sábado, 25 de fevereiro de 2017

JESUS E A CHEGADA DO MESSIAS





                        Só conhece a Bíblia quem a estuda com seriedade. O que quer dizer estudar a Bíblia com seriedade? Significa estudá-la sob o ponto de vista da sociologia bíblica, arqueologia bíblica, história dos hebreus, história dos judeus e teologia. De posse dessas ferramentas, é fácil uma pessoa compreender as narrativas bíblicas. Uma pessoa que simplesmente lê a Bíblia, sem fazer uso das ferramentas que nomeei, não entenderá nada e, se entender, entenderá tudo errado. E pior ainda quando uma pessoa vê a Bíblia como a “palavra” de Deus. Aí tudo estará perdido porque entra o fanatismo religioso que cega os humanos.
Neste vídeo, mostrarei mais um erro de Jesus. Não é cansativo dizer que o Jesus aqui é aquele que está nos evangelhos do Novo Testamento. Não estou, pois, tratando do Jesus histórico, presente nos livros de história. Esse Jesus histórico é um nada! Pois bem! Jesus cometeu mais um erro quando pregou o fim dos tempos, a chegada do Messias. Para entender essa fantasia de Jesus, é preciso, como já disse, conhecer os costumes do povo judeu naquela época. Jesus era um judeu, logo, estava mergulhado na cultura judaica de seu tempo. Naquela época, os judeus aguardavam a chegada do Messias, em grego, Cristo. E como era pintado esse Cristo? Esse Cristo seria um judeu forte e poderoso que seria rei em Israel, ocupando o trono que pertencera ao lendário Davi. Esse Cristo poderoso iria expulsar da Palestina os romanos que davam as ordens naquela sofrida região. Diante dessa espera dos judeus pelo Cristo, surgiram muitos judeus dizendo ser o próprio. E o que aconteceu com eles? Todos foram torturados e mortos pelos romanos. O Jesus dos cristãos nunca foi o Cristo aguardado pelos judeus porque se mostrou muito fraco, sem força para expulsar os invasores (os romanos) da região. Esse Jesus não moveu uma palha sequer para acabar com o sofrimento de seu povo. Durante sua vida, seu povo era massacrado pelos romanos. Após sua morte, continuou sob massacre romano. Ou seja, o Jesus dos cristãos não alterou o quadro sofredor de seu povo.
Jesus aguardava a chegada do Messias, do Cristo, do “Filho do Homem” para seu tempo, para sua época. E aí falhou! O Cristo não apareceu, não chegou. É fácil provar essa verdade nos próprias narrativas bíblicas. Veja, de início, o “profeta” João Batista. Antes de conhecer Jesus, ele já pregava o fim dos tempos, a chegada do Messias, para seu tempo. Assim, em Mateus 3: 1 e 2:


“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia:
  2 Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”


Como se vê facilmente, João Batista pregava o fim dos tempos para seu tempo, para sua época. Para ele, o reino dos céus estava próximo. Isso há 2 mil anos! E o discurso de João Batista é enfatizado também por Jesus. Em Mateus 4: 17, a prova:


“17 Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”


Portanto, João Batista e Jesus falharam em suas “profecias”. O reino dos céus (a chegada do Messias) não se realizou. Os dois morreram, e a Palestina continuou dominada pelos romanos. Jesus sempre deixou claro que o Messias estava para chegar a fim de pôr um fim ao mal. Em Mateus 10: 23, Jesus diz aos 12 discípulos:


“23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do homem.”


Na passagem bíblica acima, Jesus está reunido com os 12 discípulos. Como na época de Jesus não havia liberdade de crença, seus discípulos sofriam perseguições. Eles, com frequência, para fugir de perseguições, corriam de uma cidade para outra. Diante desse quadro triste, Jesus diz a eles que o Filho do Homem apareceria nos céus para pôr um fim a essa perseguição. Jesus afirma que, antes de os discípulos percorrerem as cidades de Israel, o Messias chegaria. Jesus, mais uma vez, falhou. Os discípulos percorreram as cidades de Israel, e o Messias não apareceu. Os discípulos morreram, e o Messias não apareceu.
Em toda a extensão do Novo Testamento, o Messias, óbvio, é aguardado para seu tempo, para sua época. Jesus, mais uma vez, diz isso de forma clara a seus discípulos, em Mateus 16: 27 e 28:


“27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras.
 28 Em verdade, vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino.”


Jesus, na passagem bíblica acima, diz a seus discípulos que alguns deles, ainda em vida, iriam ver o Filho do Homem descendo dos céus com seus anjinhos. E o que aconteceu? Jesus morreu. E os discípulos continuaram vivos durante algum tempo. E nenhum deles viu o Filho do Homem descendo do céu, com seu exército de anjinhos. Infelizmente, mais uma vez Jesus falhou. E, como se sabe, todos os discípulos morreram há 2 mil anos.
 Em Mateus 24: 29 -36, Jesus, mais uma vez, diz que, naquela época, naquela geração, o Filho do Homem apareceria no céu com todo poder e glória para pôr um fim ao sofrimento. E o Filho do Homem não apareceu. Veja o versículo 34:


“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.”


Jesus diz aqui que aquela geração não passaria sem que o Filho do Homem descesse pelo céu com poder e glória. E diz também que aquela geração iria ver o Sol escurecendo e as estrelas caindo do céu. A geração de Jesus e dos discípulos passou há 2 mil anos. E o Filho do Homem não desceu pelo céu, nem o Sol escureceu e nem as estrelas caíram do céu.
E Jesus, bem próximo de sua morte, voltou a dizer a Caifás, o sumo sacerdote, que ele veria o Filho do Homem, naquele momento, descendo pelo céu. Assim, em Mateus 26:64, temos:


“64 Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.”


Jesus falhou mais uma vez. Caifás viveu durante muito tempo depois da morte de Jesus. E não viu o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu com um exército de anjinhos.
Bom! As provas acima já são suficientes. Teólogos sérios sabem muito bem que essa volta de Jesus é uma mera fantasia. Isso é apenas uma característica do cristianismo por ser uma religião apocalíptica, ou seja, que prega o fim dos tempos, a vitória do bem sobre o mal. Em nenhuma faculdade séria de teologia espalhada pela Europa, a volta de Jesus é discutida ou pregada.

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