segunda-feira, 10 de abril de 2017

O PAPA FRANCISCO E OS ATAQUES A CRISTÃOS NO EGITO



               Ontem, domingo, dia 9 de abril do fluente ano, como quase sempre faço à noite, estava assistindo ao programa “Fantástico”, exibido pela Rede Globo de Televisão. Entre outras notícias, os ataques com explosivos a duas igrejas cristãs coptas que causaram a morte de quarenta e quatro pessoas e ferimentos em mais de cem. Na matéria televisiva, apareceu o papa Francisco. Em seu discurso, o papa disse que lamentava muito os ataques terroristas e que estava rezando pelas vítimas.
                  Antes de entrar propriamente no assunto, vamos ao Catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana. Estou aqui com o livro “Catecismo da Igreja Católica – Edição Típica Vaticana, edições Loyola, 2000. Na página 559, o Parágrafo 2123 diz o seguinte:


                  “Muitos de nossos contemporâneos não percebem de modo algum essa união íntima e vital com Deus, ou explicitamente a rejeitam, a ponto de o ateísmo figurar entre os mais graves problemas de nosso tempo.”


                  Muito bem! O Catecismo católico diz que o ateísmo é um dos mais graves problemas. Se a Igreja Católica afirma que o ateísmo é um dos mais graves problemas de nosso tempo, então deve apresentar as provas que confirmem essa afirmação. E onde estão essas provas? Elas não estão em canto algum porque simplesmente não existem. Não são os ateus que levam o papa a lamentar perdas de vida humana. No caso específico desses dois ataques a cristãos coptas no Egito, nesse domingo, como também em outros casos, não existem ateus ali, atacando cristãos. Na verdade, são religiosos que atacam religiosos. A verdade, pois, está muito longe do que afirma o Catecismo católico. A crença religiosa é que figura entre os mais graves problemas de nosso tempo. E não só do nosso tempo. A história das religiões é uma história recheada de fanatismo e intolerância que banharam de sangue a humanidade. E ainda banham!
                    Esses dois ataques a igrejas cristãs coptas no Egito, com várias vítimas, não foram os primeiros e nem serão os últimos. Haverá outros. Qual a causa desses ataques? Por que ocorrem esses ataques? Justamente por causa da intolerância religiosa. Não se trata, pois, de intolerância ateia. São religiosos atacando religiosos. A intolerância religiosa ocorre quando fiéis de uma religião agem contra fiéis de outra religião. O intolerante religioso vê sua religião como a verdadeira, seus dogmas como os certos, e, em vez de ficar com essa loucura só para ele, quer que outros religiosos venham a aderir à sua loucura. O certo seria que cada religioso vivesse com sua ilusão religiosa, sem se importar com a ilusão religiosa dos outros.
                 Como afirmei no início deste artigo, o papa Francisco, que é gente boa, afirmou que lamentava muito os ataques terroristas e que estava rezando pelas vítimas. A exemplo do papa, eu, que sou ateu, lamento profundamente o que ocorreu no Egito, mais uma vez. Pessoas cristãs (mulheres, idosos, crianças) foram assassinadas por terroristas que têm outra crença religiosa. Só discordo do papa Francisco quando ele afirma que está rezando pelas vítimas. Com todo o respeito que tenho pela figura humana dele, oração e reza são mais duas ilusões religiosas. Não servem para nada! O papa diz que está rezando pelas vítimas. E quais foram as vítimas? 44 mortos e mais de 100 feridos. Os mortos, infelizmente, já estão mortos, não existem mais! Logo, não precisam de rezas! Os que sobreviveram, mais de 100, não precisam de rezas, mas de tratamento médico. E estão, neste momento, em hospitais. Ali muitos já se submeteram a intervenções cirúrgicas. Estão, pois, salvas, graças à medicina que nada tem a ver com orações e rezas, até mesmo feitas pelo papa Francisco.

                  A Igreja Católica Apostólica Romana deveria, pois, mudar o texto de seu catecismo no que se refere ao ateísmo. Ou não?

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