domingo, 29 de novembro de 2015
O CRISTÃO EDEILDO OLIVEIRA E O 10º MANDAMENTO
O CRISTÃO EDEILDO OLIVEIRA E O 10º MANDAMENTO
Eustáquio
29/11/2015
Caro Edeildo Oliveira,
Mais uma vez quero deixar registrado aqui que nada tenho contra você. Porém, não posso deixar de dizer a verdade. Você, Edeildo, é um cristão evangélico. Logo, é uma pessoa que vive uma ilusão religiosa.
No artigo anterior, mostrei-lhe um erro praticado pelas igrejas cristãs acerca do 10º mandamento bíblico que se encontra em Êxodo 20:17. Veja, Edeildo, o que está escrito ali:
“17 Não desejarás a casa do teu próximo. Não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem cousa alguma que pertença ao teu próximo.”
Há outros erros na passagem bíblica acima, caro Edeildo! Porém, o erro cometido pelas igrejas cristãs está no “Não desejarás a mulher do teu próximo”. O que as igrejas cristãs pregam aos fiéis? Ora, elas dizem aos fiéis que esse mandamento era aplicado igualmente ao homem e à mulher porque o Deus Javé é justo. Para ser mais claro, elas pregam aos fiéis que, de acordo com a lei acima, o homem não pode desejar a mulher do próximo, e também a mulher não pode desejar o homem da próxima. Isso é verdade, caro Edeildo? Era esse o significado da lei acima para hebreus (Velho Testamento) e para judeus (Novo Testamento)? Claro que não! O erro das igrejas cristãs reside no fato de expor aos fiéis versículos bíblicos fora de seu contexto social. Naquelas sociedades, o verdadeiro significado do “Não desejarás a mulher do próximo” é mais feio do que se pensa. E posso até afirmar que deixa qualquer cristão sem chão.
Como já afirmei no artigo anterior, no mundo da Bíblia, esse mandamento aí era maravilhoso para o homem. Todavia, péssimo para a mulher. O homem, mesmo casado, podia fazer sexo com qualquer mulher, desde que ela não fosse casada ou prometida a outro homem. Ou seja, o homem casado não devia fidelidade conjugal à sua esposa. Podia traí-la. Já a mulher, não. A mulher casada jamais poderia fazer sexo com outro homem, sendo ele solteiro ou não. Ela devia fidelidade conjugal ao marido. Esse, caro Edeildo, é o verdadeiro sentido da expressão “Não desejarás a mulher do próximo”. Quem fez essa lei maravilhosa para o homem, e péssima para a mulher? Um deus? Um anjinho? O Satanás? O evangélico Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados? O cristão Renan Calheiros, presidente do Senado Federal? Não, caro Edeildo, nenhum deles fez essa lei. Quem fez essa lei maravilhosa para o homem foi, claro, o próprio homem hebreu que vivia numa sociedade patriarcal. Sociedade patriarcal é aquela em que o macho se destaca, em detrimento da mulher, da fêmea. Esse, caro Edeildo, é o mundo da Bíblia, que você infelizmente tenta ignorar. Sinto muito!
Mas, neste artigo, quero mostrar a você, caro Edeildo, mais duas aberrações nesse mandamento.
Vamos à primeira aberração. Veja com atenção o que aparece ali como objeto de desejo do homem: a CASA do próximo, a MULHER do próximo, o SERVO do próximo, a SERVA do próximo, o BOI do próximo, o JUMENTO do próximo e COISA ALGUMA do próximo. Repare bem, caro Edeildo, que a MULHER é equiparada a COISAS e a ANIMAIS IRRACIONAIS: casa, servo (escravo), serva (escrava), boi e jumento. Percebeu, Edeildo, como a mulher está no rol de coisas, de animais irracionais? Por quê? Ora, porque na sociedade hebraica (Velho Testamento) e na sociedade judaica (Novo Testamento) a mulher era considerada um ser inferior ao homem. É por isso que ela levava desvantagem em relação ao homem.
Veja agora, Edeildo, a segunda aberração do mandamento. Por favor, não fique zangado comigo por estar dizendo a verdade. Veja, Edeildo, como essas leis antigas foram mal feitas. O mandamento acima diz que o homem não podia desejar a casa do próximo, a mulher do próximo, o servo do próximo, a serva do próximo, o boi do próximo, o jumento do próximo e coisa alguma do próximo. Se fosse uma lei de hoje, bem feita, bastaria dizer o seguinte: “Não desejarás a mulher do próximo, nem coisa alguma que pertença ao próximo”. E ponto final. A expressão “coisa alguma” abrangeria a casa, o servo, a serva, o boi e o jumento. Entendeu, Edeildo, como o mandamento acima foi mal feito? Foi mal feito porque o povo hebreu não tinha a técnica legislativa que nós temos hoje, por exemplo, no Brasil. Do jeito que está aí, os erros são infantis demais. Diz, por exemplo, que o homem não pode desejar o boi e o jumento do próximo. Que infantilidade! Do jeito que está aí, alguém poderia desejar o gato do próximo, o camelo do próximo, o cavalo do próximo e o cachorro do próximo porque esses animais não estão no rol de animais indesejáveis. Entendeu, Edeildo, a infantilidade do mandamento bíblico acima?
Sinto muito!
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