SIGMUND FREUD E A ILUSÃO RELIGIOSA (XI)
Eustáquio
14/11/2015
Caro leitor,
Este é o 11º artigo de uma série em que analiso alguns trechos do livro “O futuro de uma ilusão”, de autoria do austríaco judeu Sigmund Freud (1856 – 1939), o Pai da Psicanálise.
A ilusão que consta do título é a religião. Freud foi o pioneiro em estudar a mente (psique) humana, daí ser chamado o Pai da Psicanálise. Já que Freud estudava a mente humana, estudou também a religião e os deuses porque a mente humana cria esses elementos. Assim, Freud escreveu muito sobre o fenômeno religioso. Seus principais livros acerca de religião são: “O futuro de uma ilusão” (1927), “O mal-estar na cultura” (1921) e “Moisés e o monoteísmo” (1930).
Repito! Estou analisando alguns trechos do primeiro livro, ou seja, “O futuro de uma ilusão”. Nas páginas 118 e 119, Freud, entre outras coisas, escreve:
“O homem é um ser de inteligência débil, dominado pelos seus desejos impulsionais. (...) O crente não se deixará privar de sua crença – não à força de argumentos e não à força de proibições. Caso se conseguisse isso com alguns, seria uma crueldade. Quem tomou soníferos por décadas obviamente não poderá dormir quando privado do remédio.”
Você, caro leitor, entendeu o que diz acima o mestre Sigmund Freud, não é mesmo? E olhe que ele afirmou essa verdade em 1927, portanto, há 88 anos. E por que é verdade o que afirma Freud? Ora, porque os fatos do dia a dia provam. Freud diz acima que o homem é um animal de inteligência débil, dominado pelos seus desejos impulsionais. E diz também que o homem religioso não deixará sua crença religiosa por força de argumentos e proibições. Veja, caro leitor, como Freud entendia de mente humana, não é mesmo?
Veja, leitor, a primeira afirmação de Freud: “O homem é um ser de inteligência débil, dominado pelos seus desejos impulsionais.” Que verdade linda, não é mesmo? Poderia mostrar aqui milhares de exemplos que comprovam essa afirmação do médico Freud, mas são necessários apenas alguns. Como diz Freud, o homem é um animal de inteligência débil, fraca, que age principalmente por desejos impulsionais. Ou seja, age principalmente por impulsos, sem filtrar seu comportamento. Veja, como exemplo, caro leitor, os inúmeros estupros que ocorrem no Brasil todos os dias. O estuprador é um homem. Ele pratica relações sexuais não consentidas com mulheres e até mesmo com homens. E estupra até mesmo criancinhas recém-nascidas. Que loucura, não é mesmo? Veja, leitor, que o estuprador, no caso aqui, é um homem inteligente. Só que sua inteligência cedeu o lugar para um desejo. O desejo sexual do estuprador por aquela mulher ou criança inocente foi mais forte do que a inteligência dele. Ou seja, o estuprador agiu motivado por um desejo impulsivo, por uma vontade irrefletida. Percebeu, leitor, como Freud tem razão? Veja, caro leitor, mais um exemplo. No Brasil, a cada ano, são assassinadas quase 60 (sessenta) mil pessoas. Que loucura, não é mesmo? O Brasil é um dos países mais violentos do mundo. E quem comete esses homicídios? O animal inteligente homem, não é mesmo? Será que o homem pratica esses crimes em razão de sua inteligência ou em função de seus desejos impulsionais? É óbvio que ele pratica esses crimes principalmente por força de seus desejos impulsivos. Ou seja, o desejo de matar supera a inteligência do homem. Por isso mesmo, o homem pratica horrores. Veja, leitor, o caso do ex-goleiro Bruno, do Flamengo. Ele mandou matar a jovem Eliza Samudio. O Bruno agiu com inteligência ou apenas por motivação, por desejo impulsivo? Ora, ele não agiu com inteligência. Se tivesse feito uso de sua inteligência, não teria mandado matar a jovem, e estaria hoje ainda no Flamengo ou em outro clube internacional, ganhando rios de dinheiro. Como agiu apenas por um desejo impulsivo, sem refletir, ele mandou matar a jovem e se encontra hoje preso, sem dinheiro, sem fama, abandonado e triste. Percebeu, leitor, como Freud tem razão?
Como Freud diz, o homem, apesar de ser um animal inteligente, essa inteligência comumente se apresenta débil, fraca, sendo dominada apenas por desejos impulsivos, irrefletidos, irracionais. E assim o homem, por força desses desejos, acredita em deuses, astrologia, cartomancia, ufologia etc.
E aqui a segunda afirmação de Sigmund Freud. O homem religioso, crente, não deixará sua crença religiosa por causa de argumentos e proibições. Que verdade linda, não é mesmo? Ora, o homem religioso não abandona sua crença religiosa em função de argumento algum por mais claro que ele seja. Por quê? Ora, porque o homem religioso vive num mundo de ilusão. Para entrar nesse mundo de ilusão, repleto de deuses e anjos, o homem religioso não precisou fazer uso de sua inteligência. Entrou nesse mundo de ilusão apenas por causa de seus desejos impulsivos, irrefletidos. Para acreditar em deuses e anjos, o homem religioso não precisa de provas, evidências e vestígios. Como ele não precisa de provas, evidências e vestígios para acreditar em deuses, prova alguma será suficiente para que o homem religioso abandone sua crença.
Entendeu, leitor, como Freud tinha razão?
Nenhum comentário:
Postar um comentário