quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O RABINO JONATHAN, A BÍBLIA E A HOMOSSEXUALIDADE



                       Eustáquio
                                                                                                              

                     Caro leitor,
                     A revista “Veja” do dia 15 de janeiro de 2014, nas páginas amarelas, traz uma entrevista com o rabino e filósofo inglês Jonathan Sacks. Entre outras coisas, o religioso fala acerca de judaísmo, de Bíblia hebraica, de homossexualidade, de alguns ateus famosos, do poder da oração, do conflito entre israelenses e palestinos etc.
                     Ao ler a matéria somente agora, depois de 2 anos, veio a mim a vontade de fazer alguns artigos acerca de alguns pontos da entrevista para mostrar a você, leitor, que as ideias religiosas levam facilmente as pessoas ao erro, ao absurdo. Neste artigo, analisarei a ideia religiosa de Jonathan Sacks sobre a homossexualidade. Na página 18, o jornalista Jerônimo Teixeira pergunta a Sacks qual é a posição judaica sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Veja, leitor, a resposta do rabino:

                    “Nossa posição é muito parecida com a católica: a Bíblia proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Portanto, não podemos admiti-lo.”

                   O psicanalista Sigmund Freud (1856-1939), também judeu, mas ateu, dizia que “a religião é uma neurose obsessiva universal da humanidade”. E Freud tinha toda razão! A afirmação acima do rabino Sacks é uma prova incontestável de que Freud realmente tinha razão. O que diz o rabino? Ora, ele diz que é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ou seja, que é contra a homossexualidade simplesmente porque a Bíblia proíbe. Você, leitor, percebeu a ingenuidade da afirmação do rabino? De acordo com o raciocínio dele, se a Bíblia proíbe uma coisa, então ele é contra essa coisa. Ou seja, se a Bíblia proíbe a homossexualidade, então o rabino é contra a homossexualidade.
                     Ora, ser contra a homossexualidade apenas porque a Bíblia a proíbe é assinar um atestado de pura ignorância, de puro desconhecimento da evolução da humanidade ao longo do tempo. A civilização hebraica viveu há muitos anos, no mínimo, há 4 mil anos, na região hoje conhecida por Oriente Médio. É público e notório o atraso dos costumes do povo hebreu se comparados aos costumes das civilizações ocidentais da atualidade. As civilizações egípcia, hebraica, grega, maia etc. foram marcadas por profundos atrasos que envergonham qualquer ser humano que vive no mundo ocidental: sacrifícios e holocaustos aos deuses, envolvendo seres humanos e animais irracionais, invasões e roubos de terra, matança indiscriminada de mulheres, crianças e velhos, destruição de sítios arqueológicos, estupros, intolerância religiosa etc. E tudo isso está registrado na Bíblia. E tudo isso fazia parte dos costumes daqueles povos, inclusive do povo hebreu. Era um mundo de profundo atraso!
                    Recorrer à Bíblia para condenar hoje a homossexualidade é simplesmente uma irracionalidade humana, uma “demência”, no dizer de Freud. O rabino Jonathan Sacks e os cristãos recorrem aos livros de Gênesis, Êxodo e Levítico para condenarem a homossexualidade. Ora, esses mesmos livros eram a favor da intolerância religiosa, ou seja, traziam como regra a matança ao fio da espada dos hebreus que viessem a adorar outros deuses. Já que o rabino e os cristãos são contra a homossexualidade porque é proibida, por exemplo, em Levítico, então deveriam invocar a mesma proibição para a liberdade religiosa que existe hoje no mundo ocidental. Você, leitor, está entendendo, não é mesmo? Serei mais claro! Se o rabino e os cristãos recorrem à Bíblia para condenarem a homossexualidade, deveriam pregar hoje também a intolerância religiosa porque esse monstro era regra na Bíblia. Se o rabino e os cristãos recorrem à Bíblia para condenarem a homossexualidade hoje, deveriam então recorrerem a ela também para condenar hoje a posição que a mulher ocupa no mundo ocidental, já que a mulher na Bíblia tinha uma posição inferior ao homem, comparada quase a mero objeto. No mundo da Bíblia, a mulher não podia nem falar em público. Obviamente, ninguém vê, no Brasil, religiosos cristãos invocando a Bíblia para calarem as mulheres brasileiras. Deveriam invocar a Bíblia para essa loucura porque as fontes são as mesmas. No mundo da Bíblia, a mulher podia ser traída pelo marido, mas não podia traí-lo. A prova está lá, em Êxodo, em Levítico. Ou seja, nos mesmos livros em que a homossexualidade era condenada. Ora, se o rabino e os cristãos invocam esses livros para condenarem a homossexualidade, deveriam invocar também os mesmos livros para aprovarem a infidelidade por parte do marido. Muitos homens iriam adorar esse discurso.
                       Percebeu, leitor amigo, a ignorância da afirmação do rabino Jonathan Sacks? É loucura tentar trazer costumes antigos de civilizações atrasadas para implementá-los num mundo evoluído como o que vivemos hoje. Costumes antigos devem ficar no passado. O mundo evolui.
                   Já pensou, amigo leitor, se aparece um louco aqui, no Brasil, invocando a Bíblia para restabelecer a escravidão?
                  



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