Eustáquio
Caro leitor,
É muito comum a gente ouvir que a não crença na vida
após a morte conduz o homem ao desespero, ao desânimo e ao suicídio. Assim
sendo, os ateus vivem desesperados, imersos numa tristeza profunda, sem gosto
pela vida, próximos do suicídio porque sabem que a morte física é o fim de
tudo.
Um exemplo dessa falsa propaganda religiosa está no
livro “O evangelho segundo o espiritismo”,
de Allan Kardec (1804-1869). Em sua 21ª edição, editora Lake, 1980, página 84,
Kardec escreve:
“(..) Quando
vemos, pois, homens de ciência, que se apoiam na autoridade do seu saber,
esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores que eles nada
têm a esperar depois da morte, não o vemos tentando convencê-los de que, se são
infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que poderiam dizer para afastá-los
dessa idéia? Que compensação poderão oferecer-lhes? Que esperanças poderão
propor-lhes? Nada além do nada! De onde é forçoso concluir que, se o nada é o único
remédio heróico, a única alternativa possível, mais vale atirar-se logo a ele,
do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento.”
Você, leitor amigo, entendeu o recado acima do espírita
Allan Kardec? O que ele está afirmando acerca dos ateus, dos que negam a existência
de vida depois da morte? Ora, Kardec está dizendo que quem nega a existência de
vida depois da morte vive uma vida muito infeliz, sem esperança alguma. Já que
sabe que a morte é o fim de tudo, então o ateu perde o gosto pela vida. Para
que trabalhar, se a morte é o fim de tudo? Para que estudar anos a fio, se a
morte é o fim de tudo? Para que comprar uma casa ou um carro, se a morte é o
fim de tudo? Segundo Kardec, por tudo isso, o ateu vive uma vida infeliz, sem
esperança, sem alegria, à beira de um ataque de nervos, a um passo do suicídio.
Percebeu, leitor amigo, a infantilidade das palavras
do espírita Allan Kardec? Ele está mais perdido que cego em tiroteio. Ora , o
ateu não é nada disso que ele prega. Veja, leitor, por exemplo, o meu caso. Sou
ateu desde os 12 anos de idade. Portanto, desde jovem, sei que não existe vida
depois da morte. E, ao contrário do que diz Kardec, desde criança sou uma
pessoa muito feliz. Aonde quer que eu vá, levo comigo a alegria. Sempre sou
considerada a pessoa mais alegre de qualquer ambiente onde eu esteja. Rio bastante,
gosto de contar piadas e até incentivo pessoas quando estão passando por
momentos difíceis. Sempre fui um excelente filho, um irmão maravilhoso, um
esposo amigo e um pai exemplar. A certeza de que a morte física é o fim jamais
me subtraiu a alegria de viver a vida com intensidade, garra e amor. Mesmo
sabendo que a morte física é o fim, não deixei de estudar. Ao contrário, um de
meus prazeres diários é justamente o estudo, a leitura. Como já dizia um filósofo
de cujo nome não me lembro neste momento, “o
que se leva da vida é a vida que se leva”. Ou seja, o importante é a gente
viver a vida a cada instante, a cada momento, a cada dia. Não importa se, amanhã,
a morte virá. Trabalhei com alegria durante 35 anos, mesmo sabendo que poderia
morrer a qualquer momento. Como já afirmei, a pessoa deve viver a vida
intensamente, sem se preocupar com a morte. Mesmo sabendo que minha vida chegará
ao final com a morte, continuo vivendo com felicidade e alegria porque o
importante é a vida que se leva.
Percebeu, leitor, a bobagem do Allan Kardec? Essa ilusão
de vida depois da morte foi criada pelo homem porque ele deseja ser eterno. O
homem quer ser eterno, quer que a vida dele se prolongue após a morte. Essa
ilusão é criada justamente para dar uma vã esperança a pessoas fracas. Eu, como
ateu, não necessito de ilusões para ser feliz. Não recorro a ilusões para
alcançar a felicidade. Alcanço a felicidade com a realidade.
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