segunda-feira, 30 de setembro de 2019

SE ESTÁ NA BÍBLIA...


                                 Eustáquio

        Em meu vídeo de ontem, com o título “Deus é...é...é”, o jovem Valdenir Félix fez o seguinte comentário:



              “Pois é, digníssimo mestre, se tais atrocidades estivessem escritas em qualquer outro livro religioso, provavelmente os crentes sentiriam repulsa, asco,...mas como está na bíblia,...deixa o pau torar, ..." a ignorância é uma bênção".


               Valdenir está com toda razão! Como o assunto é gostoso, resolvi fazer mais um vídeo, com mais um caso. Há alguns meses, no Egito, vários cristãos coptas foram degolados por radicais islâmicos, simplesmente porque não aderiram ao islamismo, não adoraram o deus Alá, nem o profeta Maomé. Qualquer pessoa em um bom estado mental, diante de um caso assim, fica profundamente revoltada com tamanha selvageria, não é mesmo? Os pobres cristãos foram barbaramente assassinados porque não tinham o direito de adorar o deus de sua preferência. Aqui, no Brasil, com razão, os cristãos se manifestaram indignados, afirmando que são perseguidos pelo mundo afora.
                Só que surge um problema. Se os cristãos brasileiros ficaram indignados com o trágico destino dos cristãos coptas egípcios, por que, então, não ficam também indignados com o deus hebreu, Moisés, Josué, Davi, Salomão e tantos outros personagens bíblicos? Por que os cristãos, nas igrejas, louvam esses personagens, já que eles, nas narrativas lendárias bíblicas, praticaram a mesma ação repulsiva? Uma desgraça fora da Bíblia não deixa de ser uma desgraça dentro da Bíblia.
            Veja bem: os cristãos coptas foram assassinados porque estavam adorando outro deus, que não Alá. E isso deixou os cristãos bastante revoltados pela falta de liberdade de crença. Todavia, em Êxodo, capítulo 32, o deus hebreu e o Moisés tiveram o mesmo comportamento que os radicais islâmicos. Moisés, primeiramente, mandou matar, ao fio da espada, quase três mil pessoas porque elas estavam adorando outro deus, o deus Bezerro de Ouro, e não o deus hebreu. Como se vê facilmente, a razão das carnificinas é a mesma: a falta de liberdade de crença. Segundo a visão dos radicais islâmicos, os cristãos coptas não tinham a liberdade de adorar outro deus, a não ser o Alá. E, segundo a visão do deus hebreu e de Moisés, os hebreus não tinham a liberdade de adorar outro deus. Isto é, o deus hebreu, Moisés e os radicais islâmicos agiram motivados pela mesma doença: a não aceitação da crença de outras pessoas. Só que os cristãos cantam hinos de louvor a Moisés, ao mesmo tempo em que se revoltam contra os radicais islâmicos, que, repito, praticaram a mesma maldade cometida por Moisés.
           Por que os cristãos, então, agem assim, irracionalmente? Simplesmente por causa da crença religiosa que aliena e deturpa.
                     O Valdenir Félix rapidamente percebeu.

domingo, 29 de setembro de 2019

O MEU DEUS É...É...É...




                                                                          Eustáquio


               
            Em meu vídeo “Deus e a peste sobre o povo de Israel”, publicado ontem, dia 28, até o presente momento, apenas um cristão lançou um comentário que, diga-se de passagem, como é natural, nada diz sobre o teor do vídeo. Todavia, resolvi fazer esse vídeo para mostrar a todos como funciona o fenômeno religioso. Eis o comentário do cristão que se apresenta como Josué pedras preciosas:


           Como sempre des do principio, os ateus reprovando as obras de Deus. e vivendo pertubados com a palavra. (falsa) e a palavras que sai da boca dos "ateistas"



            O Josué, com certeza, nem assistiu a meu vídeo. Apenas por saber que se trata de um vídeo de um ateu, ele já vai logo condenando. Em sua inocência religiosa, Josué diz que os ateus reprovam as obras de Deus. E diz também que são falsas as afirmações do ateus. Se o Josué fosse meu filho, hoje, eu estaria bastante preocupado com ele.
           Antes de analisar o comentário de Josué, trago aqui o Sigmund Freud (1856 – 1939), o Pai da Psicanálise, judeu e ateu. Em seu livro “O futuro de uma ilusão”, editora Pallotti, 2010, nas páginas 118 e 119, Freud escreve:



               “O homem é um ser de inteligência débil, dominado pelos seus desejos impulsionais. (...) O crente não se deixará privar de sua crença – não à força de argumentos e não à força de proibições. Caso se conseguisse isso com alguns, seria uma crueldade. Quem tomou soníferos por décadas obviamente não poderá dormir quando privado do remédio.”




