terça-feira, 10 de novembro de 2015
SIGMUND FREUD E A ILUSÃO RELIGIOSA ( VI )
SIGMUND FREUD E A ILUSÃO RELIGIOSA ( VI )
Eustáquio
10/11/2015
Caro leitor,
Este é o 6º artigo de uma série em que analiso alguns trechos do livro “O futuro de uma ilusão”, de autoria do austríaco judeu Sigmund Freud (1856 – 1939), o Pai da Psicanálise.
A ilusão que consta do título é a religião. Freud foi o pioneiro em estudar a mente (psique) humana, daí ser chamado o Pai da Psicanálise. Já que Freud estudava a mente humana, estudou também a religião e os deuses porque a mente humana cria esses elementos. Assim, Freud escreveu muito sobre o fenômeno religioso. Seus principais livros acerca de religião são: “O futuro de uma ilusão” (1927), “O mal-estar na cultura” (1921) e “Moisés e o monoteísmo” (1930).
Repito! Estou analisando alguns trechos do primeiro livro, ou seja, “O futuro de uma ilusão”. Na página 83 , Freud, entre outras coisas, escreve:
“Acho que preparamos suficientemente a resposta a ambas as perguntas. Ela se apresenta quando atentamos para a gênese psíquica das ideias religiosas. Estas, que se apresentam como proposições, não são produto da experiência ou resultados finais do pensamento; são ilusões, são realizações dos desejos mais antigos, mais fortes e mais prementes da humanidade, e o segredo de sua força está na força desses desejos.”
Você, caro leitor, entendeu o que diz acima o mestre Sigmund Freud, não é mesmo? Ora, Freud diz, com toda razão, que as ideias religiosas são ilusões. Por serem ilusões, elas não são um produto da experiência. Não são uma consequência de um raciocínio, de uma análise, de um estudo. São apenas desejos antigos, fortes e prementes do homem. Entendeu, leitor amigo?
Para que você, leitor, entenda melhor, dar-lhe-ei alguns exemplos. Veja o que acontece fora da religião. Pegue, por exemplo, a ciência. Se você, leitor, perguntar a um astrônomo qualquer qual é a distância da estrela Sol do planeta Terra, ele lhe dirá que é de 150 milhões de quilômetros. Se você, leitor, perguntar a esse mesmo astrônomo quanto tempo gasta a luz do Sol para chegar ao planeta Terra, ele lhe dirá que o tempo é de 8 minutos. Veja, leitor, que o cientista respondeu acertadamente às suas perguntas. De onde vieram as respostas dele? Ora, as respostas do cientista são um produto de vários estudos complexos acerca do Universo. Não são um produto de sua imaginação.
Agora, leitor, veja o que ocorre no mundo da religião. Apenas ilusões, e nada mais! Se você, leitor, perguntar a um cristão católico, morador de Juazeiro do Norte, no Ceará, devoto do Padre Cícero, quem curou o câncer dele, ele lhe dirá que foi o “Padim Ciço”. De onde o cristão tirou essa ideia? Será que essa ideia foi um produto de estudo, de experiência? Claro que não, não é mesmo, leitor? Quando ele diz que o Padre Cícero o curou, está apenas afirmando algo criado pela sua mente, por causa de sua crença no Padre Cícero. Se esse cristão não fosse devoto do Padre Cícero, mas do Frei Damião, seu discurso seria outro completamente diferente. Estaria dizendo por aí que quem curou seu câncer foi o Frei Damião. Entendeu, leitor, como as ideias religiões são meras ilusões, meras alucinações de uma mente? A entidade “espiritual” curadora muda de acordo com a crença da pessoa curada. Se o cristão acima fosse um devoto de São Francisco, estaria dizendo por aí que esse “santo” curou seu câncer.
Como se vê, as ideias religiosas são um produto da imaginação da pessoa que crê. Diferentemente da ciência, a religião é um mundo infinito de ideias desprovidas de estudos, experiência e observação.
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