Eustáquio
Caro leitor,
Ontem, dia 19, pela manhã, aqui, em Brasília, fui a uma clínica a fim de
buscar o resultado de exames realizados em minha próstata. Todos os anos,
submeto-me a uma bateria de exames: próstata, sangue, urina, coração, diabetes
etc.
Enquanto eu aguardava o chamado do médico, na sala de espera, peguei uma
revista Veja entre várias que estavam ali, à disposição dos pacientes. A que
estava em minhas mãos era do dia 1º de outubro de 2014. Na página 52, vi a
matéria que me levou a fazer este pequeno artigo. Trata-se de duas frases: uma,
do físico inglês Stephen Hawking; a outra, do papa Francisco. O médico,
gentilmente, me deu a revista, e ela está aqui comigo.
Pois bem, caro leitor. Tenho, aqui, uma afirmação de um cientista
(Hawking) e uma afirmação de um homem religioso (papa Francisco). Vou
mostrar-lhe, leitor amigo, como a ideia religiosa leva facilmente o homem ao
erro, ao absurdo, à fantasia, como já bem o dizia o psicanalista Sigmund Freud
(1856-1939). Veja, leitor, primeiramente, a afirmação verdadeira do cientista
Stephen Hawking:
“Antes de entendermos a ciência, era natural
acreditar que Deus criou o Universo. Mas agora a ciência oferece uma explicação
mais convincente.”
Você, caro leitor, entendeu o que diz
acima o notável físico inglês Stephen Hawking, não é mesmo? Ora, ele diz a pura
verdade, não é mesmo? O que ele está afirmando? Ora, ele está afirmando que, em
épocas remotas, antes do aparecimento do conhecimento científico, era natural o
homem acreditar em deuses e atribuir a eles todos os fenômenos que presenciava.
Em sua ignorância, o homem criou deuses sob as mais diferentes formas. E, em
sua imaginação, colocou esses deuses como os protagonistas de todos os
fenômenos que presenciava. Por exemplo, quando um raio caía sobre uma pessoa,
matando-a instantaneamente, o homem antigo entendia que aquilo era uma punição
dos deuses. Da mesma forma, diante de um terremoto. Pensava que eram os deuses
que estavam com muita raiva do comportamento dos membros da comunidade. Quanto
ao Universo, o mesmo erro. Pensava que os deuses haviam criado a Terra, o Sol,
a Lua, os rios, os mares etc. Ou seja, atribuía tudo aos deuses pelo simples
fato de desconhecerem a natureza daqueles fenômenos. Com o aparecimento da
ciência, caracterizada por um conhecimento sólido, racional, lógico, baseado em
experiências, métodos de comparação, comprovação, experimentação etc., tudo
mudou. A visão científica é completamente diferente da religiosa. Por exemplo,
quando um raio cai sobre uma pessoa, matando-a instantaneamente, isso ocorre
por causa da mera probabilidade. Quando chove, a incidência de raios é enorme.
Muitos atingem o solo, causando desgraças e destruições. Não há deus algum por
trás dos raios, com raiva de pessoas, de animais irracionais e de edifícios.
Nos campos, devido à existência de várias árvores, os raios caem com mais frequência,
matando inúmeros animais irracionais (bois, vacas, ovelhas, carneiros, cavalos).
Não há deus algum por trás desses raios, com ódio mortal aos pobres animais
irracionais. Percebeu, leitor, como a afirmação do cientista Stephen Hawking
representa a pura verdade?
Infelizmente, já não posso dizer a mesma coisa diante da afirmação do
papa Francisco. Nada pessoal contra o papa. Estou apenas analisando uma
afirmação dele. Ei-la:
“Que ninguém pense que pode
se escudar em Deus quando projeta e realiza atos de violência e abusos.”
O papa Francisco, segundo a revista
Veja, pronunciou a frase acima quando estava visitando a Albânia. Ora, a frase
do papa não tem sentido algum, não tem lógica alguma, não tem sustentação
alguma, como é comum em frases de caráter religioso. Você, leitor, entendeu o
que o papa diz acima? Ora, ele está dizendo que homem algum deve se apoiar em
Deus para realizar atos de violência e abusos. Ou seja, segundo o papa
Francisco, Deus nada tem a ver com violência e abusos. Veja, leitor, a
ingenuidade das palavras do papa. A que Deus o papa se refere, já que temos
hoje, no mínimo, 2 mil deuses? Ora, o papa se refere ao Deus hebreu, ao Deus da
Bíblia. Pois bem! Agora vem a pergunta: será que o Deus hebreu era contra a
violência e os mais diversos abusos? Para responder a essa pergunta, é fácil.
Basta abrir a Bíblia, começando logo pelo livro de Gênesis, o primeiro. A
própria Bíblia é a prova maior de que o papa não diz coisa por coisa. Nas
lendas bíblicas, há um universo de violência e de abusos praticado pelo povo
hebreu sob o comando do Deus Javé. Como é, então, que o papa diz que o Deus
dele é totalmente contrário a atos de violência e de abusos? Ora, ele mesmo diz
que o Deus dele é o da Bíblia. Percebeu, leitor, como a afirmação do papa
carece de lógica? Ora, o papa, em suas missas, elogia Moisés, Josué, Davi e
outros personagens bíblicos (lendários ou não). A própria Bíblia narra que
Moisés, Josué e Davi praticavam atos de violência e abusos sob o comando e
proteção do próprio Deus hebreu. Como então o papa Francisco pode afirmar que “ninguém
pense que pode se escudar em Deus quando
projeta e realiza atos de violência e abusos”.
Percebeu, leitor, a infantilidade do discurso religioso do papa
Francisco, não é mesmo?
Em relação ao resultado dos exames relativos à minha próstata, o
médico me deu os parabéns, afirmando que minha próstata é a mesma de um jovem
de 18 anos. Segundo ele, eu jamais serei um homem prostático, ou seja, jamais
sofrerei um câncer de próstata.
Fiquei feliz, óbvio!
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