                Freud lançou esse livro em 1927, portanto, há 92 anos, isto é, há quase um século. Assim, há quase um século, Freud já analisava o comentário recente do Josué feito aqui, no Brasil. O Josué é um crente, um cristão. Acredita no deus hebreu. Crê que a Bíblia é a palavra desse deus. E qual foi o esforço dele para chegar a essas constatações? Nenhum! Obviamente, nenhum! Josué, desde o berço, recebeu essa crença religiosa de seus pais. Se seus pais não fossem brasileiros, mas iranianos, Josué, hoje, não se referiria à Bíblia, mas ao Corão. Não estaria invocando a Jesus, mas o profeta Maomé. E, se seus pais fossem chineses, Josué hoje seria um adepto de Buda. Como se vê facilmente, a crença religiosa é um produto cultural, oriundo do meio em que determinada pessoa vive. É o meio em que a pessoa vive que vai dizer em que deus acreditar e a que religião se filiar.
             Assim, desde o berço, Josué está mergulhado na ilusão religiosa cristã. Freud, com maestria, já afirmava que um crente não se afastará facilmente de sua crença religiosa. Nem adianta a força dos argumentos, muito menos, a força das proibições. O crente religioso não está nem aí para os argumentos que quebram sua ilusão, por mais fortes que sejam. Não está também nem aí para as proibições que afetam sua crença religiosa, por mais terríveis que elas sejam. E isso ocorre porque o crente, no dizer de Freud, toma soníferos (ilusão religiosa) há muito tempo, razão por que fica viciado, preso a esses soníferos, dependente desses soníferos. Para o crente abandonar esses soníferos, dos quais se tornou dependente, é preciso muita força interna. É necessário que ele, e somente ele, tome essa decisão. De nada adianta, alguém de fora apresentar-lhe os mais fortes argumentos, ou proibi-lo de manifestar sua crença. A decisão, pois, deve partir dele, e de ninguém mais. É a mesma coisa que está no “slogan” dos Alcoólicos Anônimos (AA):



             “Se você quer beber, o problema é seu; se você quer parar de beber, o problema é nosso.”



              O alcoólatra, para entrar no AA, é preciso que queira parar de beber. Ele tem que querer, que desejar abandonar o vício. Se ele não quer deixar de beber, nem adianta. O problema é dele. Igualmente o crente religioso. Em minha página, recebo comentários de várias pessoas que eram crentes fanáticos, presos a várias igrejas. Porém, atualmente, são ateus fervorosos. Trago, como exemplo, o teólogo e pedagogo Fábio de Oliveira Lima, que possui um canal com o mesmo nome. O Fábio foi evangélico fervoroso durante 17 anos. Acreditava em tudo o que seus líderes lhe diziam. Hoje, arrepende-se amargamente de ter acreditado nessas bobas fantasias. Como o Fábio conseguiu abandonar sua crença cristã que lhe foi transmitida por seus pais desde o berço? Ele conseguiu sair da ilusão religiosa cristã a partir do momento em que começou a estudar profundamente a Bíblia, quando as dúvidas começaram a aparecer. Não foi simplesmente um ateu que o convenceu. Ele mesmo começou a questionar, a duvidar. E não deu outra.

            O Josué, torço muito, talvez consiga enxergar a verdade tão cristalina, a exemplo do Fábio, do Ferreira Rassier, do Leonardo Marcolino, do Aparecido Tadei, do Kennedy Litaiff e tantos outros.
            Veja como o Josué, por causa de sua crença religiosa, não consegue ver a realidade tão clara. Naquele vídeo, mostrei a péssima visão de justiça do mundo da Bíblia. Apresentei ali o relato que está em 2 Samuel 24:1. Ali, o deus hebreu incita o rei Davi a realizar o censo em Israel e Judá. No relato lendário bobo, o deus hebreu leva o Davi a fazer o censo. Acaba-se a responsabilidade do rei. A responsabilidade é apenas do deus hebreu. E o pior é que o deus hebreu resolveu punir Davi por ter feito o censo. E o pior ainda é que não puniu o rei, mas o povo, coitado, que não teve culpa no cartório. Qualquer pessoa normal, que faz uso do cérebro, que raciocina, que compara, vê logo que esse relato bíblico é muito bobo, cheio de infantilidades. Mas o Josué não vê essa realidade porque, desde o berço, toma soníferos, que o impede de enxergar essa verdade.
              Traço um paralelo dessa fantasia bíblica com um caso hipotético atual, aqui, no Brasil. Suponha que um governador de um estado brasileiro mande matar uma família composta por 5 pessoas. Ele foi o mandante dos homicídios, da chacina. A Justiça brasileira, em vez de condená-lo pelos crimes, resolve condenar e prender setenta mil cidadãos inocentes que não tiveram participação alguma nos homicídios. Isto é, setenta mil pessoas inocentes pagando pela ação desastrada do governador. Isso não seria um absurdo inimaginável? Sim, seria! Até o cristão Josué diria que é um absurdo o povo pagar pelo que o governador fez. Só que, quando um absurdo idêntico a esse está na Bíblia, aí o cristão Josué não consegue enxergar porque colocaram na cabeça dele que ela é a palavra de Deus. Não consegue ver as barbaridades atribuídas ao deus hebreu. Não consegue ver a visão errônea de justiça daquele povo. Não consegue ver que deus algum moderno existe ali. Não consegue ver que o deus hebreu é mais um deus criado por um povo arcaico.             

