SIGMUND FREUD E A ILUSÃO RELIGIOSA (X)
Eustáquio
14/11/2015
Caro leitor,
Este é o 10º artigo de uma série em que analiso alguns trechos do livro “O futuro de uma ilusão”, de autoria do austríaco judeu Sigmund Freud (1856 – 1939), o Pai da Psicanálise.
A ilusão que consta do título é a religião. Freud foi o pioneiro em estudar a mente (psique) humana, daí ser chamado o Pai da Psicanálise. Já que Freud estudava a mente humana, estudou também a religião e os deuses porque a mente humana cria esses elementos. Assim, Freud escreveu muito sobre o fenômeno religioso. Seus principais livros acerca de religião são: “O futuro de uma ilusão” (1927), “O mal-estar na cultura” (1921) e “Moisés e o monoteísmo” (1930).
Repito! Estou analisando alguns trechos do primeiro livro, ou seja, “O futuro de uma ilusão”. Na página 117 , Freud, entre outras coisas, escreve:
“Não precisamos nos espantar muito acerca da debilidade intelectual de quem uma vez tenha se obrigado a aceitar todos os absurdos que as doutrinas religiosas lhe apresentaram, sem crítica e mesmo sem observar as contradições entre elas.”
Você, caro leitor, entendeu a afirmação acima do mestre Sigmund Freud, não é mesmo? Mais uma vez, o que ele afirma é a pura verdade que pode ser facilmente comprovada pelos fatos. Em termos simples, Freud afirma que ninguém deve ficar espantado diante dos absurdos das doutrinas religiosas porque esse fenômeno é “normal” no mundo das religiões. Ele afirma ainda que religiosos sofrem de debilidade intelectual porque aceitam como verdadeiras as doutrinas religiosas sem se preocuparem em analisá-las e criticá-las.
E os fatos comprovam a verdade contida na afirmação do médico neurologista judeu. Hoje, no planeta Terra, existem, no mínimo, 10 (dez) mil religiões e 2 (dois) mil deuses. Pois bem! Cada religião é diferente das outras. Existe apenas uma religião certa? Claro que não, não é mesmo, leitor? Cada religioso vê como certa somente a sua religião. As outras estão erradas! Como você, leitor, vê, a religião certa vai depender da pessoa a quem você fizer a pergunta. Se, por exemplo, você fizer a pergunta a um cristão adventista do sétimo dia, ele lhe dirá que a única religião certa é a dele; já o cristão das assembléias de Deus, vai dizer que a única religião certa é a dele; e, entre essas duas igrejas, as diferenças são gritantes; Já o cristão católico apostólico romano vai dizer que a religião dele é que é a certa. Entendeu, caro leitor, como no mundo da ilusão religiosa as visões são muito diferentes? E o mesmo fenômeno ocorre em outras religiões não cristãs: islamismo, xintoísmo, judaísmo, hinduísmo, budismo, espiritismo etc.
Freud tem toda razão quando diz que o homem religioso apresenta debilidade intelectual. Por quê? Porque aceita facilmente uma doutrina religiosa, sem se dá ao trabalho de analisá-la, de criticá-la, de ver os absurdos, os erros e as contradições que estão contidos nela. E as provas que comprovam a afirmação de Freud estão aí, para qualquer um ver. Veja, leitor, como exemplo, os cristãos. Os fiéis, aqueles que frequentam igrejas cristãs, regra geral, não conhecem a Bíblia profundamente. Milhões deles simplesmente não a leem. Mesmo assim, defendem seu livro “sagrado” porque um líder religioso lhe passou a informação de que foi escrito por Deus e que não apresenta falhas. E os fiéis cristãos passam a acreditar nesse discurso, sem submetê-lo a uma análise crítica, sem ir aos livros em busca de elementos que comprovem a veracidade, ou não, da informação. Ora, quem aceita uma afirmação sem filtrá-la, sem questioná-la, sem estudá-la, vai fatalmente cair no erro, no engano. Na verdade, a Bíblia cristã não é aquele conjunto de livros propagado pelas igrejas cristãs. É um conjunto de livros muito antigo, de caráter marcantemente religioso. Por ser um conjunto de livros de caráter religioso, está lotado de lendas, mitos, alegorias, hipérboles, fábulas, contradições e erros de toda espécie. E o que digo aqui pode ser confirmado pelo que há de melhor na teologia, arqueologia bíblica, história dos hebreus etc. Porém, os cristãos que frequentam igrejas, por causa da debilidade intelectual alimentada pela crença religiosa, não conseguem enxergar essas características da Bíblia porque, se o fizessem, isso representaria o fim de sua ilusão religiosa.
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