sábado, 17 de julho de 2021

GRAÇAS A JESUS, VENCI A COVID-19

 


                                        Em meu vídeo “Um ateu e a 2ª dose da vacina”, publicado neste canal no dia 14 de julho do corrente ano, há 4 dias, mais uma vez, tive o prazer de receber um comentário do professor de desenho Henrique Agostinho Silvério, que mora em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo. Ei-lo, na íntegra:



                                          “Boa tarde, Nobre Professor EUSTÁQUIO! O professor pode presenciar algo que eu, logo início da contaminação pelo Coronavírus, uma senhora que havia vencido a Covid-19, ao sair do hospital sentada em uma cadeira de rodas, erguer a bíblia com a mão direita e a bradar que fora salva em nome de Jesus. E o mais deprimente da cena foi ver que enfermeiras tão religiosas quanto a paciente também davam glórias e graças ao tal "Deus" que nada fez. A senhora por ser uma crente evangélica representava bem o papel dela de cristã desmiolada. Porém as enfermeiras que trabalham e vivem da ciência diariamente, e sabem que foram as medicações e o tratamento aplicado que mantiveram a pessoa viva, também se mostram pessoas que desmerecem seus próprios trabalhos, esforços e estudos a favor de uma entidade imaginária. E assim desqualificam todo o trabalho desenvolvido por; Pesquisadores, cientistas, químicos, farmacêuticos, médicos e até o pessoal da enfermagem, como que, aquelas pessoas nada tivessem feito para socorrer outras pessoas. Anos de estudos, noites em claro buscando soluções, e testes, muitos testes. Para cretinice religiosa tudo foi feito por um ser mítico. É muita ingratidão com quem lhe salva a vida. Obrigado professor por este vídeo.”




                                         Não me canso de dizer que o Henrique possui um cérebro brilhante. Além disso, é um homem letrado, com uma fácil capacidade para expor no papel seus pensamentos. Seu belíssimo comentário acima é mais uma prova do que aqui afirmo. O que ele traz para cá? Henrique, num certo dia, pela televisão, viu num jornal uma mulher, sentada numa cadeira de rodas, saindo de um hospital, feliz porque havia vencido a covid-19. Com a mão direita, ela ergueu a Bíblia, dizendo em voz alta que fora salva por Jesus. E diz o Henrique que as enfermeiras, no embalo, também davam glórias e graças ao deus dos cristãos. 

                                                E qual é o descontentamento do Henrique? Ele diz que ouvir tamanha bobagem de uma mulher cristã é normal, já que a fé religiosa conduz a pessoa a um estado semelhante ao de amência, demência. É público e notório que a pessoa religiosa se contenta com fundamentações miseráveis para seus pontos de vista. É de se esperar isso, portanto, de uma pessoa religiosa e, no caso, de uma cristã.

                                          Agora, o que causou assombro ao Henrique foi a ação das enfermeiras porque elas não deveriam ter agido assim. As enfermeiras são profissionais de saúde, sabem muito bem que o socorro  hospitalar (medicamentos e intubação) é que realmente salvou aquela mulher. O Henrique tem razão!

                                              Deus algum existe, Jesus algum existe! Jesus algum salvou aquela mulher cristã. Jesus algum deixou de salvar 534 mil brasileiros que perderam a luta para a covid-19. É fácil ver que a pessoa religiosa realmente se contenta com fundamentações desprezíveis para seus pontos de vista. Foi a Ciência que realmente salvou aquela mulher! Se ela não tivesse conseguido uma vaga em uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), teria falecido. Como foi visto durante a fase mais aguda da pandemia, milhares de brasileiros, não conseguindo vaga em hospitais, morreram com falta de ar dentro de sua própria casa, com os cadáveres apodrecendo à luz do dia. Jesus algum apareceu nos lares para salvar alguém. Aquela mulher que conseguiu uma vaga na UTI não era mais especial ou bonita do que milhares de pessoas cristãs que sucumbiram à covid-19. A situação é tão lógica que nem havia necessidade de eu estar aqui escrevendo isso. 

                                                    E trago aqui exemplos: uma irmã minha, com 81 anos de idade, residente em Fortaleza, no estado do Ceará, cristã católica, perdeu a batalha para a covid-19. Desesperada, dentro de casa, com falta de ar, chegou ao hospital praticamente morta. Jesus algum deixou de salvar minha irmã. Um primo meu, casado, residente em Sobral-Ce, minha terra natal, cristão fervoroso, foi internado na UNIMED com falta de ar. Sua esposa, também cristã católica, foi internada 3 dias depois. Ele faleceu num dia, e ela, no dia seguinte. Jesus algum deixou de salvá-los. Se minha irmã, meu cunhado e sua esposa tivessem sobrevivido, estariam afirmando que foram salvos por Deus ou por Jesus. Minha irmã deixou 3 filhos. Hoje, eles não dizem: "Graças a Jesus, mamãe faleceu!" Todavia, se ela tivesse sobrevivido, diriam: "Graças a Jesus, mamãe venceu a covid-19!" Como dizia Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, judeu e ateu, o homem religioso se contenta com fundamentações miseráveis para seus pontos de vista. 

                                                      Por que aquela mulher afirmou que foi salva por Jesus? Será que Jesus lhe apareceu dizendo que ele atuou para salvá-la? Claro que não! Por que então ela afirmou aquilo, com base em quê? A resposta é simples: ela afirmou que Jesus a salvou porque é uma cristã. Ela fez uma afirmação que é condizente com sua cultura. Se ela fosse uma mulher budista, jamais afirmaria que Jesus a salvara. Jamais! Pior ainda se fosse uma mulher muçulmana! É fácil ver que as pessoas recorrem a elementos de sua cultura. Uma mulher da Índia afirmaria que foi salva por um dos milhares de deuses indianos. Há alguns meses, o padre Marcelo Rossi levou uma queda feia, sendo empurrado por uma cristã católica maluca. E ele afirma até hoje que “Nossa Senhora passou na frente” e o salvou de algo pior. Nossa Senhora alguma existe, salva alguém, não salvou o padre Marcelo Rossi, nem deixou de salvar um exército de pessoas que sofreram quedas e morreram. Padre Marcelo faz uma afirmação própria de sua cultura. Se ele fosse um pastor evangélico jamais afirmaria que Nossa Senhora o salvou porque a “santa” não tem valor algum para os evangélicos. É simples entender que o processo é cultura, e nada mais! Dependendo das crenças religiosas, as divindades “espirituais” invocadas são diferentes. 

                                                               É simples entender esse fenômeno!!!!


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