Leitor amigo,
O 3º vídeo em que analiso a entrevista feita pelo ateu Jason Ferrer, que possui um maravilhoso canal no You Tube, intitulado Além da fé. No dia 12 de agosto do corrente ano, ele esteve no Parque 13 de Maio, no centro de Recife, tendo, naquela ocasião, entrevistado várias pessoas sobre a opinião delas acerca dos ateus. Entre tantos entrevistados, Jason entrevistou o jovem cristão Tiago, com 17 anos de idade. Veja, novamente, leitor, a primeira pergunta formulada por Jason:
JASON FERRER: você votaria numa pessoa que não acredita em Deus, Tiago?
TIAGO: depende! Depende das ideologias que ela iria passar. (...) Votaria nele se ele pregasse as coisas de acordo com a lei, se baseasse pela Bíblia, mesmo ele não acreditando, mas se ele baseasse pela Bíblia. Se fosse alguma coisa contra a Bíblia, eu não votaria nele.
Tiago disse ao ateu Jason que, sim, votaria num candidato ateu, desde que ele pregasse as coisas de acordo com a lei e, principalmente, de acordo com a Bíblia. Como eu afirmei, no primeiro vídeo, Tiago mostrou que não entende de leis e, muito menos, da Bíblia. Ora, se um candidato agisse de acordo com a Bíblia, o Brasil estaria lascado porque a Bíblia negava direitos fundamentais que hoje são garantidos pela Constituição Federal. E apresentei, até agora, 2 direitos fundamentais negados pela Bíblia, mas, garantidos pela Constituição Federal. Então, o quadro fica assim:
Leitor, quando uma mulher qualquer elogia a Bíblia, isso é tão ridículo quanto um judeu elogiar Adolf Hitler. Por quê? Ora, porque, na Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, a mulher era tratada como um ser inferior ao homem. O macho ocupava uma posição superior, em prejuízo da mulher. Era uma sociedade patriarcal, excessivamente machista. Assim, quando uma mulher elogia a Bíblia, sem saber, está propagando que ela, mulher, nada vale.
A Constituição Federal, que é nossa lei maior, no artigo 5º, inciso I, diz assim:
“Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.”
Veja, leitor, que coisa linda: no Brasil, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Entendeu, leitor? Iguais! E a mulher, por razões biológicas, ainda usufrui de mais direitos que o homem, o macho. Totalmente diferente do que está na Bíblia.
Na Bíblia, a mulher, coitada, sofria muito, de Gênesis ao Apocalipse. As leis bíblicas eram horríveis para elas, e maravilhosas para o homem, o macho. No segundo relato da criação, que está em Gênesis, capítulo 2, o escritor hebreu, machista, colocou que o deus hebreu criou, em primeiro lugar, o homem Adão. A miserável da mulher não estava nos planos do deus hebreu. Somente depois, quando o deus hebreu percebeu que o homem Adão vivia sozinho, triste, é que teve a ideia de criar a mulher, a fêmea. Então, no relato lendário machista bíblico, a mulher só foi criada para fazer companhia ao homem, para obedecer às ordens do macho. Entendeu, leitor?
Mais à frente, o escritor hebreu machista inventou também que a mulher Eva, primeiramente, desobedeceu à ordem do deus hebreu. Ela é que foi enganada pela Serpente, e não o homem Adão. O homem é que foi enganado por ela. Ou seja, a culpa recaindo sobre a mulher. Essa bobagem está escrita assim porque foi criada por uma sociedade machista, contra a mulher. Na entrevista com Jason Ferrer, o cristão Tiago diz que votaria em candidato ateu, desde que seguisse a Bíblia. Ora, se a Bíblia fosse aplicada, no Brasil, as mulheres estariam lascadas, do fio de cabelo à unha do pé. A Bíblia era uma monstruosidade contra a mulher. Vou trazer aqui alguns exemplos para que você, leitor, veja a imensidão da desigualdade. Em Levítico, capítulo 12, versículos 1, 2, 4 e 5, está escrito:
“Disse mais o Senhor a Moisés:
2 Fala aos filhos de Israel: se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; como nos dias da sua menstruação, será imunda.
