Como mostrei no vídeo “A bela esposa de Caim”, publicado ontem, domingo, dia 12 de setembro do corrente ano, o folheto das Testemunhas de Jeová afirma que não existem contradições na Bíblia. Para esse vídeo, trago mais um trecho:
“Não raro os críticos simplesmente procuram contradições, e talvez digam: ‘O escritor bíblico Mateus diz que um oficial de exército veio pedir um favor a Jesus, ao passo que Lucas diz que para isso foram enviados representantes. Qual dos dois é correto? (Mateus 8:5, 6; Lucas 7:2,3). Mas é isto realmente uma contradição?”
O folheto diz que, em Mateus 8: 5 e 6, é dito que um oficial de Exército se encontrou com Jesus, pedindo-lhe um favor. A mesma passagem foi copiada em Lucas 7:2 e 3, só que o relato é diferente. Lucas afirma que nenhum oficial de Exército se encontrou com Jesus, mas enviou representantes. É o que está no folheto. E diz que não há contradição entre as duas passagens. Por favor, leitor, não ria porque você atrapalhará minha concentração aqui. Veja as passagens bíblicas citadas pelo folheto. Em Mateus 8: 5 e 6, está escrito:
“5 Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando:
6 Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente.”
Muito bem, amigo leitor! Está dito que, quando Jesus entrou em Cafarnaum, um centurião se apresentou diante dele. Um centurião conversou com Jesus. Um centurião fez um pedido a Jesus, que ele curasse um escravo dele. Grave bem essa passagem, leitor. Veja, agora, a mesma passagem no evangelho de Lucas 7:1 a 3:
“1 Tendo Jesus concluído todas as suas palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum.
2 E o servo de um centurião , a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte.
3 Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse curar o seu servo.”
É dito aqui, em Lucas, coisa diferente. Em Mateus, o centurião se encontrou pessoalmente com Jesus, pedindo-lhe um favor. Em Lucas, isso não ocorreu. O centurião ficou em sua casa, não se encontrou com Jesus, não falou com Jesus. O centurião enviou alguns representantes para fazer o pedido a Jesus. E o folheto ainda afirma que não existe contradição aqui. Por favor, leitor, pare de rir porque atrapalha minha concentração aqui. Por favor! Veja agora a explicação do folheto:
“Quando a atividade ou o trabalho de certas pessoas é atribuído àquele que é responsável por isso, uma pessoa razoável não aponta nisso uma discrepância. Por exemplo, você considera errada uma informação que diga que o prefeito construiu uma estrada, embora a construção propriamente dita tenha sido feita pelos seus engenheiros e operários? Naturalmente que não! Similarmente, não é contraditório da parte de Mateus dizer que o oficial de exército fez um pedido a Jesus, ao passo que, como escreveu Lucas, tal pedido tenha sido feito através de certos representantes. À medida que se conhecem mais pormenores, as aparentes discrepâncias na Bíblia desaparecem.”
Como afirmei no vídeo anterior, esses folhetos cristãos são feitos para enganar fiéis ingênuos. A explicação para afirmar que as passagens bíblicas acima não são discrepantes é extremamente ingênua, profundamente ridícula. Só mesmo uma pessoa boba para aceitá-la passivamente. O exemplo do prefeito é para você, leitor, morrer de rir. Diz o folheto, como exemplo, que um prefeito diz que construiu uma determinada ponte, mas, na verdade, foram os engenheiros e os operários que a construíram. Mais um exemplo agora trazido por mim: o presidente da República, em 1960, Juscelino Kubitschek. Todos dizem que Juscelino construiu a linda Brasília, mas, na verdade, ela foi construída pelos engenheiros e operários. Esses exemplos nada têm a ver com as passagens bíblicas acima, como insinua o folheto cristão.
Ora, uma coisa é alguém afirmar que um homem se encontrou com Jesus, fazendo-lhe um pedido. Coisa bem diferente é afirmar que esse homem não se encontrou com Jesus, ao contrário, enviou a Jesus outras pessoas. Imagine, leitor, uma testemunha de um crime, dizendo a um juiz de Direito que se encontrou com a vítima, que conversou com a vítima. E, em outro momento, ao ser ouvida novamente, afirma ao juiz que não se encontrou com a vítima, que não conversou com a vítima, que, ao contrário, enviou pessoas para conversarem com a vítima. O que o juiz de Direito fará diante dos dois relatos diferentes, contraditórios? Ora, ele mandará prender a pessoa por falso testemunho. A testemunha entrou em contradição porque, num dado momento, disse que se encontrou com a vítima, já em outro momento disse que não se encontrou com a vítima, mas enviou representantes. Entendeu, leitor? É justamente o caso dos relatos criados pelos escritores cristãos.
Outro exemplo bem claro. Em 1919, em Sobral, minha terra natal, no estado do Ceará, foi comprovada, por meio de um eclipse, a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Isso foi um fato histórico, e não uma lenda bíblica. Todos os livros relativos ao evento afirmam que Albert Einstein não foi a Sobral, mas enviou representantes. Verdade pura! Imagine, leitor, um livro de Física, afirmando que Einstein esteve em Sobral, pessoalmente, e outro dizendo o contrário, ou seja, que ele não foi a Sobral, mas enviou representantes. Seria uma loucura, não é mesmo?
Pois essa loucura está na Bíblia porque são livros repletos de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições, discrepâncias e erros.
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