quarta-feira, 1 de setembro de 2021

AS TRAGÉDIAS DE MAITÊ PROENÇA

                                              Esse é o 5º crime da série “Um crime que abalou o Brasil”. Com certeza, leitor, você já viu a atriz Maitê Proença, não é mesmo? Ela trabalhou em muitas novelas da Rede Globo de Televisão. Mas será que você tem conhecimento das tragédias que abalaram sua vida? Você sabe o que ocorreu com o pai e a mãe dela? 

Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo era casado com Margot Proença Gallo. Tiveram 2 filhos, um deles a bela jovem que se tornaria atriz global, Maitê Proença. Augusto, em 1970, era procurador de Justiça, em Campinas, no estado de São Paulo. Margot, professora de Filosofia. A filha Maitê Proença estava com 12 anos de idade. 

Há algum tempo, Augusto vinha desconfiando da fidelidade de sua esposa. Num certo dia, pegou uma carta dela que seria endereçada a um professor francês chamado Ives Gentilhomme, que estivera em Campinas, ministrando um curso, do qual Margot era aluna. Augusto, arrasado pela descoberta, perguntou à esposa qual seria sua relação com o professor, tendo obtido resposta negativa. Margot lhe dissera que não tivera relação íntima com o francês, que tudo aquilo era imaginação do marido. Augusto não acreditou nas palavras da esposa. Teve a ideia de questionar a empregada  que prestava serviço em sua residência, a Zenilza. Fofoqueira, ela lhe disse que o professor francês realmente entrou várias vezes em sua residência quando Augusto estava viajando. A partir daí, certo de que sua esposa lhe era infiel, ele passou a procurar mais provas a fim de fundamentar uma futura separação. Sua própria filha Maitê Proença, com apenas 12 anos de idade, na época, disse ao juiz José Augusto Marin que viu o professor na cama de sua mãe, vestido de pijama. Jorge das Dores Silva, filho de criação do casal, com 23 anos de idade, afirmou também que havia visto Margot em casa, em companhia de um oficial do Exército. Augusto, não satisfeito ainda, procurou uma antiga empregada da família, Maria Bombonato, que lhe disse ter visto sua esposa trancada no escritório da casa com um ex-aluno de nome Mílton, sempre durante as ausências do esposo. 



Com as provas da infidelidade da esposa em seu poder, Augusto chamou-a para acertar as condições da separação. Dia 7 de novembro de 1970, precisamente, às 16h. Por causa do comportamento errôneo dela, impôs certas condições que não foram aceitas pela esposa, entre elas, que deixasse os dois filhos com ele e que fosse embora de Campinas. Margot não aceitou e, com raiva, confessou que realmente havia traído o marido com outros homens. Ao ouvir a declaração, Augusto pegou uma faca, desferindo 11 golpes no corpo da esposa, que teve morte imediata. Para não ser preso em flagrante, fugiu com a arma do crime para Bragança Paulista e depois para Belo Horizonte. Os 2 filhos do casal (Maitê Proença, com 12 anos, e Renê, com 7) foram conduzidos a um internato. 

Dez dias depois do crime, no dia 17 de novembro de 1970, Augusto se apresentou à Polícia de Campinas, tendo sido ouvido pelo delegado Amândio Augusto Malheiros Lopes. Por não ter sido preso em flagrante, respondeu ao processo em liberdade. Foi absolvido nos dois julgamentos pelo Tribunal do Júri. Estando quite com a Justiça, casou-se novamente. 

Em julho de 1989, 19 anos depois do crime, Augusto, aposentado, estava com câncer em estado terminal. Morando no Condomínio Bosque de Notredame, em Sousas, na cidade de Campinas, disse à esposa Sônia que iria descer até a portaria para conversar um pouco com o porteiro José do Livramento Sousa. Augusto havia sido síndico do condomínio, daí por que exercia um poder de liderança diante do empregado. Augusto sabia que o porteiro tinha um revólver. Pediu-lhe então que lhe entregasse a arma, apenas com o intuito de tirar uma dúvida. Estava mentindo! Não tendo outra saída, o porteiro José Sousa lhe entregou a arma, mas, antes, retirara as balas. Imediatamente, Augusto partiu para cima do porteiro, subtraindo-lhe 4 balas. Colocou-as no revólver, encostou o cano da arma no próprio coração e disparou 2 tiros. Suicidou-se! Seu corpo foi cremado no dia 20 de julho de 1989, tendo comparecido à cerimônia 50 pessoas, incluindo sua filha Maitê Proença, com 31 anos de idade.


Tristes, caro leitor, muito tristes essas tragédias familiares vivenciadas pela bela atriz Maitê Proença.  


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