domingo, 9 de abril de 2017

A BÍBLIA, O LAZIE E A INFERIORIDADE DA MULHER


            Em meu vídeo “O melhor livro de ateísmo”, publicado no dia 7 de junho de 2013, o internauta Lazie Lopes, ontem, 7 de abril de 2017, fez o seguinte comentário:


             “ no livro de Levíticos, a mulher que der a luz um filho varão, estaria impura 40 dias e no caso de uma menina 66 dias ou mais....fiz essa pergunta a um crente ele, me falou que era porque existem casos em que a menina tem sua primeira menstruação, já no ventre materno etc. citou Paul Ducan, como fonte.”


          O comentário do Lazie Lopes traz um tema bíblico mais do que claro: a inferioridade da mulher, da fêmea. Líderes cristãos enganam os fiéis, dizendo-lhes que, na Bíblia, homem e mulher são equiparados em direito! Que mentira absurda! Qualquer teólogo sério e qualquer historiador não menos sério sabem muito bem que, nas sociedades hebraica (Velho Testamento) e judaica (Novo Testamento), a mulher, a fêmea, se encontrava em posição inferior, sendo quase equiparada a um mero objeto. Essas sociedades eram patriarcais, isto é, o homem, o macho, numa posição superior, já a mulher, a fêmea, numa posição inferior. E essa verdade está clara na própria Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse. Na Bíblia, a pobre mulher apanha do início ao fim.
            Diz o Lazie Lopes que perguntou a um crente por que, no livro de levíticos, a mulher que desse à luz um filho estaria impura durante 40 dias, e no caso de uma menina, estaria impura durante 66 dias ou mais. Por que a situação era pior quando nascia uma criança do sexo feminino? E sabe o que o crente respondeu? Por favor, não ria! Não ria, Bebedouro! Não ria, Telmo Gama! Não ria, Ferreira Rassier! Pois o crente respondeu que era porque havia casos em que o feto tinha sua primeira menstruação dentro do útero. Lembrei-me agora do meu conterrâneo Chico Anysio, em um de seus personagens, dizendo: “É MENTIRA, TERTA?”. Que loucura! Como já dizia Sigmund Freud, a crença religiosa conduz o homem a um estado equiparável ao de amência, demência.
                Vamos à Bíblia! Em Levítico 12:2,4 e 5, está escrito:





        “2 Fala aos filhos de Israel: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; como nos dias da sua menstruação, será imunda.
         4 Depois, ficará ela trinta e três dias a purificar-se do seu sangue; nenhuma coisa santa tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação.
         5 Mas, se tiver uma menina, será imunda duas semanas, como na sua menstruação; depois, ficará sessenta e seis dias a purificar-se do seu sangue. “


          O mundo da Bíblia, como se vê acima, era tão arcaico que a mulher, quando paria, era considerada imunda. E quando menstruava também. Como a sociedade hebraica era patriarcal, o homem numa posição privilegiada, em detrimento da pobre mulher, quando paria um menino (macho), era considerada imunda por 7 dias. E, para se purificar, eram exigidos 33 dias. Não se esqueça: essa regra era para o nascimento de um menino. E se nascesse uma menina? Ora, a regra era outra e desfavorável para a pobre mulher. Nascendo uma menina, a mãe seria considerada impura durante 2 semanas, ou seja, o dobro. E, para se purificar, eram exigidos 66 dias, isto é, o dobro também, em relação ao macho. Percebeu como a Bíblia trata de forma diferenciada o homem e a mulher? O homem (macho) sempre numa posição superior. E veja que a menina, recém-nascida, ainda com o cordão umbilical ligado à mãe, era considerada impura. Daí os prazos em dobro para a mãe. E, na narração bíblica, essas regras absurdas foram fixadas pelo Deus Javé. Na verdade, deuses não existem, não fixam regras, não discriminam homem e mulher. Tudo isso é criação de um povo arcaico: os deuses e regras injustas para a fêmea. Essa desigualdade entre o homem e a mulher, como já frisei acima, é do conhecimento de qualquer teólogo sério e de qualquer historiador. Como exemplo, trago Will Durant (1855-1981), um dos maiores historiadores de todos os tempos. Em seu maravilhoso livro “A história da civilização --- A Idade da Fé --- 2ª edição, 1950, na página 324, escreve o seguinte:


         “Os judeus, como seus contemporâneos, não gostavam de ter filhas, mas rejubilavam-se com o nascimento de um filho; este, e não a filha, podia continuar o nome, a família e a propriedade do pai e ainda cuidar do túmulo deste.” 

          Percebeu o tratamento diferenciado para o homem e a mulher? E, na página 326, ainda diz o historiador:

    
           “Acima de tudo, a lei talmúdica, como a maometana, era feita pelo homem, e favorecia demasiadamente o sexo masculino, de maneira a insinuar, nos rabinos, um verdadeiro terror pelo poder da mulher.”



           Eis, pois, um exemplo do deplorável quadro da mulher no mundo bíblico. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário