sexta-feira, 16 de julho de 2021

JESUS TEM UM PLANO PARA VOCÊ

 


                                           Precisamente no dia 8 de outubro de 2018, tornei público meu vídeo com o título "...E se eu não aceitar Jesus?" com duração de 42 minutos e 37 segundos. Ontem, quinta-feira, dia 15 de julho de 2021, dois anos e nove meses após a feitura do vídeo, recebi o comentário da professora Carol Rosa, que também possui um canal no You Tube, cujo link está em destaque nessa página. Eis suas palavras:


                                          

 

                                    "Olá boa noite e parabéns pelo vídeo! Sobre o tal "castigo eterno no inferno": vejo uma discrepância imensa ao raciocinar sobre uma pessoa ser punida por ter vivido uma vida de no máximo 70/90 anos ( média de vida) e passar "uma eternidade" pagando por isso. "





                          A professora Carol, como não poderia ser diferente, vê  algo estranho nessa mensagem que é um dos alicerces do cristianismo. Segundo a doutrina cristã, a pessoa que não aceitar Jesus como seu salvador pessoal, quando morrer, sofrerá eternamente no fogo do inferno. Um castigo eterno, uma punição eterna. Carol acha muito estranho: uma pessoa vive 70, 90, 100 anos na Terra para passar uma eternidade sofrendo no inferno. Uma irracionalidade, pois!

                                      Rubem Alves, falecido em 2014, foi pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil - IPB, doutor em teologia, professor universitário, psicanalista e escritor. Após concluir o doutorado em teologia nos EUA, ao retornar ao Brasil, abandonou sua crença e passou a criticá-la. Em sua biografia escrita por Gonçalo Júnior intitulada “É uma pena não viver - uma biografia de Rubem Alves”, 2015, editora Planeta, página 145, Rubem afirma:



                                            “A teologia cristã é um edifício construído sobre o absurdo.”



                                                            E aqui está mais um absurdo do cristianismo que foi percebido também pela professora Carol: uma pessoa, após a morte, sofrer eternamente no fogo do inferno simplesmente porque não aceitou Jesus como seu salvador pessoal. Essa maluquice criada por cristãos sem juízo está nos 4 evangelhos do Novo Testamento. Veja o evangelho mais antigo, o de Marcos. No capítulo 16, versículo 16, está escrito:



                                                            “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”



                                                               Essas palavras foram atribuídas a um certo Jesus. Na fantasia cristã, é Jesus quem está dizendo o que você leu acima. E os cristãos ainda dizem que Jesus é a fonte máxima do amor. Na verdade, o cristão que escreveu essas palavras não tinha a menor noção do que realmente é o amor, a misericórdia. Além disso, mostrou sua ignorância sobre a crença, o crer. 

                                                                        Em primeiro lugar, não é possível exigir que uma pessoa creia em outra ou em algo. O CRER independe da vontade da pessoa. Está fora do controle de uma pessoa. Se está fora do controle de uma pessoa, ela não pode ser responsabilizada, não pode sofrer punição alguma. Imagine uma pessoa dizendo a outra que ela deve CRER que o time do Fortaleza será o campeão brasileiro deste ano. E a pessoa dirá que não consegue CRER nisso, e aí será punida. Um muçulmano dizendo a um cristão que ele deve CRER em Maomé. O cristão dirá que não consegue CRER em Maomé, isso está além de sua vontade. E o cristão será punido. Um absurdo, não é mesmo? O CRER é a mesma coisa que o GOSTAR. O GOSTAR escapa da vontade da pessoa, logo, não pode ser punida. Eu odeio peixe, não consigo comer, meu organismo não aceita. Imagine uma pessoa dizendo a mim que devo GOSTAR de peixe, do contrário serei condenado. Por mais que eu tente, não conseguirei GOSTAR de peixe porque isso não depende de minha vontade. Você, caro leitor, detesta cachaça? Se detesta, jamais GOSTARÁ de cachaça porque o GOSTAR independe de sua vontade. O mesmo fenômeno ocorre com o CRER. Daí a maluquice do cristão que escreveu a bobagem acima! Se você não CRER em Jesus, será condenado ETERNAMENTE no fogo do inferno. Uma loucura, pois!

                                         Em segundo lugar, o cristão que escreveu a máxima acima não tinha noção de amor, de solidariedade, de fraternidade. Onde já se viu condenar uma pessoa eternamente apenas porque não crê em Jesus, Maomé, Buda, Brahma e outros. Em nenhuma lei brasileira, ninguém é condenado por não crer. Pessoas são condenadas por ações ou omissões, mas não por não crerem. Imagine aí um judeu trabalhador, bondoso, responsável  e cordial sendo condenado eternamente ao fogo do inferno porque não creu em Jesus. É ou não é uma maluquice? Imagine, dentro da fantasia cristã, uma mãe no céu ao lado de Jesus, vendo seu filho budista queimando eternamente no fogo do inferno, e Jesus dizendo a ela:


                                        


                                          “Seu filho está queimando eternamente porque não creu em mim!”


                                                

                                           E a mãe, aflita, dizendo a Jesus:


                                            “Mas Senhor Jesus, esse meu filho era tudo para mim lá, na Terra. Era um rapaz trabalhador, o único filho que cuidava de mim. Ele apenas era adepto do islamismo. E agora está sofrendo eternamente no fogo apenas porque não creu no Senhor? Isso é justo, Jesus, é justo?”



                                             É um Jesus de amor? Como condenar uma pessoa apenas por não crer em alguém? Por não gostar de cachaça? Por não crer que o time do Fortaleza será o campeão brasileiro deste ano? 

                                           Em terceiro lugar, o cristão que escreveu a aberração acima tinha uma péssima noção de punição. Segundo sua visão, o condenado devia sofrer muito, com dores horríveis, no caso, queimando eternamente no fogo. Essa era a visão da pena no mundo antigo, no mundo da Bíblia. Hoje, não, o mundo evoluiu. Veja os condenados no Brasil. Um estuprador, por exemplo, não é condenado à pena de morte, nem à prisão perpétua. Além disso, durante sua prisão, não pode sofrer castigo algum, dor alguma, muito menos queimadura. O condenado, no Brasil, perde apenas a liberdade de locomoção, fica preso, e nada mais. Ele tem direito à alimentação, tratamento médico e psicológico, visitas, trabalho, redução de pena etc. A finalidade da prisão é para que ele seja ressocializado, para que ele volte ao convívio da sociedade. Veja, como exemplo, a Elize Matsunaga que matou e esquartejou o corpo do marido. Ela ficou presa durante 7 anos, não sofreu castigo algum na prisão, tortura alguma. E hoje está solta, livre. Percebeu a maluquice e a maldade da doutrina cristã? Há 2 mil anos na Palestina, a prisão era vista de forma diferente, era para torturar os presos, nada de ressocialização, por isso mesmo é dito que o descrente em Jesus sofrerá eternamente no fogo do inferno. Entendeu, meu caro leitor? 

                                          Entendeu, ou não????



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