Leitor amigo,
Alexandre Aganete mora em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Possui um canal no You Tube, cujo link aparece logo abaixo para que você, leitor, possa acessá-lo.
Ontem, quinta-feira, dia 3 de fevereiro do corrente ano, publicou um vídeo com o título “Não entregue sua vida nas mãos do acaso”, com duração de 7 minutos e 58 segundos. Veja, leitor, o que ele diz no tempo de 1 minuto e 58 segundos:
“É… Tem aquele texto, né, do Egito chamei meu filho, né, que tá em Mateus, se não me engano, é no capítulo 2, eu nem me lembro mais. Aí quando o cara vai fazer uma análise daquele texto, de onde é que o cara tirou esse versículo, de onde é que o cara tirou essa ideia? Aí ele vai lá, em Oséias, capítulo 11, se não me engano. E aí tá lá: quando Israel era menino, eu o amei e do Egito chamei meu filho. Só que o texto continua: mas Israel não quis dar ouvido à minha palavra…”
Alexandre Aganete está se referindo à lenda sobre o nascimento de Jesus que está no evangelho de Mateus. Na Bíblia cristã, precisamente no Novo Testamento, só existem 4 evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Apenas 2 evangelhos trazem lendas sobre o nascimento de Jesus: o evangelho de Mateus e o evangelho de Lucas. Marcos e João não trazem relatos sobre o nascimento de Jesus. Como são lendas, e não fatos, o que está em Mateus é totalmente diferente do que está em Lucas, não só diferente, mas também contraditório. Veja, leitor, o que está escrito em Mateus, capítulo 2, versículo 15:
“e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta:
Do Egito chamei o meu filho.”
Veja, leitor, a expressão Do Egito chamei o meu filho. Não se esqueça de que isso só se encontra apenas no evangelho de Mateus, não está, pois, no evangelho de Lucas. E por que está apenas no evangelho de Mateus? Está apenas no evangelho de Mateus, por uma razão bem simples: o cristão que escreveu esse texto queria colocar na cabeça do povo daquela época que Jesus seria o novo Moisés. As lendas sobre Moisés estavam presentes em textos hebraicos e hoje se localizam em livros do Velho Testamento, que não é velho para os judeus. Essa expressão Do Egito chamei o meu filho, como bem o diz Alexandre Aganete, já se encontrava nos textos de Oséias, hoje, capítulo 11, versículo 1:
“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho.”
Como é fácil ver, caro leitor, esse texto não tem ligação alguma com Jesus. O Jesus das narrativas lendárias do Novo Testamento só iria aparecer mais de mil anos depois desse texto. Você está entendendo, leitor? Esse menino nada tem a ver com o menino Jesus do evangelho de Mateus. No texto de Oséias, esse menino era Israel, ou seja, quando Israel era criança, estava no início de sua formação, do Egito Moisés foi chamado. O meu filho não se refere a Jesus, mas a Moisés. Na lenda, Moisés foi enviado ao Egito, e foi chamado pelo deus hebreu para libertar o povo hebreu da escravidão egípcia. O texto se refere a Moisés, e não a Jesus.
E o que aconteceu? Quem escreveu a lenda que está em Mateus, repito, queria colocar na cabeça do povo daquela época que Jesus seria o novo Moisés, daí pegou esse texto antigo de Oséias, colocando-o em sua lenda. Ora, o menino de Oséias era Israel, e não Jesus. O filho chamado do Egito foi Moisés, e não Jesus. Entendeu, leitor? Os cristãos de hoje leem esse texto e pensam que essa passagem se refere realmente a Jesus. Puro engano!
É fácil ver em todo o evangelho de Mateus a expressão isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta. Ou seja, o autor desse texto queria colocar na cabeça daquele povo que Jesus seria o cumprimento de “profecias” que estavam em escritos antigos. Essa foi a intenção do escritor, só que esses textos, na realidade, não têm ligação alguma com o Jesus das narrativas lendárias presentes nos evangelhos do Novo Testamento.
Alexandre Aganete, quando era um cristão evangélico fervoroso, acreditava nessas bobagens. Quando começou a duvidar, quando passou a estudar profundamente os textos, foi transportado para a realidade. E hoje ele está aí, fazendo vídeos com o fim de libertar pessoas dessa enganação religiosa.
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