quarta-feira, 1 de março de 2017

JESUS SOBRE AS NUVENS DO CÉU





Só conhece a Bíblia quem a estuda com seriedade. O que quer dizer estudar a Bíblia com seriedade? Significa estudá-la sob o ponto de vista da sociologia bíblica, arqueologia bíblica, história dos hebreus, história dos judeus e teologia. De posse dessas ferramentas, é fácil uma pessoa compreender as narrativas bíblicas. Uma pessoa que simplesmente lê a Bíblia, sem fazer uso das ferramentas que nomeei, não entenderá nada e, se entender, entenderá tudo errado. E pior ainda quando uma pessoa vê a Bíblia como a “palavra” de Deus. Aí tudo estará perdido porque entra o fanatismo religioso que cega os humanos.
Neste vídeo, mostrarei mais um erro de Jesus. Sempre é bom repetir que o Jesus aqui é aquele que está nas narrativas do Novo Testamento. Não se trata do Jesus histórico. Esse aí é um nada! O Novo Testamento está repleto de lendas inventadas com o objetivo de transmitir mensagens. Esse processo era muito comum naquela época. Pois bem! Em Mateus 24: 30 e 31, temos:


”30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
  31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.”


Em Mateus, capítulo 24, Jesus estava no monte das Oliveiras, e com ele seus discípulos. Estes perguntam a Jesus qual será o sinal da vinda dele e da consumação do século. E Jesus enumera vários sinais indicativos de sua vinda. E, claro, Jesus comete uma infinidade de erros. Para este vídeo, escolhi um deles para que o vídeo não fique longo. Jesus diz a seus discípulos que o Filho do Homem (o próprio Jesus) aparecerá sobre as nuvens do céu e que todos os habitantes do planeta Terra o verão. Além disso, verão também sobre as nuvens do céu os anjos com suas trombetas. A ingenuidade do relato bíblico é gritante e traz uma ignorância do povo antigo sobre a superfície da Terra. O homem antigo pensava que a Terra era plana, como uma tábua de passar roupas, e que no final havia um grande abismo. E pensava também que o que aparecia nas nuvens de um lugar aparecia também nas nuvens de outros lugares. Daí a narrativa bíblica afirmar que, quando Jesus aparecer sobre as nuvens do céu, todos os habitantes da Terra o verão. Antes de qualquer coisa, é bom repetir que a vinda do Filho do Homem era pregada para aquele tempo, para aquela época de Jesus, como já mostrei por meio de vários vídeos. Os judeus aguardavam a chegada do Messias, em grego “Cristo”, que iria ser rei de Israel, poderoso e forte para expulsar da Palestina os invasores (os romanos). Os meninos judeus ouviam esse discurso de seus pais. O de que o Messias iria aparecer. Muitos desses meninos quando cresciam diziam ser esse Messias. E todos foram torturados e mortos pelos invasores. E Jesus foi mais um. Torturado e crucificado pelos romanos. E até hoje, ano 2017, os judeus aguardam o Messias, que não era Jesus, e que nunca aparecerá nem nos céus de Israel, nem nos céus do Brasil.
A narrativa bíblica diz que Jesus apareceria sobre as nuvens do céu e que todos os povos da Terra o veriam.  Que ingenuidade! Só para ilustrar o absurdo, suponha-se que Jesus apareça sobre as nuvens do céu de Copacabana, no lindo Rio de Janeiro. Quem estiver caminhando no calçadão de Copacabana não verá Jesus por causa da distância. As nuvens de Copacabana estão muito distantes do calçadão e uma pessoa por maior que seja sobre elas jamais será vista pelas pessoas que caminham por ali. Uma pessoa ou um objeto qualquer, à proporção que se afasta dos observadores, se torna menor até desaparecer por completo. Veja, como exemplo, um avião da Gol. No pátio de um aeroporto, ele é enorme, muito grande mesmo. Ele é enorme porque está perto de uma pessoa que o vê. Já sobre as nuvens, para quem o observa do solo, o avião não aparenta ter o mesmo tamanho. Por causa da distância, parece que tem o tamanho de um urubu. Portanto, Jesus, sobre as nuvens, jamais seria visto pelas pessoas que moram em Copacabana, e pior ainda por quem mora na Tijuca, e pior ainda por quem mora em Sobral, no Ceará.
Além do efeito causado pela distância, o céu de Copacabana não é o céu da Tijuca, não é o céu de Angra dos Reis, não é o céu de Sobral, não é o céu de Fortaleza, não é o céu de Paris, não é o céu de Israel etc. Só para ilustrar a ingenuidade do relato bíblico, se Jesus aparecesse no céu de Copacabana a ponto de ser visto, os moradores da Tijuca não o veriam, muito menos os habitantes de Sobral, de Paris, de Angra dos Reis, de Búzios etc. Você está entendendo, não é mesmo? Dar-lhe-ei um exemplo bem claro. Há poucos dias eu estava em Brasília e deu vontade de tomar um banho nas cachoeiras de Pirenópolis que ficam a 140 km de Brasília. Quando acordei, estava chovendo bastante em Brasília. Minha esposa me disse que não deveríamos ir a Pirenópolis porque o tempo estava chuvoso. Aí eu disse a ela que o céu de Brasília não era o céu de Pirenópolis. E viajamos. Quando chegamos a Pirenópolis, um Sol forte e gostoso. Nada de chuvas. Minha esposa olhou para mim e disse: 

É, você tem mesmo razão: o céu de Brasília não é o céu de Pirenópolis”. 

E, para concluir este vídeo, a narrativa bíblica diz que os anjos também seriam vistos sobre as nuvens do céu com grande clangor de trombetas. Por que está escrito que os anjos surgiriam nas nuvens tocando trombetas? Ora, porque o homem trabalha com elementos de sua cultura. O escriba cristão conhecia a trombeta, um instrumento musical de sopro, equivalente à corneta. Nessa fantasia bíblica, ele obviamente colocou nos anjinhos o instrumento musical de seu tempo. Se o escriba cristão fosse fazer outro relato nos dias de hoje com certeza abandonaria a trombeta e colocaria nas mãos dos anjinhos um instrumento musical mais possante e com amplificadores para que o som fosse captado com mais clangor. É óbvio que os anjinhos sobre as nuvens tocando trombetas jamais seriam ouvidos pelo povo que estivesse no solo. Nem os cachorros, que têm audição melhor, ouviriam o som das trombetas.

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