Na foto, numa cadeira de rodas, sem as pernas, Renê Senna. À sua esquerda, com calção nas cores azul e branca, seu irmão Alcimar, e, à direita, com calção de cor branca, o sobrinho Josimar.
Renê Senna, em julho de 2005, morava com sua irmã Aldinéia, na foto, sentada, e ao lado sua irmã Miriam. Aldinéia trabalhou durante 30 anos como merendeira no Colégio Estadual Antônio Francisco Leal, localizado no município de Tanguá, no estado do Rio de Janeiro. Não sabendo ler nem escrever, ganhava um salário mínimo por mês, mas tinha o direito de morar numa casa humilde dentro do terreno do colégio. E lá viviam ela e o irmão Renê, ex-lavrador, sem as pernas, por causa de complicações decorrentes do diabetes. Nesse mesmo mês ( julho de 2005), Renê preencheu um bilhete da Mega-Sena com as dezenas 03,21,25,37,54 e 58, pedindo ao Edu, um garoto com apenas 11 anos de idade, filho mais novo de sua irmã Aldinéia, que fosse à lotérica bem próxima de sua casa para efetuar o jogo. Edu fez o que o tio lhe pedira. Três dias depois, Renê conferiu o resultado: acertou os 6 números. Inicialmente, não acreditou que havia ganhado. Bastante ingênuo, pediu novamente ao Edu que levasse o bilhete à lotérica para a confirmação. Edu foi e retornou alegre, afirmando que o tio realmente havia ganhado, sozinho, a quantia de R$52.000.000,00 (cinquenta e dois) milhões de reais. Renê era agora um novo milionário brasileiro. Um salto da pobreza extrema para a riqueza!
Logo que ganhou o prêmio, Renê comprou, por R$ 550.000,00 mil reais, uma casa num terreno de 600 metros quadrados no luxuoso Condomínio Maramar, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde passou a morar. Depois, comprou uma casa de praia, num terreno de 765 metros quadrados no Condomínio Vila Mar, em Saquarema, na Região dos Lagos, também no estado do Rio de Janeiro. Mas Renê não estava feliz morando no Recreio dos Bandeirantes. Estava com saudade de seu lugar de origem. Assim, resolveu comprar o imóvel de seus sonhos, antes do prêmio impossível, por R$9.000.000,00 (nove) milhões de reais: a Fazenda Nossa Senhora da Conceição, em Rio Bonito, Região Metropolitana do Rio. Nessa fazenda, ele viveu seus últimos 7 meses de vida.
Quando era muito pobre, já sem as pernas, numa cadeira de rodas, Renê tinha uma paixão muito forte pela cabeleireira Adriana Almeida, que não lhe dava a mínima atenção. Bastou Renê ficar milionário para o quadro mudar. Como diz o ditado popular, dinheiro não é santo, mas faz milagres. A cabeleireira Adriana caiu feliz nos braços de Renê, fazendo-lhe cabelo, barba e bigode. Serviço completo! Renê estava muito feliz! Em dezembro de 2005, 5 meses depois de Renê ter ganhado na Mega-Sena, Adriana foi morar com ele na mansão no Recreio dos Bandeirantes, mas, depois, Renê comprou a fazenda em Rio Bonito e os dois foram para lá. Com medo de sequestro, Renê contratou uma equipe de 10 seguranças. E aí começou o inferno de Renê, com Adriana passando a traí-lo no campo amoroso. Na passagem de 2006 para 2007, ela foi com o motorista Robson de Andrade Oliveira para uma cobertura que havia comprado com o dinheiro de Renê, sem que ele soubesse, em Arraial do Cabo. Como diz o adágio popular, o corno é o último a saber. Adriana passou dias maravilhosos com o amante nesse imóvel com 177 metros quadrados, no Edifício Stillus, comprado na época por R$300.000,00 (trezentos) mil reais.
Renê, mais à frente, resolveu demitir dois de seus seguranças, Anderson de Sousa e Ednei Pereira. Adriana, com o intuito de eliminar Renê, procurou Anderson de Sousa, ex-policial militar, que havia sido expulso da corporação antes de ser demitido por Renê. Anderson, sem vacilar, aceitou a empreitada e entrou em contato com Ednei Pereira. No dia 7 de janeiro de 2007, 1 ano e 6 meses depois de ficar milionário, precisamente às 10 horas da manhã, Renê, num quadriciclo, chegou ao bar de seu amigo Penco, na foto, em pé, pedindo uma cerveja. Meia hora depois, Anderson e Ednei chegaram de moto. Anderson, que estava na garupa, desceu da moto, apalpou a cintura de Renê e efetuou 4 disparos em direção à sua cabeça. Renê morreu na hora. Penco, o dono do bar, a única testemunha do crime, se abrigou embaixo da mesa de sinuca, não sendo atingido. Com o desenrolar do processo, Anderson e Ednei foram condenados a 18 anos de prisão, em julho de 2009, sendo presos em seguida. Quanto à Adriana, no primeiro julgamento realizado em 2011, foi inocentada pelo Tribunal do Júri, uma decisão totalmente contrária às provas dos autos. O Ministério Público recorreu, e, no segundo julgamento ocorrido em dezembro de 2016, Adriana foi condenada a 20 anos de prisão, sendo presa em 2018. Já que foi a mandante do homicídio, não tem direito algum sobre a fortuna deixada por Renê, avaliada hoje em R$120.000.000,00 (cento e vinte) milhões de reais.
Adriana entrou na vida de Renê sem 1 centavo em sua bolsa. Saiu dela também sem 1 centavo!!!