quarta-feira, 24 de agosto de 2022

UM CRISTÃO NUM PARQUE PÚBLICO

                                     Leitor amigo,

O vídeo em que analiso a entrevista feita pelo ateu Jason Ferrer, que possui um maravilhoso canal no You Tube, intitulado Além da fé. No dia 12 de agosto do corrente ano, ele esteve no Parque 13 de Maio, no centro de Recife, tendo, naquela ocasião, entrevistado várias pessoas sobre a opinião delas acerca dos ateus. Entre tantos entrevistados, Jason entrevistou o jovem cristão Tiago, com 17 anos de idade. No primeiro vídeo, publicado ontem, dia 23 de agosto do corrente ano, comecei a analisar a primeira resposta do Tiago à pergunta feita pelo Jason. Reveja, aí, caro leitor:           

JASON FERRER: você votaria numa pessoa que não acredita em Deus, Tiago? 

TIAGO: depende! Depende das ideologias que ela iria passar. (...) Votaria nele se ele pregasse as coisas de acordo com a lei, se baseasse pela Bíblia, mesmo ele não acreditando, mas se ele baseasse pela Bíblia. Se fosse alguma coisa contra a Bíblia, eu não votaria nele.  

Tiago disse ao ateu Jason que, sim, votaria num candidato ateu, desde que ele pregasse as coisas de acordo com a lei e, principalmente, de acordo com a Bíblia. Como eu afirmei, no primeiro vídeo, Tiago mostrou que não entende de leis e, muito menos, da Bíblia. Ora, se um candidato agisse de acordo com a Bíblia, o Brasil estaria lascado porque a Bíblia negava direitos fundamentais que hoje são garantidos pela Constituição Federal. E apresentei o primeiro direito negado pela Bíblia: a liberdade de crença. Então, a primeira diferença entre a Bíblia e a Constituição Federal fica assim:




                        BÍBLIA

        CONSTITUIÇÃO FEDERAL

                       LIBERDADE DE CRENÇA

               LIBERDADE DE CRENÇA

                      CONTRA

                    A FAVOR



Muito bem! Veja agora, leitor amado, outro direito fundamental negado pela Bíblia, mas, garantido pela Constituição Federal: a liberdade de ir e vir. Como já frisei, o jovem cristão Tiago não entende de leis e, muito menos, de Bíblia. Com certeza, ele adora a liberdade de ir e vir, só que não sabe que, no mundo da Bíblia, isso não era permitido. 

A Constituição Federal é totalmente contra a escravidão. No artigo 5º, inciso XLVII, c, ela determina que não haverá pena de trabalhos forçados. No inciso XIII do mesmo artigo, diz também que é livre o exercício de qualquer trabalho. E, de acordo com o Código Penal, é crime submeter uma pessoa à condição semelhante à de escravo. Entendeu, leitor querido? A escravidão é proibida no Brasil, conforme as leis brasileiras.





 E na Bíblia? A escravidão era proibida no mundo da Bíblia? Responda-me, leitor! Por favor! Vou repetir a pergunta: no mundo da Bíblia, a escravidão era proibida, era crime? Não, leitor amado, não! Em toda a Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, a escravidão era permitida e incentivada! E o cristão Tiago, por não conhecê-la, diz que só votaria em candidato que não contrariasse a Bíblia. Ora, se a Bíblia fosse aplicada no Brasil, haveria a volta da escravidão, coisa hedionda, não é mesmo, leitor? 

Os hebreus, autores dos textos bíblicos, mantinham escravos. As leis bíblicas reduziam seres humanos a condições degradantes. Pessoas eram compradas e vendidas para trabalhos forçados. E o cristão Tiago, coitado, em sua ignorância, ainda diz que não votaria em político ateu que discordasse da Bíblia. Ele é cristão, mas não conhece o mundo da Bíblia

Veja, leitor, algumas passagens bíblicas, comprovando o que afirmo aqui. Em Gênesis, capítulo 16, versículo 1º, está escrito:


“Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos; tendo, porém, uma serva egípcia, por nome Hagar.”





O lendário Abrão, depois Abraão, possuía vários escravos, entre eles, a escrava egípcia Hagar, com a qual mantinha relações sexuais. Assim também Isaque, Esaú, Jacó, José, Davi, Salomão e outros. Todos mantinham seres humanos como escravos. E o cristão Tiago, sem saber, ainda elogia a Bíblia

Em Levítico, capítulo 25, versículo 44, está escrito:


“Quanto aos escravos ou escravas que tiverdes, virão das nações ao vosso derredor; dela comprareis escravos e escravas.”


Viu aí, leitor? No mundo da Bíblia, era comum o comércio envolvendo seres humanos, compra e venda de pessoas para a prática da escravidão. No mundo do Novo Testamento, a mesma coisa hedionda. Os cristãos elogiavam a escravidão. O apóstolo cristão Paulo de Tarso, que foi o verdadeiro fundador do cristianismo, até orientava os escravos a serem obedientes a seus proprietários. Assim, em Efésios, capítulo 6, versículo 5, ele escreve:


“Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor, segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo.”




No texto acima, Paulo de Tarso diz que os escravos devem ser obedientes a seus donos porque isso é da vontade de Deus. As famílias cristãs da época possuíam, pois, escravos. Mais à frente, Paulo de Tarso volta a dar conselhos aos escravos. Em Tito, capítulo 2, versículos 9 e 10, escreve:


“Quanto aos servos, que sejam, em tudo, obedientes ao seu senhor, dando-lhe motivo de satisfação; não sejam respondões, não furtem; pelo contrário, deem prova de toda a fidelidade, a fim de ornarem, em todas as cousas, a doutrina de Deus, nosso Salvador.”


O cristão Paulo de Tarso diz acima que os escravos devem ser obedientes a seus donos, que não sejam respondões, porque, agindo assim, estão de acordo com a doutrina de Deus. Se eles são escravos é porque Deus assim o quis. 

Entendeu, leitor, como o cristão Tiago, entrevistado por Jason Ferrer, não tem a menor ideia do mundo da Bíblia

É como diz o Edson Martins: cristão algum reflete antes de abrir a boca!


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