chegada do
Messias. Para entender essa fantasia de Jesus, é preciso, como já disse,
conhecer os costumes do povo judeu naquela época. Jesus era um judeu, logo,
estava mergulhado na cultura judaica de seu tempo. Naquela época, os judeus
aguardavam a chegada do Messias, em grego, Cristo. E como era pintado esse
Cristo? Esse Cristo seria um judeu forte e poderoso que seria rei em Israel,
ocupando o trono que pertencera ao lendário Davi. Esse Cristo poderoso iria
expulsar da Palestina os romanos que davam as ordens naquela sofrida região. Diante
dessa espera dos judeus pelo Cristo, surgiram muitos judeus dizendo ser o
próprio. E o que aconteceu com eles? Todos foram torturados e mortos pelos
romanos. O Jesus dos cristãos nunca foi o Cristo aguardado pelos judeus porque
se mostrou muito fraco, sem força para expulsar os invasores (os romanos) da
região. Esse Jesus não moveu uma palha sequer para acabar com o sofrimento de
seu povo. Durante sua vida, seu povo era massacrado pelos romanos. Após sua
morte, continuou sob massacre romano. Ou seja, o Jesus dos cristãos não alterou
o quadro sofredor de seu povo.
Jesus aguardava a chegada do Messias,
do Cristo, do “Filho do Homem” para seu tempo, para sua época. E aí falhou! O
Cristo não apareceu, não chegou. É fácil provar essa verdade nos próprias
narrativas bíblicas. Veja, de início, o “profeta” João Batista. Antes de
conhecer Jesus, ele já pregava o fim dos tempos, a chegada do Messias, para seu
tempo. Assim, em Mateus 3: 1 e 2:
“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e
dizia:
2 Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos céus.”
Como se vê facilmente, João Batista
pregava o fim dos tempos para seu tempo, para sua época. Para ele, o reino dos
céus estava próximo. Isso há 2 mil anos! E o discurso de João Batista é
enfatizado também por Jesus. Em Mateus 4: 17, a prova:
“17 Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos,
porque está próximo o reino dos céus.”
Portanto, João Batista e Jesus
falharam em suas “profecias”. O reino dos céus (a chegada do Messias) não se
realizou. Os dois morreram, e a Palestina continuou dominada pelos romanos. Jesus
sempre deixou claro que o Messias estava para chegar a fim de pôr um fim ao
mal. Em Mateus 10: 23, Jesus diz aos 12 discípulos:
“23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque
em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até
que venha o Filho do homem.”
Na passagem bíblica acima, Jesus está
reunido com os 12 discípulos. Como na época de Jesus não havia liberdade de
crença, seus discípulos sofriam perseguições. Eles, com frequência, para fugir
de perseguições, corriam de uma cidade para outra. Diante desse quadro triste,
Jesus diz a eles que o Filho do Homem apareceria nos céus para pôr um fim a
essa perseguição. Jesus afirma que, antes de os discípulos percorrerem as
cidades de Israel, o Messias chegaria. Jesus, mais uma vez, falhou. Os
discípulos percorreram as cidades de Israel, e o Messias não apareceu. Os
discípulos morreram, e o Messias não apareceu.
Em toda a extensão do Novo
Testamento, o Messias, óbvio, é aguardado para seu tempo, para sua época. Jesus,
mais uma vez, diz isso de forma clara a seus discípulos, em Mateus 16: 27 e 28:
“27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus
anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras.
28 Em verdade, vos digo que alguns
há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até
que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.”
Jesus, na passagem bíblica acima, diz
a seus discípulos que alguns deles, ainda em vida, iriam ver o Filho do Homem
descendo dos céus com seus anjinhos. E o que aconteceu? Jesus morreu. E os
discípulos continuaram vivos durante algum tempo. E nenhum deles viu o Filho do
Homem descendo do céu, com seu exército de anjinhos. Infelizmente, mais uma vez
Jesus falhou. E, como se sabe, todos os discípulos morreram há 2 mil anos.
Em Mateus 24: 29 -36, Jesus, mais uma vez, diz
que, naquela época, naquela geração, o Filho do Homem apareceria no céu com
todo poder e glória para pôr um fim ao sofrimento. E o Filho do Homem não
apareceu. Veja o versículo 34:
“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto
aconteça.”
Jesus diz aqui que aquela geração não
passaria sem que o Filho do Homem descesse pelo céu com poder e glória. E diz
também que aquela geração iria ver o Sol escurecendo e as estrelas caindo do
céu. A geração de Jesus e dos discípulos passou há 2 mil anos. E o Filho do
Homem não desceu pelo céu, nem o Sol escureceu e nem as estrelas caíram do céu.
E Jesus, bem próximo de sua morte,
voltou a dizer a Caifás, o sumo sacerdote, que ele veria o Filho do Homem,
naquele momento, descendo pelo céu. Assim, em Mateus 26:64, temos:
“64 Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que,
desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e
vindo sobre as nuvens do céu.”
Jesus falhou mais uma vez. Caifás viveu
durante muito tempo depois da morte de Jesus. E não viu o Filho do Homem vindo
sobre as nuvens do céu com um exército de anjinhos.
Bom! As provas acima já são
suficientes. Teólogos sérios sabem muito bem que essa volta de Jesus é uma mera
fantasia. Isso é apenas uma característica do cristianismo por ser uma religião
apocalíptica, ou seja, que prega o fim dos tempos, a vitória do bem sobre o
mal. Em nenhuma faculdade séria de teologia espalhada pela Europa, a volta de
Jesus é discutida ou pregada.
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