segunda-feira, 23 de setembro de 2019

DEUS AGE... ASSIM!



                                                                                                              Eustáquio



             Sigmund Freud (1856 – 1939), o Pai da Psicanálise, judeu e ateu, em seu livro “O futuro de uma ilusão”, 2010, editora Pallotti, nas páginas 111 e 112, assim escreve:



        “As verdades contidas nas doutrinas religiosas estão de tal maneira deformadas e sistematicamente disfarçadas que a massa dos seres humanos não pode reconhecê-las como verdades.”



          O grande Freud deixou registrado que as doutrinas religiosas são extremamente deformadas, apenas disfarçadas de verdades. Para provar essa verdade freudiana, trago aqui uma observação feita pelo ateu Leonardo Marcolino que possui um canal no “You Tube”. Hoje, em meu canal, coloquei o vídeo em que o Léo narra, de forma brilhante, sua trajetória religiosa até chegar ao ateísmo. Veja o que ele diz num dado momento:



       “Quando acontece alguma coisa boa, ah, é Deus que ajudou. E quando acontece uma coisa ruim, Deus não pode interferir no livre-arbítrio. Porra, então é, sempre tem um lugar para encaixar Deus.”



       Brilhante o raciocínio do Léo! Brilhante! Se o Freud estivesse vivo e visto o vídeo do Léo, com certeza iria elogiá-lo. O Léo afirma uma verdade: as afirmações de caráter religioso são deformadas, fora da realidade, eivadas de irracionalidade, completamente falsas. O Léo disse que, quando ocorre alguma coisa boa com uma pessoa religiosa, ela diz que Deus ou o seu santo preferido interveio para salvá-la. Só que, quando ocorre uma desgraça com alguém, uma pessoa religiosa afirma que Deus não pôde salvá-la porque não pode interferir no livre-arbítrio. Você, que está assistindo a esse vídeo nesse momento, percebeu a ingenuidade das afirmações? Notou que as afirmações religiosas são completamente deformadas? Para explicar melhor esse fenômeno, trago dois exemplos práticos: o caso do padre Marcelo Rossi e o de uma criança com apenas 2 anos de idade que morreu afogada na piscina da casa de seus pais há alguns meses, aqui em Brasília.
           O padre Marcelo Rossi, no dia 14 de julho do corrente ano, um domingo, enquanto celebrava uma missa, foi empurrado por uma fiel, caindo ao solo. Em razão da dinâmica da queda, não sofreu lesão grave. E qual foi a explicação dele? Religiosa, claro! Ele afirmou que Nossa Senhora passou na frente dele, protegendo-o, daí não sofreu lesão alguma. Ou seja, Nossa Senhora interveio para salvá-lo. A opinião do padre se encaixa certinho na afirmação do Léo quando disse que, diante de uma coisa boa, a pessoa religiosa sempre alega que Deus ou algum santo interveio para salvá-la. E foi justamente a atitude do padre Marcelo Rossi.
             E diante de uma coisa ruim? As afirmações das pessoas religiosas são as mesmas? Claro que não! Veja o caso da criança com apenas 2 anos de idade que morreu afogada na piscina da casa de seus pais. Os pais, por alguns segundos, desviaram os olhos da criança. Foi o suficiente para que ela chegasse à piscina, encontrando a morte. Imagine a pobre mãe, desesperada, perguntando ao padre Marcelo Rossi por que Deus ou Nossa Senhora não salvaram sua filha. O que o padre diria a essa infeliz mãe? Ora, ele diria que Deus ou Nossa Senhora não podem intervir para salvar a alguém por causa do livre-arbítrio. Por favor, não ria, deixe para rir depois do vídeo. A mãe da criancinha poderia se manifestar assim:



            “Mas, padre Marcelo, ora, o Senhor mesmo afirmou que Nossa Senhora interveio para salvá-lo, isto é, Nossa Senhora interferiu no livre-arbítrio da mulher. E, para ser sincera, nem livre-arbítrio a mulher possuía porque tem problemas mentais. Se Nossa Senhora, padre Marcelo, interveio para salvá-lo, o Senhor um homem adulto, com maior razão ainda, ela deveria ter interferido para salvar minha filha, que, aliás, era um ser inocente com apenas 2 anos de idade. Como é que o Senhor, padre Marcelo, pode afirmar uma maluquice desse quilate?”



           
            Com certeza, o padre Marcelo Rossi ficaria calado e envergonhado. Ora, como é possível, ele afirmar que Nossa Senhora interveio para salvá-lo, e, ao mesmo tempo, afirmar que Nossa Senhora não pôde salvar a criancinha inocente por causa do livre-arbítrio? Ora, criancinhas não possuem o livre-arbítrio, não sabem o que estão fazendo. Você, que está assistindo a esse vídeo, percebeu a maluquice contida na afirmação religiosa? Ora, é irracional o padre afirmar que ele escapou porque Nossa Senhora interveio, e, ao mesmo tempo, afirmar que Nossa Senhora não pode intervir para salvar a alguém. Como dizer isso, se, no caso dele, interveio. E nos outros casos não? No vídeo, com razão, Léo quase rir diante de tamanha ignorância religiosa. Ele mostra indiretamente o absurdo contido na afirmação do padre. Ora, se uma pessoa religiosa afirma que foi salva por um deus ou por um santo, jamais pode dizer que um deus ou um santo não pôde interferir para salvar a alguém que teve um fim triste. Na própria ideia do padre, Nossa Senhora interveio para evitar um mal maior. No caso da criancinha inocente que morreu afogada, Nossa Senhora, que podia intervir, deixou de fazê-lo. Desconheço uma ideia mais maluca que essa!
             

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