Eustáquio
Sigmund
Freud (1856 – 1939), o Pai da Psicanálise, judeu e ateu, em seu livro “O futuro de uma ilusão”,
2010, editora Pallotti, nas páginas 111 e 112, assim escreve:
“As
verdades contidas nas doutrinas religiosas estão de tal maneira deformadas e
sistematicamente disfarçadas que a massa dos seres humanos não pode reconhecê-las
como verdades.”
O grande Freud deixou registrado que as doutrinas religiosas são
extremamente deformadas, apenas disfarçadas de verdades. Para provar essa
verdade freudiana, trago aqui uma observação feita pelo ateu Leonardo Marcolino
que possui um canal no “You Tube”. Hoje, em meu canal, coloquei o vídeo em que
o Léo narra, de forma brilhante, sua trajetória religiosa até chegar ao
ateísmo. Veja o que ele diz num dado momento:
“Quando acontece alguma coisa boa, ah, é
Deus que ajudou. E quando acontece uma coisa ruim, Deus não pode interferir no
livre-arbítrio. Porra, então é, sempre tem um lugar para encaixar Deus.”
Brilhante o raciocínio do Léo! Brilhante! Se o Freud estivesse vivo e
visto o vídeo do Léo, com certeza iria elogiá-lo. O Léo afirma uma verdade: as
afirmações de caráter religioso são deformadas, fora da realidade, eivadas de
irracionalidade, completamente falsas. O Léo disse que, quando ocorre alguma
coisa boa com uma pessoa religiosa, ela diz que Deus ou o seu santo preferido
interveio para salvá-la. Só que, quando ocorre uma desgraça com alguém, uma
pessoa religiosa afirma que Deus não pôde salvá-la porque não pode interferir
no livre-arbítrio. Você, que está assistindo a esse vídeo nesse momento,
percebeu a ingenuidade das afirmações? Notou que as afirmações religiosas são
completamente deformadas? Para explicar melhor esse fenômeno, trago dois
exemplos práticos: o caso do padre Marcelo Rossi e o de uma criança com apenas
2 anos de idade que morreu afogada na piscina da casa de seus pais há alguns
meses, aqui em Brasília.
O padre Marcelo Rossi,
no dia 14 de julho do corrente ano, um domingo, enquanto celebrava uma missa,
foi empurrado por uma fiel, caindo ao solo. Em razão da dinâmica da queda, não
sofreu lesão grave. E qual foi a explicação dele? Religiosa, claro! Ele afirmou
que Nossa Senhora passou na frente dele, protegendo-o, daí não sofreu lesão
alguma. Ou seja, Nossa Senhora interveio para salvá-lo. A opinião do padre se
encaixa certinho na afirmação do Léo quando disse que, diante de uma coisa boa,
a pessoa religiosa sempre alega que Deus ou algum santo interveio para
salvá-la. E foi justamente a atitude do padre Marcelo Rossi.
E diante de uma coisa
ruim? As afirmações das pessoas religiosas são as mesmas? Claro que não! Veja o
caso da criança com apenas 2 anos de idade que morreu afogada na piscina da
casa de seus pais. Os pais, por alguns segundos, desviaram os olhos da criança.
Foi o suficiente para que ela chegasse à piscina, encontrando a morte. Imagine
a pobre mãe, desesperada, perguntando ao padre Marcelo Rossi por que Deus ou
Nossa Senhora não salvaram sua filha. O que o padre diria a essa infeliz mãe? Ora,
ele diria que Deus ou Nossa Senhora não podem intervir para salvar a alguém por
causa do livre-arbítrio. Por favor, não ria, deixe para rir depois do vídeo. A
mãe da criancinha poderia se manifestar assim:
“Mas, padre Marcelo, ora, o Senhor
mesmo afirmou que Nossa Senhora interveio para salvá-lo, isto é, Nossa Senhora
interferiu no livre-arbítrio da mulher. E, para ser sincera, nem livre-arbítrio
a mulher possuía porque tem problemas mentais. Se Nossa Senhora, padre Marcelo,
interveio para salvá-lo, o Senhor um homem adulto, com maior razão ainda, ela
deveria ter interferido para salvar minha filha, que, aliás, era um ser
inocente com apenas 2 anos de idade. Como é que o Senhor, padre Marcelo, pode
afirmar uma maluquice desse quilate?”
Com certeza, o padre
Marcelo Rossi ficaria calado e envergonhado. Ora, como é possível, ele afirmar
que Nossa Senhora interveio para salvá-lo, e, ao mesmo tempo, afirmar que Nossa
Senhora não pôde salvar a criancinha inocente por causa do livre-arbítrio? Ora,
criancinhas não possuem o livre-arbítrio, não sabem o que estão fazendo. Você,
que está assistindo a esse vídeo, percebeu a maluquice contida na afirmação
religiosa? Ora, é irracional o padre afirmar que ele escapou porque Nossa
Senhora interveio, e, ao mesmo tempo, afirmar que Nossa Senhora não pode
intervir para salvar a alguém. Como dizer isso, se, no caso dele, interveio. E nos outros casos não? No vídeo, com razão, Léo quase rir diante de
tamanha ignorância religiosa. Ele mostra indiretamente o absurdo contido na
afirmação do padre. Ora, se uma pessoa religiosa afirma que foi salva por um
deus ou por um santo, jamais pode dizer que um deus ou um santo não pôde
interferir para salvar a alguém que teve um fim triste. Na própria ideia do
padre, Nossa Senhora interveio para evitar um mal maior. No caso da criancinha
inocente que morreu afogada, Nossa Senhora, que podia intervir, deixou de
fazê-lo. Desconheço uma ideia mais maluca que essa!
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