Eustáquio
O
espanhol Juan Arias (teólogo, filósofo, psicólogo, jornalista, escritor e especialista
em línguas semíticas), em seu livro “A
Bíblia e seus segredos”, 2004, Editora Objetiva, na
página 30, entre outras coisas, escreve o seguinte:
“É lógico, portanto, que a
Bíblia apresente erros e contradições, exageros e mitos misturados com fatos
reais.”
Veja, neste artigo, mais um erro bíblico clássico
atribuído a Jesus. Quando me refiro a Jesus, não estou tratando do Jesus
histórico, mas do Jesus que está presente no Novo Testamento da Bíblia cristã.
O Jesus histórico é quase um nada! Que isso fique bem claro, portanto!
No evangelho de
Marcos, capítulo 2, versículos 25 e 26, está escrito:
“25 Mas ele lhes respondeu:
Nunca lestes o que fez Davi, quando se viu em necessidade e teve fome, ele e os
seus companheiros?
26 Como entrou na Casa de
Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, os
quais não é lícito comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que estavam
com ele?”
Nesses versículos, Jesus e seus discípulos, num dia
de sábado, estão passando por um campo de cereais. Seus discípulos, com fome,
aproveitaram para colher espigas. Naquela época, era proibido qualquer trabalho
no dia de sábado. Os fariseus viram os discípulos pegando as espigas, e foram
reclamar com Jesus. Disseram-lhe que era proibido colher espigas naquele dia.
Jesus, então,
respondeu aos fariseus, dizendo-lhes que eles deveriam ver, nas escrituras, o
que ocorreu na época do rei Davi. E Jesus disse que Davi, no tempo do sumo
sacerdote Abiatar, com muita fome, comeu os pães da proposição, os quais eram
proibidos para o povo em geral. Mesmo assim, Davi os comeu.
Na afirmação atribuída a Jesus, existe
um erro claro e clássico. Ora, o rei Davi não fez nada disso quando Abiatar era
o sumo sacerdote. Vê-se, pois, que Jesus cometeu mais um erro, perdendo sua
onisciência. Jesus citou aos fariseus a passagem que está no Velho Testamento,
precisamente em 1 Samuel, capítulo 21, versículos 1 a 6. Ali, o rei Davi comeu
os pães da proposição, no tempo do sumo sacerdote Aimeleque, que era o pai de
Abiatar. Jesus confundiu o pai com o filho porque, obviamente, não estava com o
texto antigo em suas mãos.
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