Livros cristãos só levam os leitores ao mundo da fantasia.
Na página 100, Mark W. Baker escreve o seguinte:
“Jesus conhecia o ensinamento do Antigo Testamento: ‘Não farás para ti ídolos com a forma de qualquer coisa que exista em cima, nos céus…’ (Êxodo 20:4). Ele falou do ciúme de Deus, não no sentido da insegurança por medo de perder o seu valor para outra pessoa. Deus quer proteger o mundo do jeito como o criou e fica indignado diante das tentativas de alterar a ordem natural do universo.”
Você, leitor amigo, entendeu o que o psicólogo cristão, com 2 milhões de livros vendidos no Brasil, escreveu acima? Se você não entendeu, então vamos explicar agora. Mark está afirmando que o Jesus dos 4 evangelhos do Novo Testamento conhecia os textos que estão no Velho Testamento. Como exemplo, Mark cita a passagem que está em Êxodo, capítulo 20, versículo 4:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.”
Pois bem! Mark diz que Jesus conhecia esses textos. E diz também que Jesus, ao se referir a essa passagem, estava falando acerca do CIÚME de Deus, mas não no sentido da insegurança, não no sentido do medo de Deus em perder o seu valor para outros deuses. Não, Deus não tem esse ciúme, diz Mark. Segundo ele, Deus apenas quer proteger o mundo do jeito como o criou, ficando indignado diante das tentativas de alteração da ordem natural. Para ser mais claro, segundo Mark, o deus da Bíblia, quando fez a Terra e o homem, proibiu a idolatria, ou seja, proibiu a criação e a adoração de imagens de esculturas representativas de deuses. Entendeu, agora, leitor? Nenhuma pessoa poderia, por exemplo, criar uma imagem de barro, ferro ou ouro, vendo nela um deus a ser adorado. Mark diz que Deus não tem CIÚME de outros deuses, mas fica indignado quando uma pessoa adora imagens porque está alterando uma ordem dele. Por favor, leitor, não ria porque está atrapalhando minha concentração aqui.
Ora, deus algum existe, deus algum criou alguma coisa! É o homem, ao longo de sua existência, que cria deuses. Vejamos, como exemplo, o deus da Bíblia. Esse deus é apenas mais um deus, entre tantos. É o deus de um povo, o povo hebreu. Será que o povo hebreu foi o primeiro povo a aparecer na Terra? Não, de forma alguma! A civilização hebraica surgiu apenas há 6 mil anos, na Mesopotâmia, no período chamado de História, com o aparecimento da escrita. Milhões de anos antes do aparecimento do povo hebreu, havia outros povos com seus deuses e suas imagens, foi o período mais longo da história do homem na Terra, chamado de Pré-História. É fácil, pois, entender que, graças à imaginação humana, havia deuses e criação de imagens de deuses muito antes do surgimento do povo hebreu, muito antes do surgimento da Bíblia. Então, o deus da Bíblia não foi o primeiro deus a ser criado pelo homem, logo, suas ordens não foram as primeiras. É fácil entender que o deus da Bíblia é o deus de um povo, e não um deus de todos os povos.
Mas vamos à parte mais cômica do psicólogo cristão Mark W. Baker. Ele escreve assim:
“Ele falou do ciúme de Deus, não no sentido da insegurança por medo de perder o seu valor para outra pessoa.”
Mark diz que o CIÚME de Deus nada tinha a ver com o medo de perder seu valor para outra pessoa porque esse ciúme é doentio. Conversa fiada do Mark porque o CIÚME do deus da Bíblia era de natureza doentia, não queria que seu povo adorasse outros deuses. O deus criado pelo povo hebreu era excessivamente ciumento. Mark citou a passagem bíblica que está em Êxodo 20:4. Veja, leitor, o que está escrito no mesmo capítulo, no versículo 3:
“ NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM”
Viu, aí, leitor? Como o deus da Bíblia era excessivamente ciumento? Ele não queria que o povo adorasse outros deuses, mas os hebreus não estavam nem aí porque adoravam também outros deuses. O psicólogo cristão Mark vem inventando que Deus não é ciumento, mas apenas fica irritado porque estão mudando o que ele havia fixado. É realmente uma piada! Como é possível que um psicólogo formado nos EUA tem a coragem de escrever tamanha bobagem? Veja, leitor, o que está escrito novamente no mesmo capítulo, no versículo 5:
“(...) Eu sou o Senhor, teu Deus, Deus ciumento, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.”
Esse deus criado pelos hebreus revela seu ciúme excessivo. O hebreu que viesse a adorar outros deuses seria morto ao fio da espada, assim também seus filhos. Um mundo recheado de maldades e injustiças. Na Bíblia, a partir de ÊXODO, centenas e centenas de textos em que o deus hebreu, excessivamente ciumento, manda matar hebreus adoradores de outros deuses.
Como é possível que um psicólogo, até mesmo formado no Paraguai ou na Bolívia, passe a tecer elogios em relação a essas aberrações? Um psicólogo sério e honesto agirá de forma diferente, afirmando, por exemplo, que o ciúme é algo doentio e que a intolerância religiosa deve ser condenada sempre.
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