Em meu vídeo “O Deus da Bíblia e a pena de morte”, o internauta ateu Kennedy Litaiff
fez o seguinte comentário:
“A pena de morte é uma
solução definitiva, não deixando margem para correção no futuro, se por acaso,
o apenado descobrir-se inocente. Para sociedades atuais civilizadas(existem
exceções, é claro) é o extremo do rigor penal, o radicalismo jurídico...
Religiosos fazem de tudo para desassociar o personagem bíblico
"Jesus" em relação ao Antigo Testamento e aos costumes do povo judeu.
Jesus, como é dito no Novo testamento, não veio para mudar as leis do Antigo
Testamento, e sim, para confirmá-las. Em nenhuma linha, é dito que esse
personagem diz que os crentes deveriam apagar o Antigo Testamento e seguir só
Novo. Estamos falando de uma sociedade milenar, cheias de analfabetos e
ignorantes de conhecimento, onde os milagres permeavam a rotina diária. A
Bíblia é um mar de carnificina, tudo ordenado pelo seu mentor especial.”
O Kennedy frequentemente faz
comentários em minha página. Por meio de seus comentários, ele torna públicos
sua inteligência e conhecimento acerca do tema religião. Comentários
inteligentes sobre religião são uma raridade no mundo do “You Tube”. Portanto,
o Kennedy é uma exceção à regra.
Neste vídeo, analisarei somente as
duas primeiras partes do comentário do Kennedy. Ei-las:
“A pena de
morte é uma solução definitiva, não deixando margem para correção no futuro, se
por acaso, o apenado descobrir-se inocente. Para sociedades atuais
civilizadas(existem exceções, é claro) é o extremo do rigor penal, o
radicalismo jurídico.”
Logo no
início de seu comentário, Kennedy mostra que é contra a pena de morte. E traz
como argumento o erro judiciário. Assim, diante de um erro judiciário, uma
pessoa inocente será executada, não havendo mais possibilidade de reparação, já
que está morta. E Kennedy diz também, entre linhas, que atualmente, salvo
algumas exceções, não existe pena de morte em sociedades civilizadas. Ou seja,
a pena de morte é uma sanção rigorosa, cruel e muito antiga. Graças à evolução
das leis penais, em sociedades civilizadas, ela foi substituída por outras
penas, tais como: privativas de liberdade, multa, prestação de serviços à
comunidade etc.
Eu sou a
favor da pena de morte, apesar de dar razão às afirmações do Kennedy. Tudo o
que ele diz em seu comentário é a pura verdade. Qualquer doutor em Direito
penal sabe disso. A pena de morte era a única pena existente no mundo antigo,
nas sociedades tribais, indígenas etc. Com o desenvolvimento das penas, com a
evolução das leis penais, ela foi substituída por outras penas. Ou seja, a pena
de morte é coisa de museu, de um mundo bárbaro. Veja, como exemplo, o nosso
país, o Brasil. Os portugueses chegaram aqui em abril de 1500. Trouxeram em
suas malas o cristianismo, a língua portuguesa, seus hábitos alimentares, seus
vestuários e a pena de morte. A pena de morte foi largamente aplicada durante o
Brasil colonial e o Brasil imperial. Hoje, só existe pena de morte no Brasil em
caso de guerra declarada. Como se vê facilmente, a tendência da evolução penal
é extinguir essa pena capital.
E Kennedy
cita, como exemplo, a civilização hebraica, isto é, o povo da Bíblia. Como o
povo da Bíblia era uma civilização antiga, atrasadíssima se comparada com a
nossa de hoje, a única pena existente lá era a de morte. Os hebreus,
obviamente, não alcançaram a evolução que nós alcançamos. No mundo tribal
deles, não havia o progresso científico de penas. Basta ver que eles aplicavam
a pena de morte para todos os crimes, leves ou graves. Por exemplo, se um filho
desobedecesse aos seus pais, era apenado com a pena de morte. E a mesma pena
era aplicada a um hebreu que matasse outro hebreu. Ou seja, um filho
desobediente era equiparado a um homicida. Que loucura, não é mesmo? No Brasil,
por exemplo, graças à evolução das leis penais, um filho desobediente não sofre
punição alguma, não é um criminoso, e um homicida vai preso, não será
executado. Percebeu a diferença do mundo hebreu para o nosso?
Como
mostrei em meu vídeo anterior “O Deus da
Bíblia e a pena de morte”, líderes religiosos cristãos deturpam os textos
bíblicos, dando a eles um sentido completamente diferente. Esses líderes dizem
aos fiéis que o mandamento “NÃO MATARÁS”, que está em Êxodo 20:13, significava
que o Deus hebreu era contra a pena de morte. Segundo esses líderes, um hebreu
não podia matar outro hebreu, assim como a sociedade hebraica não podia
condenar um hebreu à pena de morte. Que mentira! E os fiéis acreditam porque
não conhecem a Bíblia, porque não estudam os costumes do povo hebreu. Em toda a
Bíblia, a verdade está lá. Em cada página, a pena de morte! Só para ilustrar
este vídeo, veja alguns versículos bíblicos comprovando a existência da pena de
morte:
“Quem ferir a outro, de modo que este morra, também
será morto.” Êxodo 21:12.
“Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto.”
Êxodo 21:15.
“Se também um homem se ajuntar com um animal,
será morto, e matarás o animal.” Levítico 20:15.
Pelos
exemplos acima, é fácil ver que a sociedade hebraica era muito atrasada, com
uma visão infantil sobre crimes e penas. Uma sanção grave como a pena de morte
era aplicada até mesmo a crimes leves. E até os pobres animais irracionais eram
punidos. Uma loucura total! Se um homem hebreu fosse pego fazendo sexo com uma
jumenta, ele era condenado à pena de morte, e a pobre jumenta, totalmente
inocente, também deveria ser morta. Uma
idiotice sem fim, não é mesmo?
O Kennedy
escreveu bonito!
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