4 Depois, ficará ela trinta e três dias a purificar-se do seu sangue…
5 Mas, se tiver uma menina, será imunda duas semanas, como na sua menstruação; depois, ficará sessenta e seis dias a purificar-se do seu sangue.”
No texto bíblico acima, o deus hebreu passou essa lei contra a mulher a Moisés. Na verdade, deus algum existe, deus algum faz leis. Essa lei horrível contra a mulher foi criada pelos homens, machos hebreus. O que está escrito acima? Para que você, leitor, entenda melhor, veja o quadro abaixo:
Veja agora, leitor, mais uma lei bíblica contra a mulher, mas, favorável ao homem, ao macho. Em Êxodo, capítulo 20, temos os 10 mandamentos. No versículo 14, o adultério: “Não adulterarás”!
Como ocorria o adultério no mundo bíblico? Você sabe, leitor? Será que o não adulterarás era igualmente válido para o homem e a mulher? O que você acha? Líderes cristãos, principalmente pastores evangélicos, dizem aos fiéis que era um mandamento aplicado igualmente para homens e mulheres. E os fiéis acreditam!
Ora, numa sociedade patriarcal, machista, é óbvio que as leis beneficiavam os machos, em prejuízo das fêmeas, e eis um exemplo aqui. O não adulterarás tinha valor diferente para o macho e a fêmea. Já que a mulher era considerada uma propriedade do marido, jamais poderia fazer sexo com outro homem. Se o fizesse, estaria cometendo adultério em relação ao marido. Quanto ao homem, a coisa era boa demais. Já que ele era o proprietário da mulher, não lhe devia fidelidade conjugal, por isso mesmo, podia livremente trair a esposa, desde que suas amantes não pertencessem a outro homem, ou seja, não fossem mulheres do próximo. Entendeu, leitor? A esposa jamais podia trair o esposo. Já o esposo podia trair a esposa, desde que não se envolvesse com mulher de outro homem porque estaria ferindo o patrimônio de outro homem. Tudo se resumia em questão patrimonial, e não sentimental. Por isso mesmo, no versículo 17, está escrito: “Não desejarás a mulher do teu próximo.” Ou seja: não desejarás o patrimônio de teu próximo. Então, na Bíblia, era assim:
Veja agora, leitor, alguns exemplos da inferioridade da mulher no Novo Testamento. O apóstolo Paulo de Tarso novamente. Ele foi o verdadeiro fundador do cristianismo. Basta ver que a maior parte dos livros do Novo Testamento foi atribuída a ele. São várias as cartas atribuídas a ele. O Jesus dos 4 evangelhos não deixou igreja alguma, nem a Universal do Reino de Edir Macedo. Jesus também não deixou nada escrito, não escreveu uma linha sequer. Não existe texto algum de sua autoria. Por essas razões, Paulo de Tarso é considerado o verdadeiro fundador do cristianismo.
E qual era a visão dele sobre a mulher? Ora, uma visão péssima! Veja, leitor, o que ele escreveu sobre a mulher, em Efésios, capítulo 5, versículos 22 a 24:
“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da Igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.”
Entendeu, leitor? Paulo de Tarso, extremamente machista, diz que a esposa deve ser submissa ao esposo porque ele é o cabeça da família, o ser pensante. Ele diz que, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, da mesma forma a esposa está sujeita ao marido. Entendeu, leitor? Em 1 Coríntios, capítulo 14, versículos 34 e 35, ele escreve:
“Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar, mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma cousa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja.”
Você, que está assistindo a esse vídeo, neste momento, é mulher? Se for, receba desde já meus parabéns por não ter vivido na época da Bíblia. Você vive no Brasil. Pode falar não só nas igrejas, trabalhar em qualquer área, viajar para qualquer lugar sem pedir permissão ao marido, estudar etc.
Na entrevista com o Jason Ferrer, o jovem cristão Tiago ainda diz que não votaria em candidato ateu que contrariasse a Bíblia. Infelizmente, não tem a menor ideia do que está falando.
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