Neste vídeo, mais um erro de Jesus. É
sempre bom repetir que estou tratando do Jesus das narrativas bíblicas que
estão no Novo Testamento. Não estou, pois, analisando o Jesus histórico, fora
dos relatos bíblicos. O Jesus histórico é um nada. Digo isso porque algumas
pessoas escrevem em minha página no “You Tube”, afirmando que eu não deveria
falar sobre Jesus porque ele nunca existiu. Na história propriamente dita, não
há Jesus algum, mas nas narrativas bíblicas, sim, existe esse Jesus, aliás,
vários Jesus. Esse Jesus é que é objeto de estudo por parte de todos.
Em Mateus 24: 7, Jesus, no monte das
Oliveiras, diz a seus discípulos acerca dos sinais que antecedem à sua vinda,
descendo sobre as nuvens do céu:
“7 Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e
haverá fomes e terremotos em vários lugares;
8 porém tudo isto é o princípio
das dores.”
Na narrativa bíblica acima, Jesus comete 3 erros. Ele associa as guerras
entre nações à proximidade da volta do Filho do Homem. E associa também ao fim
dos tempos a ocorrência de fomes e de terremotos. Uma ignorância sem fim! Para
entender essas afirmações atribuídas a Jesus, é necessário conhecer o mundo de
Jesus. O mundo de Jesus não era o mesmo mundo de hoje. Jesus era judeu e viveu
há 2 mil anos. O Estado de Israel da época de Jesus era totalmente diferente do
Estado de Israel dos dias atuais. O Israel do tempo de Jesus estava dominado
pelos romanos. Nos dias atuais, Israel é um Estado livre, independente e
democrático. O Israel do tempo de Jesus não garantia a liberdade de expressão.
O Israel de hoje garante a liberdade de expressão. O Israel do tempo de Jesus
era marcado pela fome e analfabetismo. O Israel de hoje é um país farto e com
alto índice educacional. Portanto, quando alguém lê a passagem bíblica acima,
está lendo um Israel antigo com suas concepções errôneas sobre guerras, fome e
terremotos.
Jesus, de início, erra quando associa as guerras entre nações à
proximidade do retorno do Filho do Homem. Se as guerras entre nações fossem um
sinal do retorno de Jesus, descendo pelos céus, o planeta Terra teria sido
extinto há 2 mil anos, isto é, na época de Jesus. Jesus pregava o retorno do
Filho do Homem para seu tempo, para sua época. Naquela época, nações estavam em
guerra constante. Jerusalém, por exemplo, foi invadida, saqueada e dominada por
vários povos. Quando Jesus era adulto, sua Jerusalém havia sido invadida pelos
romanos. Os romanos é que mandavam ali. Jesus nada pôde fazer para expulsar os
invasores. Já que vivia num mundo de guerras, de invasões, Jesus afirmou que as
guerras eram um sinal de que o Filho do Homem estava chegando. Se, por exemplo,
Jesus fosse vivo hoje e morasse principalmente na França, nos EUA, na
Inglaterra, no Canadá, iria ver que o mundo não se resume em guerras, em
conflitos sociais. E, se as guerras fossem um sinal do fim do mundo, a Terra
teria sido extinta na época do lendários Abraão, Salomão, Josué, Davi. Basta
abrir a Bíblia e ver o mundo de guerras e conflitos que assolavam Israel naquela
época. Atualmente, o Estado de Israel vive em paz, sem invasões de
estrangeiros. O único conflito ali é com os palestinos, mas isso é café
pequeno.
Outro erro de Jesus é associar a fome à proximidade da volta do Filho do
Homem, que é ele mesmo. Ora, a idade da fome é a idade do homem. A fome sempre
acompanhou o homem, desde as eras patriarcais, desde a Idade da Pedra Lascada. Antes
de Jesus nascer, a fome era maior. Antes de Jesus vir ao mundo, Israel passava
fome extrema. Basta abrir a Bíblia e verificar os relatos sobre Abraão, Moisés,
Josué, Davi e outros. Como exemplo, veja o que está escrito em Gênesis 12: 10:
“10 Havia fome naquela terra; desceu, pois, Abrão ao Egito, para aí
ficar, porquanto era grande a fome na terra.”
Percebeu, como a fome antes de Jesus
era maior? A narrativa bíblica diz que a fome era muito grande na terra que
mais tarde seria chamada de Israel. Uma fome mais cruel do que hoje na África.
O lendário Abraão, para fugir da fome, caminhou até o Egito, onde havia
abundância de alimentos. E assim era em toda a Bíblia. Para onde Jesus olhava,
via a fome. Logo, afirmou que a fome seria um sinal de que o Filho do Homem
estava chegando do céu. Jesus pregava a descida do Filho do Homem para seu
tempo, para sua época. Se Jesus fosse vivo hoje e morasse, por exemplo, na
Europa, iria ver um mundo bastante farto de alimentos, e não associaria mais a
fome com um provável retorno dele mesmo à Terra. É fácil ver a ingenuidade do
relato bíblico, não é mesmo? Não é mesmo, Augusto Cury?
O terceiro e último erro de Jesus na
narrativa bíblica acima reside em associar terremotos à proximidade da volta do
Filho do Homem. Ora, com maior razão ainda, terremoto nada tem a ver com a
volta de quem quer que seja. Havia terremotos no planeta Terra antes mesmo do
surgimento do homem. Se os terremotos fossem um sinal do fim do mundo, o mundo
teria sido extinto em sua origem, quando nem seres humanos existiam. Entendeu?
É preciso entender que a época em que viveu Jesus era muito ignorante. Os
judeus, por exemplo, atribuíam terremotos à ação do Deus hebreu. Ora,
terremotos nada têm a ver com deuses. Sabe-se, hoje, que os terremotos ocorrem
por causa de falhas geológicas. Deuses não existem e não mandam terremotos. O
planeta Terra tem inúmeras imperfeições. Nos lugares onde existem falhas
geológicas, os terremotos são constantes: Japão, Haiti, Itália, Chile etc. Deuses
não odeiam o Japão, o Haiti, Itália e o Chile. Terremotos ocorrem lá porque são
regiões que apresentam falhas geológicas. Jesus não sabia disso, não tinha esse
conhecimento. Entendeu, Augusto Cury?
Nenhum comentário:
Postar um comentário