Eustáquio
Em meu vídeo de ontem,
com o título “Deus
é...é...é”, o jovem
Valdenir Félix fez o seguinte comentário:
“Pois é, digníssimo mestre, se
tais atrocidades estivessem escritas em qualquer outro livro religioso,
provavelmente os crentes sentiriam repulsa, asco,...mas como está na
bíblia,...deixa o pau torar, ..." a ignorância é uma bênção".
Valdenir está com toda razão! Como o assunto é gostoso, resolvi fazer
mais um vídeo, com mais um caso. Há alguns meses, no Egito, vários cristãos coptas
foram degolados por radicais islâmicos, simplesmente porque não aderiram ao
islamismo, não adoraram o deus Alá, nem o profeta Maomé. Qualquer pessoa em um
bom estado mental, diante de um caso assim, fica profundamente revoltada com
tamanha selvageria, não é mesmo? Os pobres cristãos foram barbaramente
assassinados porque não tinham o direito de adorar o deus de sua preferência. Aqui,
no Brasil, com razão, os cristãos se manifestaram indignados, afirmando que são
perseguidos pelo mundo afora.
Só que surge um problema. Se os cristãos brasileiros ficaram indignados
com o trágico destino dos cristãos coptas egípcios, por que, então, não ficam
também indignados com o deus hebreu, Moisés, Josué, Davi, Salomão e tantos
outros personagens bíblicos? Por que os cristãos, nas igrejas, louvam esses
personagens, já que eles, nas narrativas lendárias bíblicas, praticaram a mesma
ação repulsiva? Uma desgraça fora da Bíblia não deixa de ser uma desgraça
dentro da Bíblia.
Veja bem: os cristãos coptas foram
assassinados porque estavam adorando outro deus, que não Alá. E isso deixou os
cristãos bastante revoltados pela falta de liberdade de crença. Todavia, em
Êxodo, capítulo 32, o deus hebreu e o Moisés tiveram o mesmo comportamento que
os radicais islâmicos. Moisés, primeiramente, mandou matar, ao fio da espada,
quase três mil pessoas porque elas estavam adorando outro deus, o deus Bezerro
de Ouro, e não o deus hebreu. Como se vê facilmente, a razão das carnificinas é
a mesma: a falta de liberdade de crença. Segundo a visão dos radicais
islâmicos, os cristãos coptas não tinham a liberdade de adorar outro deus, a
não ser o Alá. E, segundo a visão do deus hebreu e de Moisés, os hebreus não
tinham a liberdade de adorar outro deus. Isto é, o deus hebreu, Moisés e os
radicais islâmicos agiram motivados pela mesma doença: a não aceitação da
crença de outras pessoas. Só que os cristãos cantam hinos de louvor a Moisés,
ao mesmo tempo em que se revoltam contra os radicais islâmicos, que, repito,
praticaram a mesma maldade cometida por Moisés.
Por
que os cristãos, então, agem assim, irracionalmente? Simplesmente por causa da
crença religiosa que aliena e deturpa.
O Valdenir Félix rapidamente percebeu.