sábado, 28 de setembro de 2019

DEUS E A PESTE SOBRE O POVO




                                                                          Eustáquio

               
                Nos 4 vídeos anteriores, apresentei contradições e erros no que está nos livros de 2 Samuel 24:1 e 1 Crônicas 21:1. Trata-se do censo que o rei Davi mandou realizar em Israel e em Judá. Nesse vídeo, mostrarei mais uma discrepância.
                No relato lendário bíblico, em 2 Samuel, o deus hebreu incitou a Davi para levantar o censo. A responsabilidade, portanto, era do próprio deus hebreu. Como se trata de uma história bastante infantil, depois de Davi ter concluído o censo, o deus hebreu ficou muito irado com ele. Não deveria ter ficado com raiva de Davi porque este havia feito exatamente aquilo que o deus hebreu havia incitado. Pois bem! Então, o deus hebreu colocou, diante de Davi, 3 punições para que ele escolhesse uma. Obviamente, o deus hebreu perdeu a onisciência, já que colocara 3 punições para que Davi escolhesse uma. E quais foram as 3 punições? Elas estão no versículo 13 de 2 Samuel 24, a saber: 7 anos de fome em Israel, ou 3 meses de fuga do rei Davi, ou 3 dias de peste em Israel?
          Na verdade, o rei Davi não deveria sofrer punição alguma porque foi incitado pelo próprio deus hebreu a levantar o censo. E é fácil ver que há um problema muito sério com a noção de justiça do deus hebreu. Das 3 punições, 2 são absurdamente injustas porque punem o povo de Israel que não teve culpa alguma por Davi ter levantado o censo: fome ou peste em Israel. O rei Davi escolheu a 3ª opção, isto é, a peste sobre o povo de Israel durante 3 dias. E aí o deus hebreu desceu a marretada. Lançou uma peste sobre o povo inocente, matando setenta mil pessoas.
             Esse relato se repete em 1 Crônicas 21, com inúmeras contradições e erros. E, em relação às 3 punições, uma contradição, uma discrepância. Como você viu, em 2 Samuel 24:13, a 1ª punição: 7 anos de fome em Israel. Já, em 1 Crônicas 21:12, a 1ª punição: 3 anos de fome em Israel. Percebeu a diferença, a contrariedade entre os dois livros bíblicos? Em 2 Samuel, 7 anos de fome; em 1 Crônicas, 3 anos de fome. Matematicamente, 7 anos não são 3 anos. Percebeu? Eis mais uma discrepância bíblica, clara, cristalina e incontestável.
                O problema é que os cristãos evangélicos fundamentalistas pregam que a Bíblia é a palavra de Deus, isenta de lendas, mitos, contradições e erros. Essa propaganda é completamente falsa, alimentada por um fanatismo cego e intolerante. Deus algum existe, deus algum possui um livro sequer. É o homem que cria deuses, é o homem que cria livros. Trago aqui, novamente, o cristão fundamentalista evangélico, doutor em teologia, para tentar dizer que não há a contradição bíblica que eu acabei de mencionar. Esse cristão é o Norman Geisler, norte-americano, que faleceu recentemente, em julho deste ano. Em muitos vídeos, mostro inúmeras contradições e erros bíblicos, e apresento as explicações do Norman. O que ele escreve, leva as pessoas sérias ao riso porque é impossível afirmar que a Bíblia não está lotada de contradições. O Norman Geisler fez muito sucesso entre os evangélicos nos EUA e aqui, no Brasil. Seu principal livro é o “Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia”. Estou aqui com a 4ª edição, 1999, Editora Mundo Cristão. Na página 186, Geisler escreve inutilmente no sentido de afastar a discrepância, só que a coisa piora mais ainda. Antes de mostrar as explicações dele, gostaria de que você, que está assistindo a esse vídeo, pegasse novamente um lenço ou um pano de limpar pratos, ou um papel higiênico, sei lá, para limpar suas lágrimas porque você vai rir muito diante das explicações do Geisler. Então veja agora a explicação do Geisler:



           “Alguns comentaristas propõem que o profeta Gade realmente confrontou Davi em duas ocasiões diferentes. (...) Os que oferecem esta solução presumem que 2 Samuel tenha registrado o primeiro encontro de Gade com Davi, no qual as opções foram apresentadas para a consideração de Davi, e que após jejum e oração, Gade retornou para saber da decisão de Davi. Nesse ínterim, Deus reduziu a duração do tempo de fome de sete anos para três anos, em resposta a uma súplica de Davi.”



           O que foi que eu disse na metade desse vídeo? Que você deve ter muito cuidado com livros religiosos, principalmente evangélicos, porque só levam seus leitores ao erro. Como é impossível afastar essa discrepância bíblica, o Norman Geisler inventa loucuras que não estão nos textos analisados. Mais uma vez, ele deturpa a Bíblia, e a coisa fica pior ainda. Ele afirma que, em 2 Samuel, houve o primeiro encontro entre o profeta Gade e o rei Davi. Nesse primeiro encontro, Gade apresentou as 3 opções. Depois foi embora. O rei Davi passou a examinar a 3 opções. Orou bastante e jejuou. E aí Gade se encontrou pela segunda vez com o rei Davi para saber o que ele havia decidido. E, nesse momento, o deus hebreu, comovido com as orações e jejuns do rei Davi, voltou atrás, reduzindo os 7 anos de fome para 3. Que maluquice! Que falta de honestidade intelectual!
             Ora, nos dois textos, nunca houve os dois encontros inventados por Norman Geisler, mas apenas um. O rei Davi, na mesma hora, diante de Gade, fez a escolha. Não passou dias orando e jejuando. Respondeu na mesma hora. Veja os versículos 13 e 14 de 2 Samuel 24. Gade diz a Davi:



       “Delibera, agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou.”



