sábado, 29 de janeiro de 2022

KARNAL CRITICA ATEU BRITÂNICO

 Leitor amigo,



Alexandre Aganete mora em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais. Possui um canal no You Tube, cujo link aparece logo abaixo para que você, leitor, possa acessá-lo. 

No dia 23 de dezembro do ano passado, em seu canal, ele colocou um vídeo do historiador ateu brasileiro Leandro Karnal, com duração de 2 minutos e 2 segundos, com o título “Achei interessante”. Nesse pequeno vídeo, Karnal fala sobre a relação entre religião, ateísmo e violência. Veja, leitor, o vídeo:


Como você, leitor, acabou de assistir, Karnal discorda de uma afirmação feita por outro ateu, o biólogo britânico Richard Dawkins. Karnal fala assim:

 



“(...) Daí a minha discordância, por exemplo, de um livro recente que eu li, chamado The God, delusion. O autor, tratando do ateísmo que ele milita, ele chega e diz: Imagine um mundo sem guerras, imagine um mundo sem atritos, imagine um mundo sem Deus. Esse mundo é possível, basta eliminar a religião. Qual é minha discordância de historiador? Há muitos atritos hoje baseados no princípio religioso, mas algumas das maiores violências do século XX foram feitas em países onde o ateísmo era o regime oficial, como China e União Soviética.”

 



Karnal está fazendo referência a uma passagem do livro Deus, um delírio, de Richard Dawkins. Karnal diz que não concorda com o autor quando afirma que, com a eliminação da religião, o mundo seria outro, sem atritos e sem guerras. Você está entendendo, leitor? Karnal afirma que não concorda com essa afirmação de Dawkins porque o ateísmo também traz atritos e guerras, como, por exemplo, as ditaduras socialistas ocorridas na China e na antiga União Soviética, que mataram milhões de pessoas. Eram ditadores ateus, que dizimaram também seres humanos. Assim, segundo Karnal, com a eliminação da religião, atritos e guerras continuariam também num mundo totalmente ateu. Por isso, ele discorda de Dawkins nesse ponto.

Com todo respeito, Karnal faz uma errônea análise acerca da afirmação de Dawkins. Em página alguma do livro, Dawkins afirma que, com a eliminação da religião, teríamos um mundo totalmente sem guerras e sem atritos. Ele não afirma isso. O que ele diz? Ora, ele diz que, com a eliminação da religião, teríamos um mundo melhor, com menos conflitos, menos guerras e menos violência. Ou seja, num mundo totalmente ateu, haveria um número menor de conflitos, de guerras e de violência. Karnal, infelizmente, mudou o sentido da afirmação de Dawkins, insinuando que este afirma em seu livro que, num mundo ateu, não existiriam mais atritos e guerras. Veja, leitor, o que Dawkins escreve na página 336 do supracitado livro:

 



“Não nego que as poderosas tendências da humanidade para a lealdade dentro do grupo e a hostilidade a forasteiros existiriam mesmo na ausência da religião. (...) Mas a religião amplifica e exacerba os danos.”

 



Ora, Dawkins afirma acima que, num mundo sem religião, num mundo totalmente ateu,  a hostilidade a forasteiros continuaria existindo, ou seja, atritos e guerras ocorreriam também, só que em menores proporções, já que a religião amplifica e exacerba esses danos. Percebeu, leitor, como Karnal cometeu um equívoco? Da mesma maneira que Karnal, Dawkins sabe muito bem que ateus e religiosos podem cometer barbaridades. Só que há uma diferença aí: a religião, de fato, amplifica, aumenta essas barbaridades. 

Karnal até diz que, na China e na antiga União Soviética, estados ateus, ditadores mandaram matar milhões de pessoas. Ora, Dawkins, em seu livro, na página 358, faz referência ao socialismo ateu:

 



“Stalin era ateu e Hitler provavelmente não era; mas, mesmo que fosse, o ponto principal do debate Stalin/Hitler é muito simples. Ateus podem fazer maldades, mas não fazem maldades em nome do ateísmo. (...) Não consigo pensar em nenhuma guerra que tenha sido combatida em nome do ateísmo.”

 



Percebeu, leitor? Dawkins diz acima que ateus podem fazer maldades. Ou seja, num mundo ateu, maldades também seriam cometidas, só que em menor escala porque a religião amplia essas maldades. Ele jamais afirma que, num mundo ateu, não haveria atritos e guerras, como disse o Karnal. Já que é um historiador, Karnal sabe, mais do que eu, que a quase totalidade das guerras havidas na história do homem foram de cunho religioso. Essa afirmação não é minha, mas de historiadores, como exemplo, o doutor em História Antônio José Barbosa, professor da Universidade de Brasília. Ora, se a quase totalidade das guerras na história do homem foram de cunho religioso, é óbvio concluir que, sem a religião, o número de guerras teria sido menor, ou seja, menos violência. Entendeu, leitor? 

É fato que, sem a religião, o mundo seria menos violento. A religião piora o mundo. Provar essa verdade é mais fácil do que empurrar um bêbado ladeira abaixo. Veja, leitor, exemplos em nosso Brasil. Jornais de televisão, com frequência, mostram cenas de selvageria, incêndios em terreiros de macumba e destruições de “imagens” de santos em igrejas católicas. Quem toca fogo em terreiros de macumba, um ateu ou um cristão? A resposta é fácil: cristãos! Quem destrói “imagens” de santos em igrejas católicas, um ateu ou um cristão evangélico? A resposta é fácil: cristãos evangélicos. Ateus não fazem isso. Em 1995, o bispo Sérgio Von Helder, da IUREM (Igreja Universal do Reino de Edir Macedo), em pleno programa de televisão, chutou e quebrou a “imagem” de Nossa Senhora de Fátima, ofendendo os cristãos católicos. Um ateu não faz isso. O homem religioso, sim. Logo, se não houvesse religião, esses crimes não teriam ocorrido. Quem pratica crimes envolvendo magia negra, um ateu ou um religioso? A resposta é facílima: o homem religioso. Ateu não faz isso. Quem leva um número grande de otários a praticar suicídios coletivos, um ateu ou um religioso? A resposta também é fácil: o homem religioso (Jim Jones, Davi Koresh, Joseph Di Mambro, Thomas Nichols). Ateu não leva alguém a praticar suicídios, muito menos, coletivo. Logo, se não existisse religião, suicídios com essa natureza não existiriam. Um mundo MENOS violento, pois!

Karnal, infelizmente, errou ao analisar a afirmação de Dawkins!


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