No
mundo do “You Tube”, existem inúmeros vídeos com o ateu José Saramago
cuja personalidade dispensa comentários. Para este vídeo, escolhi mais
um de Saramago com o título:
"ONDE ESTÁ DEUS? JOSÉ SARAMAGO"
É
um vídeo curto, bem curto, com duração de apenas 3 minutos e 12
segundos. Veja, pois, a parte do vídeo que me interessa para o presente
momento.
Pois bem! No vídeo que você acabou de ver, o ateu português José Saramago diz o seguinte em relação à religião:
“
Uma trapaça completa! Eu fui uma ou duas vezes à missa quando tinha 6
anos, mas eu, enfim, aquilo de nada me convenceu, e fui dizer à minha
mãe: “Não! Eu não vou, não vou isso.” E não fui nunca mais. Não tive
nenhuma crise religiosa, eu não tenho medo da morte, não tenho medo do
Inferno, não tenho medo, digamos, do castigo eterno pelos pecados. Que
pecados? O que é isso, pecados? Quem é que inventou o pecado? A partir
do momento em se inventa o pecado, o inventor passa a dispor de um
instrumento de domínio sobre o outro tremendo. E foi o que a Igreja fez.
(... ) Deus! Onde está? Antigamente eles diziam que está no céu, mas o
céu não existe. Não há céu!”
Belíssimas afirmações de Saramago, não é mesmo? Ele relembra os primeiros contatos com a ilusão religiosa. Estava apenas com 6 anos de idade. Como era normal, era levado, conduzido por sua mãe à igreja católica mais próxima. Já com aquela idade, não via razão alguma para continuar indo. De fato, uma criança, com 6 anos de idade, deve achar horrível uma missa ou um culto evangélico. É dose pra leão! Mas os pais levam forçosamente seus filhos à igreja de preferência deles. Na verdade, criança não tem fé, não tem crença, não tem religião, não tem deuses. Os pais são os responsáveis por colocar essas fantasias na cabeça dos filhos. O interessante é que José Saramago afirma que falou com sua mãe. Disse a ela que não iria mais às missas. E não foi mesmo! E parece que sua mãe não o obrigou mais. Veja que ele tinha apenas 6 anos de idade. Que mãe maravilhosa, não é mesmo? Entendeu a vontade da criança! Criança não quer ir a igrejas. Criança quer mesmo é ficar em casa brincando com bonecas, desenhando, vendo desenhos animados, brincando de videogame etc.
Em
seguida, José Saramago diz claramente que nunca teve crise religiosa
alguma. Que não tem medo da morte. Que não tem medo do Inferno. Que não
tem medo do castigo eterno dos cristãos. O que ele afirma é bastante
profundo. Aborda a figura do medo! O medo é o instrumento de domínio das
religiões e, no caso aqui, do cristianismo. A teologia cristã, como
muitas por aí, é a teologia do medo. Ela propaga o medo, abastece-se com
o medo. Sem o medo, ela deixa de funcionar, assim como o carro sem a
gasolina. Qual é o ápice da teologia cristã? Ora, a conquista do céu, em
oposição ao inferno. Só vai para o céu a pessoa que aceitar a Jesus
como seu salvador pessoal. Do contrário, irá para o inferno. Olha a
figura do medo aí! Se uma pessoa não quiser ir para o inferno, quando
morrer, claro, então deve aderir ao cristianismo. Isto é, a pessoa
abraça o cristianismo para escapar do inferno.
E
Saramago diz também que as religiões trabalham com o pecado. O pecado é
mais um instrumento de dominação criado também pelo sistema religioso.
As instituições religiosas arrecadam muito em cima do pecado. Os fiéis,
aqueles que frequentam essas instituições, para se limparem do pecado,
são capazes de doar seu patrimônio até mesmo por completo. E as
instituições religiosas oferecem um rol de produtos fantasiosos: água
“milagrosa” corrente dos endividados, tijolos “sagrados”, óleos
“santos”, corrente dos empresários, fogueiras “santas”, “curas” com a
participação de Deus e de “santos” etc.
E
Saramago termina com a seguinte pergunta: “Onde está Deus?” No mundo
antigo, os deuses não moravam no céu. Os deuses viviam no meio de seu
povo. Numa fase posterior, os deuses passaram a morar nos montes, nas
montanhas. E, numa fase mais posterior ainda, no céu. Como dizia muito
bem o inesquecível Saramago: céu? Que céu? O céu não existe! Saramago
sabia que os deuses moram no cérebro humano. Assim como o lobisomem, o
bicho-papão, os duendes, o caipora, o saci-pererê e outros personagens
imaginários.
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