       E Davi, de imediato, dá a resposta. E o Geisler, com suas explicações, ainda piora a coisa. Ele diz que, depois das orações e jejuns de Davi, o deus hebreu voltou atrás, isto é, mudou de decisão, reduzindo a punição de 7 anos para 3. E o pior é que ele diz, em outra página de seu livro, que o deus hebreu não volta atrás. E veja que o Geisler fez sucesso no mundo evangélico. Não poderia ser diferente. E Geisler nem pensou em outra maluquice presente nessa sua ingênua afirmação. Ele diz que o deus hebreu voltou atrás, reduzindo a punição de 7 anos de fome para 3 anos. Ora, é uma doidice reduzir a pena de 7 anos de fome para 3, se não foi essa a pena aplicada, mas a de 3 dias de peste. O deus hebreu perdeu tempo porque a pena aplicada foi outra. E, se o Geisler raciocinasse normalmente, teria escrito que essa punição ao povo de Israel era injusta porque o responsável pelo censo foi o próprio deus hebreu. E se o responsável tivesse sido o rei Davi, somente ele deveria ser punido, e não o povo.      
             Cuidado, muito cuidado, com livros cristãos, principalmente evangélicos, porque só levam seus leitores ao erro.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

DEUS E O CENSO DE DAVI




                                                                          Eustáquio

               
                              Como é do conhecimento de qualquer estudioso sério da Bíblia, ela está repleta de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições, discrepâncias e erros das mais variadas espécies. Em meu vídeo com o título “Deus ou o Satanás?”, publicado ontem, fiz uma abordagem sobre mais uma contradição bíblica. Mostrei ali que, no livro de 2 Samuel 24:1, está escrito que o deus hebreu incitou o rei Davi a fazer o censo de Israel e Judá. Já, no livro de 1 Crônicas 21:1, está escrito que não foi o deus hebreu que incitou o rei Davi a fazer o censo de Israel e Judá, mas o Satanás. Essas contradições estão presentes em toda a Bíblia porque os escritores iam copiando textos dos outros, modificando-os, alterando-os, de forma livre e descompromissada. Cada um deles colocava em seu texto o que lhe era agradável, já que não estava preso ao ponto de vista dos outros. Daí a existência de um mundo de contradições nos textos bíblicos.
               O problema é que os cristãos evangélicos fundamentalistas pregam que a Bíblia é a palavra de Deus, isenta de lendas, mitos, contradições e erros. Essa propaganda é completamente falsa, alimentada por um fanatismo cego e intolerante. Deus algum existe, deus algum possui um livro sequer. É o homem que cria deuses, é o homem que cria livros. Só para você ter uma ideia, trago aqui, de propósito, um cristão fundamentalista evangélico, doutor em teologia, para tentar dizer que não há a contradição bíblica que eu acabei de mencionar. Esse cristão é o Norman Geisler, norte-americano, que faleceu recentemente, em julho deste ano. Em muitos vídeos, mostro inúmeras contradições e erros bíblicos, e apresento as explicações do Norman. O que ele escreve, leva as pessoas sérias ao riso porque é impossível afirmar que a Bíblia não está lotada de contradições. O Norman Geisler fez muito sucesso entre os evangélicos nos EUA e aqui, no Brasil. Seu principal livro é o “Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘Contradições’ da Bíblia”. Estou aqui com a 4ª edição, 1999, Editora Mundo Cristão. Na página 185, Geisler diz que não há contradição alguma sobre quem incitou Davi a fazer o censo. Antes de mostrar as explicações dele, gostaria de que você, que está assistindo a esse vídeo, pegasse um lenço ou um pano de limpar pratos para limpar suas lágrimas porque você vai rir muito diante das explicações do Geisler. Pegue lá o pano ou o lenço. Você está com ele nas mãos? Muito bem! Então veja agora a explicação do Geisler:



      “As duas afirmações são verdadeiras. Embora tenha sido Satanás que diretamente incitou a Davi, foi Deus que permitiu essa provocação. Embora o propósito de Satanás tenha sido destruir Davi e o povo de Deus, o objetivo de Deus era o de humilhá-los e ensinar-lhes uma valiosa lição espiritual.”



        Por favor, pare de rir! Você está atrapalhando minha concentração aqui. Entendeu por que você não pode levar a sério livros cristãos principalmente evangélicos? Para tentar inutilmente desfazer essa contradição bíblica, Norman Geisler escreve os maiores absurdos, que nada têm a ver com os livros em estudo. Sei que, diante das explicações dele, é impossível não rir, não desabar na gargalhada.
        Geisler, deturpando a Bíblia, afirma que as duas afirmações são verdadeiras. Diz que o Satanás incitou diretamente o rei Davi, e Deus, indiretamente, permitiu essa provocação. E ainda afirma que Deus queria humilhar o povo e ensinar-lhe uma lição espiritual. Que loucura, não é mesmo? Ora, em 2 Samuel 24:1, está claro que o deus hebreu, e somente o deus hebreu, incitou o rei Davi a fazer o censo. E, em 1 Crônicas 21:1, está escrito que o Satanás, somente o Satanás, incitou o rei Davi a fazer o censo. O Geisler, portanto, cria um verdadeiro monstro que não se encaixa nos livros. Em 2 Samuel, nada de Satanás na jogada; em 1 Crônicas, nada do deus hebreu na jogada. Em 2 Samuel, o deus hebreu agiu sozinho; em 1 Crônicas, o Satanás agiu sozinho.
              Cuidado, muito cuidado com os livros cristãos, principalmente, os evangélicos!

