PADRE HOMOSSEXUAL DÁ LIÇÃO DE AMOR AO PAPA FRANCISCO
Eustáquio
4/10/2015
Caro leitor,
É com muito prazer que vou tratar, neste artigo, de um padre homossexual que, nesta semana, deu uma lição de amor ao papa Francisco e ao Vaticano. E, por extensão, a todos que seguem qualquer tipo de religião. Esse caso repercutiu intensamente em todos os meios de comunicação.
O jornal Correio Braziliense, o mais famoso do Distrito Federal, em sua edição de hoje, domingo, dia 4 de outubro, na página 14, traz uma extensa reportagem sobre o caso com o seguinte título:
“PADRE REVELA SER GAY E ABALA O VATICANO”
Primeiramente, caro leitor, quero apresentar o padre. Chama-se Krysztof Olaf Charamsa. Nasceu na Polônia em 5 de outubro de 1972. Está, portanto, com 43 anos de idade. Foi ordenado sacerdote em 1997. Formou-se em teologia na Suíça, concluindo o doutorado em 2002. Há 12 anos, ocupava uma posição de média hierarquia no Vaticano, na Congregação para a Doutrina da Fé, a mais importante instituição guardiã dos ensinamentos católicos.
Pois bem! O padre Krysztof não aguentou. Homossexual há vários anos, namorando o espanhol Eduard, o padre resolveu sair do armário. O escândalo para o Vaticano também saiu do armário. Veja, caro leitor, o que diz o padre, logo no início da matéria jornalística:
“Quero que a igreja e a minha comunidade saibam quem eu sou: um sacerdote homossexual, feliz e orgulhoso da própria identidade. Estou disposto a pagar as consequências.”
Belíssima a revelação do padre Krysztof, não é mesmo, leitor? Não só belíssima, mas muito corajosa porque ele sabe que as punições virão. Segundo o jornal, o padre já havia feito um manifesto endereçado ao Vaticano a fim de que o papa Francisco promova várias mudanças na doutrina da Igreja Católica, entre outras: o fim da homofobia, a condenação às punições motivadas pela orientação sexual, a revisão da interpretação de textos bíblicos sobre a homossexualidade e o imediato cancelamento de instruções discriminatórias sobre negar o sacerdócio aos gays.
Mais à frente, caro leitor, o padre diz:
“Sei que terei de renunciar ao meu ministério, apesar de ser a minha vida. Sei que a Igreja me verá como alguém que não soube cumprir com seu dever (castidade), que se extraviou e, se não fosse pouco, não com uma mulher, e sim com um homem.”
De acordo com o jornal, o padre Krysztof, em entrevista à revista Newskeek, disse:
“O clero é amplamente homossexual e, também, infelizmente, homofóbico até a paranoia, pois está paralisado pela falta de aceitação de sua própria orientação sexual. Minha saída do armário tem de ser um chamado para o Sínodo, para que a Igreja pare com suas paranoias em relação às minorias sexuais.”
Eis aí, caro leitor, um padre sincero e esclarecido. Ele critica principalmente a visão errônea, preconceituosa e pessimista da Igreja Católica acerca de questões sexuais. Parabéns, portanto, ao padre Krysztof!
Em vários vídeos acerca de religião expostos no “You Tube”, quase 400 vídeos, e também em vários artigos, eu, ateu, mostro, de forma clara e cristalina, essa visão cristã pessimista, preconceituosa e doentia que é do conhecimento de qualquer teólogo sério. O próprio padre Krysztof, que é teólogo, é um exemplo dessa verdade.
