Eustáquio
Você
sabia que, na Bíblia cristã, de Gênesis ao Apocalipse, a ignorância é louvada?
Vamos explicar isso direitinho.
Peguemos o primeiro livro da Bíblia, o livro de Gênesis. Em Gênesis, capítulo
2, versículos 16 e 17, está escrito:
“16 E o Senhor Deus lhe deu esta
ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente,
17 mas da árvore do conhecimento
do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.”
No segundo relato lendário da criação, Adão, o
macho, foi criado primeiramente. Deus diz a Adão que ele poderia comer de todos
os frutos das árvores que estavam no Jardim do Éden, porém, não poderia comer
do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Naquele momento, Adão era
um homem profundamente ignorante, tão ignorante que não tinha conhecimento do
que era bom e do que era mal. Não sabia discernir as duas coisas. Era, de fato,
um tremendo imbecil! E Deus estava muito feliz pelo fato de o homem ser um
idiota. Depois, Deus fez a mulher, a fêmea. E a ignorância de Adão foi
transmitida também a ela.
Num certo dia, a
Serpente convenceu Eva a comer do fruto da árvore do conhecimento. Eva,
bastante idiota, imbecil, comeu do fruto, e seus olhos se abriram para o mundo,
a partir daí foi infestada pelo conhecimento. Agora, já sabia discernir o que
era do bem e o que era do mal. A essa altura, Adão ainda continuava um
ignorante em potencial. Levado pela Eva, comeu também do fruto, e deixou também
de ser um idiota, um ignorante. O casal agora era possuidor do conhecimento. Deu
adeus à ignorância. Esse fato fez com que Deus ficasse bastante irado, raivoso.
O desejo de Deus era que o casal permanecesse em estado eterno de ignorância,
de desconhecimento do bem e do mal. Bastante irado, Deus os castigou e os
expulsou do Jardim do Éden.
Há muitas ingenuidades nesse relato bíblico.
Mas aqui me refiro, no momento, apenas à conquista do conhecimento, o abandono
da ignorância. Adão e Eva foram castigados por Deus pelo fato de terem
adquirido o conhecimento, de terem saído da ignorância. Percebeu, leitor, como
os relatos bíblicos louvam a ignorância? Se Adão e Eva não tivessem comido
daquele fruto, jamais teriam adquirido o conhecimento.
Vamos agora ao
Novo Testamento. Também lá a ignorância é louvada. Os cristãos, é óbvio,
criticavam o conhecimento, a inteligência, a razão, porque sua doutrina era
ingênua, escandalosa e tola. Em todo o Novo Testamento, a ignorância é também
louvada. Os discípulos escolhidos por Jesus, por exemplo, eram pescadores
pobres e analfabetos. Ignorantes, pois! E Jesus também era analfabeto, não sabia escrever. Tudo indica que ele
sabia ler, mas escrever, não. No livro de João, há uma passagem afirmando que Jesus
escreveu na areia. Isso aí foi mais uma invenção de João. Essa passagem sobre a
mulher adúltera não fazia parte dos evangelhos primitivos. Foi um acréscimo
posterior. João inventou que Jesus escreveu alguma coisa, pelo menos numa
miserável areia.
Vamos para frente.
Em 1 Coríntios, capítulo 1, versículo 19, o apóstolo Paulo escreve:
“Pois está escrito:
Destruirei a sabedoria dos
sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos.”
Percebeu, leitor, como a Bíblia louva a ignorância,
o desconhecimento, a irracionalidade? A sabedoria e a inteligência são vistas
como um mal. No mesmo livro, no capítulo 3, versículo 20, Paulo reforça:
“E outra vez:
O Senhor conhece os
pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos.”
Por que essa indignação dos cristãos diante da
sabedoria, do conhecimento, da racionalidade? Ora, porque eles pregavam o
absurdo, tais como: divindade de Jesus, nascimento virginal, ressurreição de
mortos, arrebatamento de cadáveres, ressurreição de Jesus, sofrimento eterno no
inferno etc. Mesmo numa época marcada pela pobreza e analfabetismo, havia
pessoas que eram dadas à leitura, sábias e inteligentes. Obviamente, essas
pessoas afirmavam que o cristianismo era mais uma seita, mais uma superstição.
Aí está o porquê de os cristãos condenarem a sabedoria e a inteligência.
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