RIZOTO de PREPÚCIO cap.6
Richard Hoffman
A Aliança Com Deus Através da Circuncisão
À quem hoje não causa calafrios só de imaginar que "histórias" como essa possam realmente de fato ter acontecido? Resposta: à quem desde criança lhe foi impingido tais absurdidades como verdade, por quem mais confiamos: nossos pais, que por sua vez chafurdam no mar de uma ilusão alimentada por uma sociedade religiosamente prostituída.
O Título desse texto não é à toa. Fico pensando por que esses povos primitivos tinham tanta fascinação por rituais bizarros.
Saul, rei (por sorteio!) de Israel, com o objetivo de sacanear Davi, exigiu a ele 100 prepúcios de seus inimigos filisteus para, em troca, serem genro e sogro, entregando Micol, sua filha. Mas Davi surpreendeu o rei matando duzentos homens só para arrancar seus prepúcios e ganhar Micol, a "princesa". O que Saul fez com tanto prepúcio?
1- Um colar?
2- Encheu almofadas?
3- Fez aterro?
4- Fez linguiça?
5- Fez sabão?
6- Ou minha resposta preferida: FEZ RIZOTO?
Uma questão hipotética: "Como um homem de 57 anos de idade, eu sou flagrado chupando o pênis de um bebê. Peço que você imagine seu próprio ultraje e náusea. Ah, mas eu tenho minha explicação pronta. Eu sou um mohel: um circuncidador oficial e removedor de prepúcio. Minha autoridade provém de um antigo texto, que determina que eu pegue o pênis do bebê em minha mão, corte ao redor do prepúcio e complete o ato colocando seu pênis em minha boca, sugando o prepúcio e cuspindo o pedaço amputado juntamente com um punhado de sangue e saliva. Essa prática foi abandonada pela maioria dos judeus, por causa de sua natureza anti-higiênica ou suas associações perturbadoras, mas ainda resiste entre os fundamentalistas hassídicos, que esperam que o Segundo Templo seja "milagrosamente reconstruído" em Jerusalém. Para eles, o rito primitivo do "periah metsitsah" é parte do acordo original e irrevogável com Deus."
Extraído do livro "Deus Não é Grande", de Christopher Hitchens
Como é possível, em sã consciência, um ser humano considerar a hipótese de que o Deus criador da vida, das galáxias e todo o universo, faria um pacto com um povo escolhido; exigindo várias condições obrigatórias como: um dia da semana sagrado perpétuo -- por que ele descansou nesse tal dia; exigir holocausto perpétuo de animais, e, dentre tantas outras absurdidades, crer de fato que esse criador do universo exige a pele do seu pênis como aliança perpétua, sob risco de um castigo terrivelmente divino? Repito a pergunta: é possível, em sã consciência, considerar tal hipótese?
Veja só essa história:
Descobriu-se que em Nova Iorque, no ano de 2005 que, num ritual realizado por um mohel de 57 anos de idade, se transmitiu herpes genital a vários meninos e causou a morte de pelo menos dois deles. Em circunstâncias normais a revelação teria levado o Departamento de Saúde Pública a proibir a prática e o prefeito a denunciá-la. Mas, na capital do mundo moderno, na primeira década do século XXI (pásmem), não foi o caso. Em vez disso o prefeito na época era Michael Bloomberg, que ignorou os relatórios de respeitados médicos (inclusive judeus) que alertavam para o perigo do costume, e determinou a sua burocracia sanitária que adiasse qualquer veredicto. A questão fundamental, disse Bloomberg, era assegurar que a livre prática da religião não estivesse sendo infringida. Ou seja, como se o dever do Estado ou de um governante fosse garantir e defender a fé, a crendice e suas tradições, por mais insanas e absurdas que elas sejam, a despeito da vida humana de inocentes.
A tradição é aquilo que um pastor de cabras do deserto de dois mil anos atrás pode influir certa manhã, às onze horas, na decisão de um executivo em Manhattan.
Se já não resta nenhum argumento, sempre se pode tentar usar a tradição.
O sono da razão produz monstros, e a falta de mudanças produz o sono da razão.
Os circuncidados, na verdade, levam uma vantagem, sim;
quem não gosta de usar cuecas, mas gosta de usar calças com zíper, sabe do que eu estou falando.
"Pois o incircunciso e impuro NUNCA novamente deverão entrar em ti". (Isaías 52:1).
Final do sexto e último capítulo.
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