Em meu
vídeo “O melhor livro de ateísmo”, publicado no dia 7 de junho de 2013, o
internauta Lazie Lopes, ontem, 7 de abril de 2017, fez o seguinte comentário:
“ no livro de Levíticos, a mulher que
der a luz um filho varão, estaria impura 40 dias e no caso de uma menina 66
dias ou mais....fiz essa pergunta a um crente ele, me falou que era porque
existem casos em que a menina tem sua primeira menstruação, já no ventre
materno etc. citou Paul Ducan, como fonte.”
O comentário do Lazie
Lopes traz um tema bíblico mais do que claro: a inferioridade da mulher, da
fêmea. Líderes cristãos enganam os fiéis, dizendo-lhes que, na Bíblia, homem e
mulher são equiparados em direito! Que mentira absurda! Qualquer teólogo sério
e qualquer historiador não menos sério sabem muito bem que, nas sociedades
hebraica (Velho Testamento) e judaica (Novo Testamento), a mulher, a fêmea, se
encontrava em posição inferior, sendo quase equiparada a um mero objeto. Essas
sociedades eram patriarcais, isto é, o homem, o macho, numa posição superior,
já a mulher, a fêmea, numa posição inferior. E essa verdade está clara na
própria Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse. Na Bíblia, a pobre mulher apanha do
início ao fim.
Diz o Lazie Lopes que
perguntou a um crente por que, no livro de levíticos, a mulher que desse à luz
um filho estaria impura durante 40 dias, e no caso de uma menina, estaria
impura durante 66 dias ou mais. Por que a situação era pior quando nascia uma
criança do sexo feminino? E sabe o que o crente respondeu? Por favor, não ria!
Não ria, Bebedouro! Não ria, Telmo Gama! Não ria, Ferreira Rassier! Pois o
crente respondeu que era porque havia casos em que o feto tinha sua primeira
menstruação dentro do útero. Lembrei-me agora do meu conterrâneo Chico Anysio,
em um de seus personagens, dizendo: “É MENTIRA, TERTA?”. Que loucura! Como já
dizia Sigmund Freud, a crença religiosa conduz o homem a um estado equiparável
ao de amência, demência.
Vamos à Bíblia! Em
Levítico 12:2,4 e 5, está escrito:
“2 Fala aos filhos de Israel: Se uma mulher conceber e tiver um menino,
será imunda sete dias; como nos dias da sua menstruação, será imunda.
4 Depois, ficará ela trinta e três dias a purificar-se do seu sangue;
nenhuma coisa santa tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias
da sua purificação.
5 Mas, se tiver uma menina, será imunda duas semanas, como na sua menstruação;
depois, ficará sessenta e seis dias a purificar-se do seu sangue. “
O mundo da Bíblia,
como se vê acima, era tão arcaico que a mulher, quando paria, era considerada
imunda. E quando menstruava também. Como a sociedade hebraica era patriarcal, o
homem numa posição privilegiada, em detrimento da pobre mulher, quando paria um
menino (macho), era considerada imunda por 7 dias. E, para se purificar, eram
exigidos 33 dias. Não se esqueça: essa regra era para o nascimento de um
menino. E se nascesse uma menina? Ora, a regra era outra e desfavorável para a
pobre mulher. Nascendo uma menina, a mãe seria considerada impura durante 2
semanas, ou seja, o dobro. E, para se purificar, eram exigidos 66 dias, isto é,
o dobro também, em relação ao macho. Percebeu como a Bíblia trata de forma
diferenciada o homem e a mulher? O homem (macho) sempre numa posição superior. E
veja que a menina, recém-nascida, ainda com o cordão umbilical ligado à mãe,
era considerada impura. Daí os prazos em dobro para a mãe. E, na narração
bíblica, essas regras absurdas foram fixadas pelo Deus Javé. Na verdade, deuses
não existem, não fixam regras, não discriminam homem e mulher. Tudo isso é
criação de um povo arcaico: os deuses e regras injustas para a fêmea. Essa desigualdade
entre o homem e a mulher, como já frisei acima, é do conhecimento de qualquer
teólogo sério e de qualquer historiador. Como exemplo, trago Will Durant
(1855-1981), um dos maiores historiadores de todos os tempos. Em seu
maravilhoso livro “A história da civilização --- A Idade da Fé --- 2ª edição,
1950, na página 324, escreve o seguinte:
“Os judeus, como seus contemporâneos, não gostavam de ter filhas, mas
rejubilavam-se com o nascimento de um filho; este, e não a filha, podia
continuar o nome, a família e a propriedade do pai e ainda cuidar do túmulo
deste.”
Percebeu o tratamento
diferenciado para o homem e a mulher? E, na página 326, ainda diz o
historiador:
“Acima de tudo, a lei talmúdica,
como a maometana, era feita pelo homem, e favorecia demasiadamente o sexo
masculino, de maneira a insinuar, nos rabinos, um verdadeiro terror pelo poder
da mulher.”
Eis, pois, um exemplo
do deplorável quadro da mulher no mundo bíblico.
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