segunda-feira, 26 de outubro de 2015
O ANTONIO CARLOS E A LEITURA DA BÍBLIA
O ANTONIO CARLOS E A LEITURA DA BÍBLIA
Eustáquio
24/10/2015
Caro leitor,
No vídeo intitulado “Drauzio Varella e o ateísmo”, que circula no “You Tube”, o internauta Antonio Carlos Lobato de Almeida escreve o seguinte:
“Antonio Carlos Lobato de Almeida
Mas ainda é muito difícil .... DIZER QUE SOMOS ATEUS. A minha esposa nunca nem leu esse "livro velho" mas ela age assim como a sua mãe... Acredita e pronto. No meu trabalho eles não querem ouvir nada que diga que deus não existe. Não interessa pra eles ouvir qualquer argumentos. Cara esses pastores ainda vão ganhar muito dinheiro”.
Os comentários do Antonio Carlos são inteligentes e claros, razão pela qual resolvi abordar mais um deles. O que ele diz acima? Bom! O Antonio Carlos está dizendo que é muito difícil alguém afirmar que é ateu. E por que é difícil? Ora, porque, em sua quase totalidade, a sociedade em que ele vive (brasileira) é cristã, razão por que alguns ateus têm receio de ofender algum crente. Ou seja, ateus preferem ficar calados em sua casa, no trabalho, nas ruas etc. Já que não há interesse por parte dos cristãos em ouvir argumentos contrários à sua crença, ateus preferem ficar no silêncio. Preferem não revelar seu ateísmo.
O Antonio Carlos diz acima que a esposa dele nunca leu “esse livro velho”, mas “acredita e pronto”. O livro velho a que se refere o Antonio é a Bíblia cristã, constituída pelo Velho e Novo Testamento. A esposa dele nunca leu a Bíblia, porém acredita nela. O Antonio Carlos, obviamente, acha estranho, esquisito mesmo, alguém acreditar num livro qualquer sem lê-lo, sem estudá-lo, enfim, sem conhecê-lo profundamente. E ele tem toda razão! Na verdade, é impossível (até irracional) alguém dizer que acredita num livro qualquer sem nunca tê-lo lido. Só que, no mundo da religião, a coisa é diferente. Religião é pura ilusão, pura fantasia e pura superstição. Portanto, no mundo da ilusão, é sim possível alguém dizer que acredita num livro mesmo sem lê-lo.
Os deuses são muitos. As religiões são muitas. E os livros “sagrados” também são muitos. Se você, leitor amigo, perguntar a um cristão qual é o livro verdadeiramente “sagrado”, ele lhe dirá que é a Bíblia cristã. Se a mesma pergunta for formulada a um judeu ortodoxo, ele lhe dirá coisa diferente, ou seja, que o livro verdadeiramente “sagrado” é a Bíblia hebraica. Se a mesma pergunta for dirigida a um muçulmano, ele também lhe dirá coisa diferente, ou seja, que o livro verdadeiramente “sagrado” é o Alcorão ou Corão. É fácil perceber que o homem cria deuses, religiões e livros “sagrados”, não é mesmo? É por isso mesmo que os deuses são diferentes, as religiões são diferentes e os livros “sagrados” são diferentes.
A esposa do ilustre Antonio Carlos de Lobato Almeida não lê a Bíblia cristã, mas, mesmo assim, acredita piamente nela. Minha mãe, dona Gerarda, já falecida, também agia assim. Nunca lera a Bíblia cristã, mas acreditava nela. Meus irmãos também agem assim. Nunca leem a Bíblia cristã, todavia acreditam nela. Por que essas pessoas acreditam na Bíblia cristã, mesmo sem lê-la, sem estudá-la? Ora, por causa da cultura em que vivem. A esposa do Antonio Carlos, minha mãe e meus irmãos nasceram no Brasil, um país marcantemente cristão. Desde o berço, ainda um bebezinho, a esposa do Antonio, o próprio Antonio, minha mãe, meus irmãos e eu ouvíamos a propaganda cristã. E isso marca muito as pessoas porque envolve o “sagrado”. E essa propaganda cristã é contínua, ou seja, começa desde o berço e se prolonga por toda a vida.
A esposa do Antonio, minha mãe e meus irmãos aceitaram pacificamente essa propaganda cristã. Não foram em busca de conhecimento. Contentaram-se diante do discurso de um padre ou de um pastor evangélico. Não resolveram ler a Bíblia. Não decidiram estudá-la profundamente. Já eu e o Antonio Carlos agimos de forma diferente. Desde o berço, recebemos lições de cristianismo. Porém, a partir da adolescência, começamos a questionar aquelas lições cristãs que nos foram transmitidas por nossos pais. Partimos não apenas para a leitura da Bíblia, mas para seu estudo profundo. E aí chegamos facilmente ao ateísmo.
A cultura em que vivemos molda nossa religião, nossos deuses, nossos costumes. Caro leitor, se a esposa do Antonio Carlos tivesse nascido no Irã, com certeza estaria hoje afirmando que o livro realmente “sagrado” é o Alcorão, e não a Bíblia. Estaria afirmando também que o profeta verdadeiro é o Maomé, e não Jesus. E estaria afirmando também que deus mesmo só o Alá. Percebeu, leitor, como a sociedade em que a gente vive molda nossa religião, nossos deuses e nossos costumes!
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