No mundo das
religiões, encontramos livros que infantilmente alimentam essa fantasia. Em
relação ao cristianismo, são abundantes os livros sobre a pessoa de Jesus. E aí
os autores, no mundo da imaginação, são criativos. Existem livros que
apresentam Jesus como o homem mais inteligente de todos os tempos. Que colocam
Jesus como o Mestre dos mestres. E que trazem até o cardápio favorito de Jesus.
Ou seja, para ganhar dinheiro e fama, há autores que não medem esforços.
Ao contrário do
que registram esses livros, O Jesus dos evangelhos que estão no Novo Testamento
era uma figura muito diferente. Mais uma vez deixo claro que estou tratando do
Jesus dos evangelhos, e não do Jesus histórico. O Jesus histórico é um nada! Quem
estuda com seriedade a Bíblia cristã, sabe muito bem que não existe apenas um
Jesus, mas vários. Nos 4 evangelhos, há, portanto, vários Jesus. Por quê?
Porque não foram escritos apenas por uma pessoa, mas por várias. Daí os
diferentes retratos de Jesus. Por exemplo, não existe uma “personalidade” de
Jesus, mas várias personalidades de Jesus. Na verdade, Jesus foi um judeu
camponês da Palestina, analfabeto e limitado em sua época. Teólogos sérios e
estudiosos não menos sérios sabem que Jesus era analfabeto e limitado em seu tempo.
Somente os fiéis, aqueles que vão a igrejas, é que não gostam desse tratamento
destinado a Jesus. Por quê? Porque líderes cristãos colocam na cabeça deles que
Jesus era um gênio, um semideus, ou, pior, o próprio Deus. A bem da verdade, a
época de Jesus era marcada fortemente pela ignorância, violência, analfabetismo
e intolerância religiosa. O mundo de Jesus era repleto de deuses e demônios.
Esses seres criados pelo homem infestavam a Palestina há 2 mil anos. O povo ignorante
da época com frequência invocava, por exemplo, demônios como agentes
provocadores de doenças. E Jesus também agia assim. Jesus pensava,
erroneamente, que o homem adoecia porque havia “pecado”. E isso está gravado em
João 5:14:
“Mais tarde, Jesus o encontrou
no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais, para que não
te suceda cousa pior.”
Já em outro momento, Jesus para explicar o surgimento das doenças não
invocava mais o “pecado”, mas a presença dos demônios nos corpos humanos. Outra
ignorância de seu tempo. Explicando melhor, diante de uma doença qualquer,
Jesus via como causas ou o “pecado” ou a incorporação de demônios no corpo da
pessoa doente. Neste vídeo, mostrarei uma passagem bíblica acerca do último
ponto. Veja o que está escrito em Mateus 17:14 – 18.
Nessa narrativa bíblica, Jesus “cura” um jovem possesso, um jovem
louco. O pai desse jovem louco pede que Jesus cure seu filho que sofria muito,
jogando-se com frequência no fogo e na água. Na lenda, os discípulos tentaram
curar o jovem, não conseguiram. E aí Jesus resolve o problema. Veja a
explicação de Jesus para a loucura do jovem, no versículo 18:
“E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde
aquela hora, ficou o menino curado.”
Percebeu aí? Jesus atribuiu a loucura do jovem à entrada do demônio no
corpo dele. Quando o demônio saiu do corpo do jovem, ele se curou da loucura. Percebeu
como o mundo antigo era atrasado? Ora, doenças nada têm a ver com “pecado” e
com a entrada de demônios em seres humanos. As doenças atingem a todos (seres
humanos, animais irracionais, árvores e plantas) porque são seres vivos. Os
seres vivos adoecem e morrem. Simples assim!
No mundo antigo, uma pessoa louca era vista como possuidora de
demônios. Ela era louca porque demônios se apossavam de seus corpos. Sigmund
Freud (1856 – 1939), médico neurologista, contribuiu muito para acabar com essa
ignorância. Na época de Freud, os loucos eram também tratados como pessoas que
estavam com o “Diabo” no corpo. Freud pôs um fim a essa ignorância secular.
Se Jesus tivesse tido a oportunidade de se encontrar com Freud, ou se
tivesse a sorte de ter nascido em nosso século, ficaria sabendo que “demônios” não entram em corpos humanos
causando a loucura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário