segunda-feira, 30 de setembro de 2019

SE ESTÁ NA BÍBLIA...


                                 Eustáquio

        Em meu vídeo de ontem, com o título “Deus é...é...é”, o jovem Valdenir Félix fez o seguinte comentário:



              “Pois é, digníssimo mestre, se tais atrocidades estivessem escritas em qualquer outro livro religioso, provavelmente os crentes sentiriam repulsa, asco,...mas como está na bíblia,...deixa o pau torar, ..." a ignorância é uma bênção".


               Valdenir está com toda razão! Como o assunto é gostoso, resolvi fazer mais um vídeo, com mais um caso. Há alguns meses, no Egito, vários cristãos coptas foram degolados por radicais islâmicos, simplesmente porque não aderiram ao islamismo, não adoraram o deus Alá, nem o profeta Maomé. Qualquer pessoa em um bom estado mental, diante de um caso assim, fica profundamente revoltada com tamanha selvageria, não é mesmo? Os pobres cristãos foram barbaramente assassinados porque não tinham o direito de adorar o deus de sua preferência. Aqui, no Brasil, com razão, os cristãos se manifestaram indignados, afirmando que são perseguidos pelo mundo afora.
                Só que surge um problema. Se os cristãos brasileiros ficaram indignados com o trágico destino dos cristãos coptas egípcios, por que, então, não ficam também indignados com o deus hebreu, Moisés, Josué, Davi, Salomão e tantos outros personagens bíblicos? Por que os cristãos, nas igrejas, louvam esses personagens, já que eles, nas narrativas lendárias bíblicas, praticaram a mesma ação repulsiva? Uma desgraça fora da Bíblia não deixa de ser uma desgraça dentro da Bíblia.
            Veja bem: os cristãos coptas foram assassinados porque estavam adorando outro deus, que não Alá. E isso deixou os cristãos bastante revoltados pela falta de liberdade de crença. Todavia, em Êxodo, capítulo 32, o deus hebreu e o Moisés tiveram o mesmo comportamento que os radicais islâmicos. Moisés, primeiramente, mandou matar, ao fio da espada, quase três mil pessoas porque elas estavam adorando outro deus, o deus Bezerro de Ouro, e não o deus hebreu. Como se vê facilmente, a razão das carnificinas é a mesma: a falta de liberdade de crença. Segundo a visão dos radicais islâmicos, os cristãos coptas não tinham a liberdade de adorar outro deus, a não ser o Alá. E, segundo a visão do deus hebreu e de Moisés, os hebreus não tinham a liberdade de adorar outro deus. Isto é, o deus hebreu, Moisés e os radicais islâmicos agiram motivados pela mesma doença: a não aceitação da crença de outras pessoas. Só que os cristãos cantam hinos de louvor a Moisés, ao mesmo tempo em que se revoltam contra os radicais islâmicos, que, repito, praticaram a mesma maldade cometida por Moisés.
           Por que os cristãos, então, agem assim, irracionalmente? Simplesmente por causa da crença religiosa que aliena e deturpa.
                     O Valdenir Félix rapidamente percebeu.

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