sexta-feira, 24 de março de 2017

O KENNEDY, DEUS E A PENA DE MORTE





Em meu vídeo “O Deus da Bíblia e a pena de morte”, o internauta ateu Kennedy Litaiff fez o seguinte comentário:    

                        
                    “A pena de morte é uma solução definitiva, não deixando margem para correção no futuro, se por acaso, o apenado descobrir-se inocente. Para sociedades atuais civilizadas(existem exceções, é claro) é o extremo do rigor penal, o radicalismo jurídico... Religiosos fazem de tudo para desassociar o personagem bíblico "Jesus" em relação ao Antigo Testamento e aos costumes do povo judeu. Jesus, como é dito no Novo testamento, não veio para mudar as leis do Antigo Testamento, e sim, para confirmá-las. Em nenhuma linha, é dito que esse personagem diz que os crentes deveriam apagar o Antigo Testamento e seguir só Novo. Estamos falando de uma sociedade milenar, cheias de analfabetos e ignorantes de conhecimento, onde os milagres permeavam a rotina diária. A Bíblia é um mar de carnificina, tudo ordenado pelo seu mentor especial.”


O Kennedy frequentemente faz comentários em minha página. Por meio de seus comentários, ele torna públicos sua inteligência e conhecimento acerca do tema religião. Comentários inteligentes sobre religião são uma raridade no mundo do “You Tube”. Portanto, o Kennedy é uma exceção à regra.
Neste vídeo, analisarei somente as duas primeiras partes do comentário do Kennedy. Ei-las:


A pena de morte é uma solução definitiva, não deixando margem para correção no futuro, se por acaso, o apenado descobrir-se inocente. Para sociedades atuais civilizadas(existem exceções, é claro) é o extremo do rigor penal, o radicalismo jurídico.”


Logo no início de seu comentário, Kennedy mostra que é contra a pena de morte. E traz como argumento o erro judiciário. Assim, diante de um erro judiciário, uma pessoa inocente será executada, não havendo mais possibilidade de reparação, já que está morta. E Kennedy diz também, entre linhas, que atualmente, salvo algumas exceções, não existe pena de morte em sociedades civilizadas. Ou seja, a pena de morte é uma sanção rigorosa, cruel e muito antiga. Graças à evolução das leis penais, em sociedades civilizadas, ela foi substituída por outras penas, tais como: privativas de liberdade, multa, prestação de serviços à comunidade etc.
Eu sou a favor da pena de morte, apesar de dar razão às afirmações do Kennedy. Tudo o que ele diz em seu comentário é a pura verdade. Qualquer doutor em Direito penal sabe disso. A pena de morte era a única pena existente no mundo antigo, nas sociedades tribais, indígenas etc. Com o desenvolvimento das penas, com a evolução das leis penais, ela foi substituída por outras penas. Ou seja, a pena de morte é coisa de museu, de um mundo bárbaro. Veja, como exemplo, o nosso país, o Brasil. Os portugueses chegaram aqui em abril de 1500. Trouxeram em suas malas o cristianismo, a língua portuguesa, seus hábitos alimentares, seus vestuários e a pena de morte. A pena de morte foi largamente aplicada durante o Brasil colonial e o Brasil imperial. Hoje, só existe pena de morte no Brasil em caso de guerra declarada. Como se vê facilmente, a tendência da evolução penal é extinguir essa pena capital.
E Kennedy cita, como exemplo, a civilização hebraica, isto é, o povo da Bíblia. Como o povo da Bíblia era uma civilização antiga, atrasadíssima se comparada com a nossa de hoje, a única pena existente lá era a de morte. Os hebreus, obviamente, não alcançaram a evolução que nós alcançamos. No mundo tribal deles, não havia o progresso científico de penas. Basta ver que eles aplicavam a pena de morte para todos os crimes, leves ou graves. Por exemplo, se um filho desobedecesse aos seus pais, era apenado com a pena de morte. E a mesma pena era aplicada a um hebreu que matasse outro hebreu. Ou seja, um filho desobediente era equiparado a um homicida. Que loucura, não é mesmo? No Brasil, por exemplo, graças à evolução das leis penais, um filho desobediente não sofre punição alguma, não é um criminoso, e um homicida vai preso, não será executado. Percebeu a diferença do mundo hebreu para o nosso?
Como mostrei em meu vídeo anterior “O Deus da Bíblia e a pena de morte”, líderes religiosos cristãos deturpam os textos bíblicos, dando a eles um sentido completamente diferente. Esses líderes dizem aos fiéis que o mandamento “NÃO MATARÁS”, que está em Êxodo 20:13, significava que o Deus hebreu era contra a pena de morte. Segundo esses líderes, um hebreu não podia matar outro hebreu, assim como a sociedade hebraica não podia condenar um hebreu à pena de morte. Que mentira! E os fiéis acreditam porque não conhecem a Bíblia, porque não estudam os costumes do povo hebreu. Em toda a Bíblia, a verdade está lá. Em cada página, a pena de morte! Só para ilustrar este vídeo, veja alguns versículos bíblicos comprovando a existência da pena de morte:


“Quem ferir a outro, de modo que este morra, também será morto.” Êxodo 21:12.


Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto.” Êxodo 21:15.


Se também um homem se ajuntar com um animal, será morto, e matarás o animal.” Levítico 20:15.


Pelos exemplos acima, é fácil ver que a sociedade hebraica era muito atrasada, com uma visão infantil sobre crimes e penas. Uma sanção grave como a pena de morte era aplicada até mesmo a crimes leves. E até os pobres animais irracionais eram punidos. Uma loucura total! Se um homem hebreu fosse pego fazendo sexo com uma jumenta, ele era condenado à pena de morte, e a pobre jumenta, totalmente inocente,  também deveria ser morta. Uma idiotice sem fim, não é mesmo?
O Kennedy escreveu bonito!

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