terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

JESUS E A LOUCURA





No mundo das religiões, encontramos livros que infantilmente alimentam essa fantasia. Em relação ao cristianismo, são abundantes os livros sobre a pessoa de Jesus. E aí os autores, no mundo da imaginação, são criativos. Existem livros que apresentam Jesus como o homem mais inteligente de todos os tempos. Que colocam Jesus como o Mestre dos mestres. E que trazem até o cardápio favorito de Jesus. Ou seja, para ganhar dinheiro e fama, há autores que não medem esforços.
Ao contrário do que registram esses livros, O Jesus dos evangelhos que estão no Novo Testamento era uma figura muito diferente. Mais uma vez deixo claro que estou tratando do Jesus dos evangelhos, e não do Jesus histórico. O Jesus histórico é um nada! Quem estuda com seriedade a Bíblia cristã, sabe muito bem que não existe apenas um Jesus, mas vários. Nos 4 evangelhos, há, portanto, vários Jesus. Por quê? Porque não foram escritos apenas por uma pessoa, mas por várias. Daí os diferentes retratos de Jesus. Por exemplo, não existe uma “personalidade” de Jesus, mas várias personalidades de Jesus. Na verdade, Jesus foi um judeu camponês da Palestina, analfabeto e limitado em sua época. Teólogos sérios e estudiosos não menos sérios sabem que Jesus era analfabeto e limitado em seu tempo. Somente os fiéis, aqueles que vão a igrejas, é que não gostam desse tratamento destinado a Jesus. Por quê? Porque líderes cristãos colocam na cabeça deles que Jesus era um gênio, um semideus, ou, pior, o próprio Deus. A bem da verdade, a época de Jesus era marcada fortemente pela ignorância, violência, analfabetismo e intolerância religiosa. O mundo de Jesus era repleto de deuses e demônios. Esses seres criados pelo homem infestavam a Palestina há 2 mil anos. O povo ignorante da época com frequência invocava, por exemplo, demônios como agentes provocadores de doenças. E Jesus também agia assim. Jesus pensava, erroneamente, que o homem adoecia porque havia “pecado”. E isso está gravado em João 5:14: 


“Mais tarde, Jesus o encontrou no templo e lhe disse: Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda cousa pior.”


Já em outro momento, Jesus para explicar o surgimento das doenças não invocava mais o “pecado”, mas a presença dos demônios nos corpos humanos. Outra ignorância de seu tempo. Explicando melhor, diante de uma doença qualquer, Jesus via como causas ou o “pecado” ou a incorporação de demônios no corpo da pessoa doente. Neste vídeo, mostrarei uma passagem bíblica acerca do último ponto. Veja o que está escrito em Mateus 17:14 – 18.
Nessa narrativa bíblica, Jesus “cura” um jovem possesso, um jovem louco. O pai desse jovem louco pede que Jesus cure seu filho que sofria muito, jogando-se com frequência no fogo e na água. Na lenda, os discípulos tentaram curar o jovem, não conseguiram. E aí Jesus resolve o problema. Veja a explicação de Jesus para a loucura do jovem, no versículo 18:


E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino curado.”


Percebeu aí? Jesus atribuiu a loucura do jovem à entrada do demônio no corpo dele. Quando o demônio saiu do corpo do jovem, ele se curou da loucura. Percebeu como o mundo antigo era atrasado? Ora, doenças nada têm a ver com “pecado” e com a entrada de demônios em seres humanos. As doenças atingem a todos (seres humanos, animais irracionais, árvores e plantas) porque são seres vivos. Os seres vivos adoecem e morrem. Simples assim!
No mundo antigo, uma pessoa louca era vista como possuidora de demônios. Ela era louca porque demônios se apossavam de seus corpos. Sigmund Freud (1856 – 1939), médico neurologista, contribuiu muito para acabar com essa ignorância. Na época de Freud, os loucos eram também tratados como pessoas que estavam com o “Diabo” no corpo. Freud pôs um fim a essa ignorância secular.
Se Jesus tivesse tido a oportunidade de se encontrar com Freud, ou se tivesse a sorte de ter nascido em nosso século, ficaria sabendo que  “demônios” não entram em corpos humanos causando a loucura.



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