A JUSTIÇA DE DEUS É JUSTA!




                                                                          Eustáquio

               
            Nos dois vídeos anteriores, intitulados “Deus ou o Satanás” e “Só mesmo a justiça de Deus”, mostrei ali mais uma contradição bíblica e mais uma ingenuidade, em relação ao que está em 2 Samuel, capítulo 24. Nesse vídeo, mais uma ingenuidade no mesmo capítulo.
         É muito comum pessoas religiosas afirmarem que “justiça de fato, só mesmo a justiça de Deus”. Minha saudosa mãezinha sempre dizia isso, mostrando sua completa ignorância, falta de conhecimento em relação à Bíblia, já que ela era uma cristã católica. Em oposição a minha mãezinha, o ateu Kennedy Litaiff do canal “O Mago do Realismo” diz que “se não houver justiça humana, nenhuma justiça haverá.” Sou obrigado a concordar com o mago porque, de fato, só o homem é que faz leis, que faz justiça. Se não houver justiça feita pelo homem, justiça alguma haverá. Em relação à Bíblia, as leis que estão lá também, obviamente, foram feitas pelo homem. E, como são leis muito antigas, feitas numa época de profundo atraso, estão marcadas pela injustiça gritante. O problema é que os líderes cristãos propagam para os fiéis que as leis bíblicas são leis do deus hebreu, por isso, muito perfeitas. E os fiéis, infelizmente, passam a espalhar essa ignorância. E, nesse vídeo, mostrarei mais uma injustiça gritante que havia naquele tempo, porém hoje não existe mais em mundos civilizados.
            No livro de 2 Samuel, capítulo 24, versículo 1, está escrito:   

    

            “Tornou a ira do Senhor a acender-se contra os israelitas, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá.”




           No relato lendário bíblico, o deus hebreu incita o rei Davi a realizar o censo de Israel e de Judá. Davi faz o censo. Depois se arrepende, e o deus hebreu resolve castigá-lo por ter feito o censo. Você, que está assistindo a esse vídeo, poderia me perguntar:



         “Mas que diabo é isso? Não foi o próprio deus hebreu que incitou, levou Davi a fazer o censo? Então, como é que esse deus resolveu punir o Davi, se ele fez justamente o que o deus hebreu queria?”



         Sim, você tem razão, mas eu já tratei dessa ingenuidade bíblica no vídeo anterior. Nesse vídeo, vou mostrar outro erro muito comum no mundo antigo: a punição profundamente injusta do deus hebreu. O deus hebreu resolve punir a Davi por ter feito o censo. Veja que Davi era o rei, o poderoso, que deu ordens para que o censo fosse realizado. Davi chamou o comandante de seu exército, o Joabe, passando-lhe a ordem. Joabe nem queria fazer o censo, mas Davi foi decisivo. Joabe não teve saída. Fez o censo! Depois de tudo, o deus hebreu fica com muita raiva de Davi por ter feito o censo. Por favor, não ria, porque você está atrapalhando minha concentração aqui. O deus hebreu resolve então punir a Davi. Agora vem a pergunta: tudo bem, então o deus hebreu puniu mesmo a Davi? Não, claro que não! Sabe quem foi punido pelo fato de Davi ter feito o censo? Foi punido quem não teve culpa alguma na ordem de fazer o censo: o povo de Israel! Veja o que está escrito em 2 Samuel, capítulo 24, versículo 15:



           “Então, enviou o Senhor a peste a Israel, desde a manhã até ao tempo que determinou; e, de Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo.”



           
        Você deve estar rindo muito, não é mesmo? Veja bem! Foi o rei Davi que mandou levantar o censo. Ele era o rei, o poderoso. A decisão foi dele. Por isso mesmo, ele, somente ele, deveria ser punido. Mas não foi. Quem se lascou foi o povo de Israel. O deus hebreu mandou uma peste, só que essa peste matou setenta mil homens inocentes, que não haviam determinado a feitura do censo. O mandante, o rei Davi, nada sofreu. Que injustiça, não é mesmo? Pois essa é a injustiça do deus hebreu que está em toda a Bíblia. Na verdade, deus algum existe, deus algum sabe fazer leis. Nesse relato bíblico, mais uma prova de que, naquela época, a punição passava da pessoa do delinquente, do criminoso. Os filhos pagavam pelos erros cometidos por seus pais. E aqui um desdobramento dessa injustiça. O povo inocente pagando pelo que o rei Davi fez. Era o rei Davi que deveria ser punido, somente ele, mas o deus hebreu puniu o povo inocente. Da mesma forma, na lenda da morte do filho adulterino de Davi. Davi havia cometido adultério com Bate-Seba, esposa de Urias. Desse adultério, nasceu o menino. Davi e Bate-Seba cometeram o crime de adultério, cuja pena era a de morte por apedrejamento. Os dois foram punidos pelo deus hebreu? Claro que não! O deus hebreu foi se vingar no pobre menino recém-nascido. Fez com que a inocente criança adoecesse e morresse. Matou a criança por causa das ações praticadas por seus pais.
             Percebeu, como não existe justiça divina? Só o homem pratica justiça, só o homem faz leis.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

SÓ MESMO A JUSTIÇA DE DEUS




                                                                          Eustáquio

                
              A Bíblia está lotada de lendas, mitos, fábulas, contradições, discrepâncias, hipérboles e erros das mais variadas espécies. Pelos comentários lançados em minha página, tenho percebido que as pessoas adoram ver as contradições bíblicas e as ingenuidades. No vídeo anterior, mostrei uma contradição bíblica. Nesse, apresentarei uma ingenuidade gritante no mesmo texto bíblico.
                Antes, porém, quero deixar registrada aqui a afirmação do ateu Kennedy Litaiff, do excelente canal “O Mago do Realismo”:



                 “Se não houver justiça humana, nenhuma justiça haverá.”