Veja, leitor, de início, uma doença da Igreja Católica: a castidade! Como a religião envenena tudo! Ora, até o deputado federal Tiririca, cearense de Itapipoca, sabe muito bem que o homem (macho e fêmea ) são animais sexuados, ou seja, são animais que, naturalmente, sentem o desejo sexual. E todo mundo sabe também que as relações sexuais, além de serem naturais, são também uma atividade benéfica à saúde humana. O que faz a religião cristã católica? Ora, ela impede que seus sacerdotes pratiquem sexo. Você, leitor, entendeu o absurdo? A Igreja Católica cria um obstáculo ao exercício de uma atividade humana, que é natural e benéfica ao corpo. Percebeu, leitor, como a religião envenena tudo! A relação sexual, repito, é algo natural e benéfico ao corpo. Sua proibição é algo não natural, absurdo, hediondo e maléfico ao corpo. Entendeu, leitor, como o padre Krysztof tem toda razão?
E o outro ponto, leitor amigo, é o homossexualismo, a homossexualidade! E, nesse ponto, a Igreja Católica não está sozinha. O cristianismo, em geral, é contra as relações homossexuais. Outra aberração, outra visão errônea, pessimista e hedionda sobre o prazer sexual. Com base em que os cristãos são contra a homossexualidade? Você, leitor, sabe? Ora, os cristãos são contra a homossexualidade com base na Bíblia. Não é isso mesmo, caro leitor? Claro que é! É muito comum os cristãos irem ao Velho Testamento da Bíblia cristã e, de lá, retirarem passagens contra os homossexuais. Já que a Bíblia é contra a homossexualidade, então os cristãos são contra a homossexualidade! Que absurdo, que ignorância, que hediondez! E vou explicar!
Na verdade, o que é a Bíblia? Quando foi escrita? Em que ambiente cultural foi escrita? Por quem foi escrita? Que quadro cultural ela mostra? Ora, quem estuda profundamente o assunto sabe muito bem que a Bíblia foi escrita há mais de 4 mil anos, numa sociedade hebraica tribal. Ela mostra, obviamente, o mundo daquela época, os costumes daquele povo, a visão daquele povo. E que visão era essa? Ora, uma visão errônea, pessimista e ignorante acerca de tudo, no caso aqui, acerca do sexo. Assim, o povo hebreu, há 4 mil anos, mergulhado na violência e no analfabetismo, em regiões pobres e secas, tinha uma visão completamente diferente da visão que temos hoje. Quando um líder religioso cristão invoca a Bíblia para condenar os homossexuais, ele está recorrendo a uma visão antiga e errônea de um povo violento, ignorante e analfabeto aos extremos. Entendeu, leitor?
Vou ser mais claro, leitor! Estamos no ano 2015, no Brasil. Hoje, em nosso país, qualquer pessoa pode exercer livremente sua homossexualidade. Ninguém é punido. Ao contrário, a própria Constituição federal protege qualquer pessoa, independentemente de sua opção sexual. Que maravilha, não é mesmo, leitor? Isso se chama evolução das leis, progresso! Mas o Brasil sempre foi assim, protegendo os homossexuais? Claro que não! Desde o descobrimento do Brasil, em 1500, passando pela Colônia, os homossexuais eram punidos. A homossexualidade era crime! Já pensou, caro leitor, se eu, neste momento, invoco essa proibição antiga para restabelecer a proibição à homossexualidade? Já pensou se eu, neste momento, invoco a escravidão dos negros para restabelecer a escravidão hoje? Um absurdo, não é mesmo? Eu estaria regredindo! Ou seja, estaria voltando ao passado de visões pessimistas acerca da homossexualidade e da escravidão, não é mesmo? Pois é isso que líderes religiosos cristãos fazem quando recorrem à Bíblia para condenar a homossexualidade. Nossa sociedade não é a da Bíblia, não é a dos hebreus. Nós evoluímos e muito. Os hebreus, por exemplo, resolviam tudo ao fio da espada, com violência e atrocidades. Nossa sociedade, ao contrário, constitui um estado democrático de direito.
Deuses não existem. Deuses não são contra a homossexualidade. O homem, em sua ignorância, é que cria deuses, cria injustiças sociais, cria discriminações, cria desigualdades.
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