Só conhece a Bíblia quem a estuda com
seriedade. O que quer dizer estudar a Bíblia com seriedade? Significa estudá-la
sob o ponto de vista da sociologia bíblica, arqueologia bíblica, história dos
hebreus, história dos judeus e teologia. De posse dessas ferramentas, é fácil
uma pessoa compreender as narrativas bíblicas. Uma pessoa que simplesmente lê a
Bíblia, sem fazer uso das ferramentas que nomeei, não entenderá nada e, se
entender, entenderá tudo errado. E pior ainda quando uma pessoa vê a Bíblia
como a “palavra” de Deus. Aí tudo estará perdido porque entra o fanatismo
religioso que cega os humanos.
Neste vídeo, mostrarei mais um erro
de Jesus. Sempre é bom repetir que o Jesus aqui é aquele que está nas
narrativas do Novo Testamento. Não se trata do Jesus histórico. Esse aí é um
nada! O Novo Testamento está repleto de lendas inventadas com o objetivo de
transmitir mensagens. Esse processo era muito comum naquela época. Pois bem! Em
Mateus 24: 30 e 31, temos:
”30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da
terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com
poder e muita glória.
31 E ele enviará os seus anjos,
com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro
ventos, de uma a outra extremidade dos céus.”
Em Mateus, capítulo 24, Jesus estava
no monte das Oliveiras, e com ele seus discípulos. Estes perguntam a Jesus qual
será o sinal da vinda dele e da consumação do século. E Jesus enumera vários
sinais indicativos de sua vinda. E, claro, Jesus comete uma infinidade de
erros. Para este vídeo, escolhi um deles para que o vídeo não fique longo. Jesus
diz a seus discípulos que o Filho do Homem (o próprio Jesus) aparecerá sobre as
nuvens do céu e que todos os habitantes do planeta Terra o verão. Além disso,
verão também sobre as nuvens do céu os anjos com suas trombetas. A ingenuidade
do relato bíblico é gritante e traz uma ignorância do povo antigo sobre a
superfície da Terra. O homem antigo pensava que a Terra era plana, como uma
tábua de passar roupas, e que no final havia um grande abismo. E pensava também
que o que aparecia nas nuvens de um lugar aparecia também nas nuvens de outros
lugares. Daí a narrativa bíblica afirmar que, quando Jesus aparecer sobre as
nuvens do céu, todos os habitantes da Terra o verão. Antes de qualquer coisa, é
bom repetir que a vinda do Filho do Homem era pregada para aquele tempo, para
aquela época de Jesus, como já mostrei por meio de vários vídeos. Os judeus
aguardavam a chegada do Messias, em grego “Cristo”, que iria ser rei de Israel,
poderoso e forte para expulsar da Palestina os invasores (os romanos). Os
meninos judeus ouviam esse discurso de seus pais. O de que o Messias iria
aparecer. Muitos desses meninos quando cresciam diziam ser esse Messias. E
todos foram torturados e mortos pelos invasores. E Jesus foi mais um. Torturado
e crucificado pelos romanos. E até hoje, ano 2017, os judeus aguardam o
Messias, que não era Jesus, e que nunca aparecerá nem nos céus de Israel, nem
nos céus do Brasil.
A narrativa bíblica diz que Jesus
apareceria sobre as nuvens do céu e que todos os povos da Terra o veriam. Que ingenuidade! Só para ilustrar o absurdo,
suponha-se que Jesus apareça sobre as nuvens do céu de Copacabana, no lindo Rio
de Janeiro. Quem estiver caminhando no calçadão de Copacabana não verá Jesus
por causa da distância. As nuvens de Copacabana estão muito distantes do
calçadão e uma pessoa por maior que seja sobre elas jamais será vista pelas
pessoas que caminham por ali. Uma pessoa ou um objeto qualquer, à proporção que
se afasta dos observadores, se torna menor até desaparecer por completo. Veja,
como exemplo, um avião da Gol. No pátio de um aeroporto, ele é enorme, muito
grande mesmo. Ele é enorme porque está perto de uma pessoa que o vê. Já sobre
as nuvens, para quem o observa do solo, o avião não aparenta ter o mesmo
tamanho. Por causa da distância, parece que tem o tamanho de um urubu.
Portanto, Jesus, sobre as nuvens, jamais seria visto pelas pessoas que moram em
Copacabana, e pior ainda por quem mora na Tijuca, e pior ainda por quem mora em
Sobral, no Ceará.
Além do efeito causado pela
distância, o céu de Copacabana não é o céu da Tijuca, não é o céu de Angra dos
Reis, não é o céu de Sobral, não é o céu de Fortaleza, não é o céu de Paris,
não é o céu de Israel etc. Só para ilustrar a ingenuidade do relato bíblico, se
Jesus aparecesse no céu de Copacabana a ponto de ser visto, os moradores da
Tijuca não o veriam, muito menos os habitantes de Sobral, de Paris, de Angra
dos Reis, de Búzios etc. Você está entendendo, não é mesmo? Dar-lhe-ei um
exemplo bem claro. Há poucos dias eu estava em Brasília e deu vontade de tomar
um banho nas cachoeiras de Pirenópolis que ficam a 140 km de Brasília. Quando
acordei, estava chovendo bastante em Brasília. Minha esposa me disse que não
deveríamos ir a Pirenópolis porque o tempo estava chuvoso. Aí eu disse a ela
que o céu de Brasília não era o céu de Pirenópolis. E viajamos. Quando chegamos
a Pirenópolis, um Sol forte e gostoso. Nada de chuvas. Minha esposa olhou para
mim e disse:
“É, você tem mesmo razão: o
céu de Brasília não é o céu de Pirenópolis”.
E, para concluir este vídeo, a
narrativa bíblica diz que os anjos também seriam vistos sobre as nuvens do céu
com grande clangor de trombetas. Por que está escrito que os anjos surgiriam
nas nuvens tocando trombetas? Ora, porque o homem trabalha com elementos de sua
cultura. O escriba cristão conhecia a trombeta, um instrumento musical de
sopro, equivalente à corneta. Nessa fantasia bíblica, ele obviamente colocou
nos anjinhos o instrumento musical de seu tempo. Se o escriba cristão fosse
fazer outro relato nos dias de hoje com certeza abandonaria a trombeta e
colocaria nas mãos dos anjinhos um instrumento musical mais possante e com
amplificadores para que o som fosse captado com mais clangor. É óbvio que os
anjinhos sobre as nuvens tocando trombetas jamais seriam ouvidos pelo povo que
estivesse no solo. Nem os cachorros, que têm audição melhor, ouviriam o som das
trombetas.
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