              Eis mais uma verdade absoluta: somente o homem distribui justiça, e nada mais! Somente o homem faz leis e exige seu cumprimento. Deuses não existem, não fazem leis, muito menos instituem a justiça. É ilusão alguém recorrer a deuses em busca de justiça. E vou apresentar um exemplo na própria Bíblia. Veja novamente o livro de 2 Samuel, capítulo 24, versículo 1:


            “Tornou a ira do Senhor a acender-se contra os israelitas, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá.”


            Nesse relato lendário bíblico, o deus hebreu incita o rei Davi, isto é, leva o rei Davi a mandar fazer o censo em Israel e Judá. E o rei cumpre exatamente aquilo que foi suscitado pelo deus hebreu. Agora surge a ingenuidade do relato. Mais à frente, no versículo 10, Davi se arrepende de ter feito o censo, ou seja, arrepende-se de ter cumprido a determinação do próprio deus hebreu. Que loucura, não é mesmo? E a loucura maior é que o próprio deus hebreu, que incitou Davi a fazer o censo, também quer se vingar dele, quer castigá-lo por Davi ter feito justamente aquilo que ele queria. Por favor, não ria, isso são os relatos bíblicos. Percebeu, como não há justiça por parte dos deuses?
               Você entendeu? O Edson Martins sempre escreve para mim, afirmando que, se uma mulher grávida assistir aos meus vídeos, até o feto entenderá porque, segundo ele, eu explico muito bem os assuntos. E isso me deixa muito feliz. Então vou clarear esse relato inocente bíblico. O deus hebreu incitou o rei Davi a fazer o censo de Israel e de Judá. E o rei Davi fez o censo, em cumprimento à vontade do deus hebreu. Só que, depois de ter feito o censo, Davi se arrependeu. E o pior é que o deus hebreu ficou muito irado por Davi ter feito justamente aquilo que ele suscitou. Por favor, não ria, não ria!!!!
                Ora, o rei Davi não tem culpa alguma no cartório. Fez justamente aquilo que lhe foi incutido pelo próprio deus hebreu. O único responsável pela ocorrência do censo foi o deus hebreu que incitou Davi a fazê-lo. Entendeu?
                  E o mais trágico ainda é que o deus hebreu resolveu punir Davi só que cometeu uma profunda injustiça. Mas isso é assunto para o próximo vídeo.

DEUS OU O SATANÁS?




                                                                       Eustáquio
                
              A Bíblia está lotada de lendas, mitos, fábulas, contradições, discrepâncias, hipérboles e erros das mais variadas espécies. Pelos comentários lançados em minha página, tenho percebido que as pessoas adoram ver as contradições bíblicas. Então, nesse vídeo, mostrarei mais uma.
               Veja, antes, um caso real fora da Bíblia. A pergunta é a seguinte:



                Quem mandou matar seus próprios pais, cujas ações foram praticadas pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, em São Paulo, no dia 31 de outubro de 2002?



                Se você, que está assistindo a esse vídeo nesse momento, fizer essa pergunta a qualquer pessoa que teve conhecimento desse duplo homicídio, obterá a seguinte resposta: Suzane Von Richthofen, a filha do casal barbaramente assassinado. Foi ela que mandou matar seus pais. Todas as pessoas dirão a mesma coisa porque esse fato foi real.
               Infelizmente, quando se analisa a Bíblia, o resultado é diferente porque não se trata de fato real. São narrações lotadas de lendas, de fantasias, ao gosto de quem as escreveu. A pergunta é a seguinte:


               Na Bíblia, quem incutiu o rei Davi a fazer o censo de Israel e de Judá? Quem sugeriu isso a ele?



                Somente a Bíblia possui a resposta, não é mesmo? Então, que seja feita a pesquisa. No livro de 2 Samuel, capítulo 24, versículo 1, está a resposta:



               “Tornou a ira do Senhor a acender-se contra os israelitas, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá.”



                Como você acabou de ouvir, a Bíblia diz, em 2 Samuel, que o próprio deus hebreu incitou Davi para que ele mandasse que fosse realizado o censo. Será que tudo termina aqui? Claro que não! Esse mesmo relato é reproduzido no livro de 1 Crônicas, capítulo 21, versículos 1 a 6. No versículo 1, está escrito:



               “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel.”



                Percebeu a contradição? Em 2 Samuel, é dito que o deus hebreu incitou a Davi. Já em 1 Crônicas, é dito que foi o Satanás que incitou a Davi. Percebeu a diferença? Isso ocorre em toda a Bíblia porque cada escritor escrevia de acordo com sua vontade, sem se preocupar em copiar fielmente textos de outros. Na verdade, deus algum existe, e muito menos o Satanás. O lendário Davi mandou fazer o censo por livre e espontânea vontade.
             Ademais, esses dois relatos estão repletos de contradições e ingenuidades. No próximo vídeo, voltarei a eles.

SEXO É PARA PROCRIAÇÃO




                                                                          Eustáquio

                
               No dia 28 de setembro de 2014, durante campanha ao cargo de presidente da República, num debate realizado pela Televisão RECORD, a candidata Luciana Genro lança ao candidato Levy Fidelix uma pergunta envolvendo gays, lésbicas, travestis e outros.
          Com certeza, você, que acabou de assistir ao vídeo, está rindo bastante com as respostas do Levy, não é mesmo? Preste bem atenção que até as pessoas que estavam no auditório, que não podiam se manifestar, não conseguiram conter os risos. A cada manifestação do Levy, muitos risos, e não poderia ser diferente.
           Luciana Genro, mulher bonita, charmosa, inteligente e educada, pergunta o seguinte ao Levy:



           “Por que que as pessoas que defendem tanto a família se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo?”



           E o Levy respondeu inicialmente assim, levando as pessoas ao riso:



          “Olha, minha filha! Tenho 62 anos! Pelo que eu vi na vida, dois, iguais, não fazem filho! E digo mais, digo mais, desculpe, mas aparelho excretor não reproduz.”



         Por favor, Edgar de Belo Horizonte, pare de rir. Pare de rir também Edson Martins. Esse debate foi realizado em setembro de 2014. Levy estava com 62 anos de idade. Hoje, está com 67 anos e, pelo que vejo, ainda nada sabe sobre relação sexual. Essa sua visão deturpada e cega acerca do sexo tem origem na sua crença religiosa. A religião aqui, mais uma vez, envenenando uma das marcas mais predominante do homem: a sexualidade! Levy diz que é contra a relação sexual entre dois homens, ou entre duas mulheres porque, nessa situação, não haverá a reprodução de um novo ser humano, um bebê. Segundo sua visão errônea, a única função do sexo é a reprodução. Se um homem, por exemplo, pudesse gerar um filho, ficar grávido, o Levy então aprovaria a homossexualidade porque o produto seria um bebê.
             As pessoas que estavam no auditório riram muito após cada fala do Levy. No fundo, elas deveriam ter chorado, e muito, diante de tamanha ignorância humana. Veja: Levy afirma que “dois iguais não fazem filho”, daí ser contra a união homossexual. Ele não tem a menor ideia do absurdo de sua afirmação. Ao afirmar tamanho absurdo, Levy, indiretamente, e sem perceber, está dizendo que é contra todas as relações sexuais entre os próprios heterossexuais, grupo de que ele faz parte, e eu, também! Ora, todos os casais heterossexuais da Terra, sem exceção, fazem sexo para obter o orgasmo. Buscam o prazer sexual em primeiro lugar. A procriação está em segundo plano, e, via de regra, é até evitada por meios anticoncepcionais. O próprio Levy faz sexo com sua esposa com o objetivo de alcançar o orgasmo, e não para engravidá-la. Quando ele se posiciona contra um casal homossexual porque não pode gerar um filho, então ele mesmo deveria deixar de praticar sexo com sua esposa, já que não deseja mais gerar um bebê. Entendeu, a infantilidade da visão errônea do Levy? Sem perceber, Levy também faz propaganda contra um casal heterossexual que não pode gerar um filho por motivo de infertilidade. Eu, Eustáquio, conheço casais amigos, heterossexuais, que não podem gerar filhos, são inférteis, mas praticam relações sexuais buscando tão somente o orgasmo, o prazer sexual, porque sexo não é só para reprodução, para procriação. O Levy, repito, não tem a menor noção da bobagem que afirmou naquele debate.
            Se você, que está assistindo a esse vídeo nesse momento, deseja saber algo sobre sexo, ter uma boa orientação, procure especialistas no assunto: psicólogos, psicanalistas e sexólogos. Jamais se oriente com pessoas comuns do povo ou com religiosos, do contrário, será um desastre. O Levy é contra a relação anal, com a introdução do pênis no ânus porque, segundo ele, não gera um filho. Da mesma forma, ele deveria também ser contra a relação sexual heterossexual, entre um homem e uma mulher, sem gerar filhos, o que constitui a totalidade dos casais. Se por um ânus não sai um bebê, também não sairá um bebê por uma vagina cuja mulher seja infértil. Relações sexuais oral (com a boca) ou anal (ânus) são simplesmente relações sexuais, e nada mais. Se duas pessoas, entre quatro paredes, decidem praticá-las, que sejam felizes.
              E, para terminar o vídeo, fique atento com pessoas moralistas em relação ao sexo. Há muita hipocrisia quando tratamos de sexo. Pessoas que, diante do público acenam com a bandeira da moralidade sexual, quando estão entre quatro paredes mudam de personalidade.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

DEUS ODEIA A POLIGAMIA




                                                                        Eustáquio



                 Em meus vídeos, sempre deixo registrado que as pessoas devem ter muito cuidado com aquilo que leem. Principalmente livros religiosos porque só as levam ao erro. E, no caso aqui, livros religiosos evangélicos, que possuem os maiores erros e absurdos. A pergunta é a seguinte:


                     Nas narrativas bíblicas, o deus hebreu aprovou a monogamia, odiando a poligamia?


                    Se você pegar livros evangélicos, e também católicos, ficará sabendo que o deus hebreu instituiu a monogamia, isto é, a união de apenas um homem com uma mulher. E esses livros lhe passarão a informação de que o deus hebreu odiava a poligamia. E o pior é que você realmente cairá no conto do vigário, a não ser que estude com profundidade a Bíblia e os costumes daquele povo. Se você se entregar a essa tarefa, verá que os livros cristãos o estão enganando. E nesse vídeo trago um desses livros muito famoso no mundo cristão evangélico. Trata-se do livro “Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e ‘contradições” da Bíblia”, de Norman Geisler e Thomas Howe. Os dois são cristãos evangélicos fundamentalistas norte-americanos. O Geisler faleceu recentemente, em julho deste ano. Na 4ª edição, 1999, Editora Mundo Cristão, o livro traz uma série de erros, como é natural, e um deles é a propagação de que o deus hebreu odiava a poligamia, e amava a monogamia.
               Logo de início, na página 191, está escrito:



             “Deus repetidamente advertiu os polígamos quanto às consequências de seus atos: ‘para que o seu coração se não desvie de Deus (Dt 17:17; cf. 1 Reis 11:2)”



             Ora, em toda a sociedade hebraica (Velho Testamento) e judaica (Novo Testamento), a poligamia era a união dominante, e, nas narrativas lendárias bíblicas, o deus hebreu jamais se revoltou contra ela. Norman Geisler, em seu livro, faz uma afirmação falsa, e, pior, recorre a dois livros bíblicos, cujas passagens nada trazem contra a poligamia. Ele, em primeiro lugar, faz referência a Deuteronômio 17: 17. Ora, o que está nessa passagem não é uma reprovação do deus hebreu à poligamia. Veja o versículo:



            “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie...”



           Um leitor bobinho, que não associa as coisas, será facilmente enganado. Nesse versículo, nada há contra a poligamia. O deus hebreu era a favor da poligamia, da união de um homem com várias mulheres. E essa verdade começa a partir de Gênesis. Nesse versículo, o deus hebreu proíbe que os hebreus se juntem a mulheres estrangeiras. Para entender isso, basta ler o versículo 14, que é anterior ao 17:



          “Quando entrares na terra que te dá o Senhor, teu Deus, e a possuíres e nela habitares...”



         Entendeu? O que o deus hebreu proíbe, no versículo 17, não é a poligamia, mas a união dos hebreus com mulheres estrangeiras a fim que eles não se contaminem com os deuses delas. Percebeu, como livros evangélicos levam facilmente leitores bobos ao erro? O deus hebreu, em toda a Bíblia, não queria que seu povo se unisse a outros. Em toda a Bíblia, ele aprovava a poligamia entre os hebreus, mas não entre os hebreus e mulheres estrangeiras. O Norman Geisler pegou um versículo isolado para levar seus leitores ao erro. E o Geisler continua na página 192:



         “Todo praticante da poligamia na Bíblia, incluindo Davi e Salomão (1 Crônicas 14:3) pagou um alto preço por seu pecado. Deus odeia a poligamia...”



         Eis outra grande mentira do Norman Geisler. Em toda a Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, o deus hebreu jamais puniu um homem por se unir a duas ou mais mulheres. Jamais! Ao contrário, adorava a poligamia. Para levar seus leitores ao erro, o Geisler cita mais uma passagem bíblica que não proíbe a poligamia. Veja o que está em 1 Crônicas 14:3:



            “Davi tomou ainda mais mulheres em Jerusalém; e gerou ainda mais filhos e filhas.”



            Esse versículo está apenas informando que o rei Davi possuía várias mulheres, isto é, praticava a poligamia, e jamais foi censurado pelo deus hebreu. Não há punição alguma sobre o rei Davi ou qualquer outro em relação à prática da poligamia. Repito: o deus hebreu amava a poligamia. Na mesma passagem de seu livro, Norman Geisler escreve que Davi e Salomão pagaram um alto preço por terem praticado a poligamia. Eis outra mentira absurda!
           Davi e Salomão, nos relatos lendários bíblicos, foram punidos em razão de outros atos, mas não por terem praticado a poligamia. Como Geisler engana seus leitores! Veja o que está escrito em 1 Crônicas 21:1:



          “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel.”



           No capítulo 21, Davi é punido pelo deus hebreu por ter determinado a realização do censo em Israel. Apenas por isso, e não por ter praticado poligamia. Como o Geisler leva seus leitores ao erro!
         E por que o rei Salomão foi punido? Por que praticou a poligamia? Claro que não! Veja o que está escrito 1 Reis 11: 9 e 10:



          “9 Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, pois desviara o seu coração do Senhor, Deus de Israel, que duas vezes lhe aparecera.
          10 E acerca disso lhe tinha ordenado que não seguisse a outros deuses. Ele, porém, não guardou o que o Senhor lhe ordenara.”



          Ora, no capítulo 11, o deus hebreu condenou o politeísmo, ou seja, a adoração a vários deuses por parte do rei Salomão. Jamais condenou o fato de Salomão possuir várias mulheres hebreias. Nesse mesmo capítulo, está registrado que Salomão possuiu várias mulheres estrangeiras, passando a adorar seus deuses, o que deixou o deus hebreu com muita raiva. Portanto, o deus hebreu puniu Salomão por adorar vários deuses, mas não por praticar a poligamia.
          A poligamia, pois, era a prática dominante em toda a Bíblia, e nunca o deus hebreu se levantou contra ela. Jamais!!!!
          Percebeu como os livros evangélicos levam seus leitores ao erro?