quinta-feira, 6 de outubro de 2022

SÃO FRANCISCO DE ASSIS PROTEGE OS ANIMAIS

                                      Leitor amado, 

Em seu livro O futuro de uma ilusão, Editora Pallotti, 2010, página 88, sobre o homem religioso, Sigmund Freud (1856-1939), que era judeu e ateu, escreve:


“Nenhum homem racional se comportará tão levianamente em outros assuntos nem se contentará com fundamentações tão miseráveis para seus juízos, para sua tomada de partido; ele se permite isso apenas em relação às coisas mais elevadas e mais sagradas.”


Freud afirma acima que o homem religioso faz uso de fundamentações miseráveis para a formação de seu juízo, para sua tomada de partido, para seus pontos de vista. Ontem, terça-feira, dia 4 de outubro do corrente ano, vi mais um fato que confirma a afirmação do mestre Freud. No Jornal Hoje, da Rede Globo de Televisão, apresentado pelo brilhante e competente jornalista César Tralli, uma matéria sobre o “santo” São Francisco de Assis, segundo os cristãos católicos, o protetor dos animais. Veja, leitor, um trecho da reportagem:

Na matéria, aparecem alguns cristãos católicos em Goiânia e Salvador, que levaram seus animaizinhos a paróquias para receberem água “benta” e a proteção de São Francisco de Assis. Logo no início, surgem 5 cães e uma ave chamada calopsita. A primeira pessoa a falar foi o lindo menino Mateus Latorraca, com 9 anos de idade, que disse o seguinte:



“É muito importante trazer os animais porque, que não trazer eles, é como que não cuidasse deles.”      


Mateus está com 9 anos de idade. Eu, com essa idade, perdia meu pai e já era ateu, lá, em Sobral, no Ceará. Mateus, lindo, diz que as pessoas devem levar seus animais à paróquia para receberem a bênção do padre porque isso é uma demonstração de que os proprietários amam seus animais, cuidam deles. Ora, São Francisco de Assis não existe, logo, não cuida de animais. E vou apresentar provas ao longo desse curto vídeo. Mas, por que a criança Mateus disse aquilo? Ele disse aquilo porque recebe, em seu lar, a doutrina cristã católica de seus pais. É simples entender isso. Se o Mateus fosse filho de um casal evangélico, jamais levaria seu animalzinho a uma paróquia católica e também jamais buscaria proteção de um “santo” chamado São Francisco de Assis, simplesmente porque os cristãos evangélicos não adoram os “santos” criados pela Igreja Católica Apostólica Romana. É fácil ver que tudo depende da cultura da pessoa. 

Outra pessoa que aparece na reportagem é o baiano Coaraci Ferreira que levou seu animalzinho para ser abençoado. Há 8 anos que Coaraci cuida do bichinho, um passarinho. O engraçado, para não dizer triste, é que o pobre passarinho vive preso numa gaiola, há 8 anos. O Coaraci nem o padre perceberam isso. Se eu fosse o padre, teria mandado o Coaraci abrir a gaiola para que o bichinho sentisse o que é liberdade. O passarinho, coitado, não matou, não estuprou, não roubou, então, por que continuar preso? 


Eu tenho uma cadela chamada Frida. Já está com 6 anos de idade. Amo muito esse animalzinho. Sou seu único protetor. Isso é fato! Jamais a levaria para receber bênção de um religioso porque, se o fizesse, seria a coisa mais inútil e cômica. Santo algum existe, santo algum protege animais. Você, leitor, crê que São Francisco de Assis é realmente o protetor dos animais? Se você crer, então vamos lá. São Francisco é protetor das lombrigas? As lombrigas são animais, logo, o “santo” também é seu protetor, não é mesmo? São Francisco é protetor também do mosquito Aedes Aegypti? Esse mosquito está matando muita gente no Brasil, causador da dengue, zica e chikungunya. É um animal, logo, o “santo” também é seu protetor, não é mesmo, leitor? É ou não é? 

E no habitat dos animais irracionais, com milhões de animais carnívoros, matando e devorando outros. Será que São Francisco protege mesmo os animais da cadeia alimentar? Por exemplo, leões são animais carnívoros, comem carne, não adianta colocar alface para eles, não entra. Para não morrerem de fome, eles matam e comem outros animais, é a Natureza que dá as cartas. São Francisco, obviamente, não protege gnus e zebras dos ataques leoninos. E os ratos? Também são animais, logo, São Francisco os protege?  Protege ou não? 






E o homem é o mais terrível predador. Um animal irracional mata outro rapidamente para comê-lo em seguida. O homem, não. Impõe sofrimento terrível aos animais, antes de matá-los. Como os animais sofrem sob o comando humano, sem que “santo” algum apareça para protegê-los. Quase todos os dias, noticiários televisivos mostram torturas praticadas contra cães indefesos, submetidos a agressões físicas e à fome. Milhares de animais marinhos morrendo por causa da poluição humana, sem que um “santo” qualquer aja para protegê-los. E nas fazendas produtoras de carne? Inúmeros bezerros, ao nascerem, são separados da mãe, isolados em cubículos, durante 4 meses em média, sem brincar com outros bezerros, tudo isso para evitar que eles fortaleçam seus músculos a fim de a carne permanecer macia para o sucesso na venda. E, como é óbvio, São Francisco não aparece para defender esses animaizinhos. Mas o povão religioso ainda continua dizendo que São Francisco de Assis é o protetor dos animais.    

Caindo agora, na Bíblia, será que o deus hebreu, adorado pelos cristãos, protegia os animais? O que você, leitor, acha? Antes de qualquer coisa, é bom deixar registrado aqui que deus algum existe, mas, nas lendas bíblicas, deuses existem aos montões. Então, o deus hebreu protegia os animais? Vou ajudar você a descobrir isso. Leia, leitor, o que está em Gênesis, capítulo 6, versículo 7:


“Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da Terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”  


Essa passagem bíblica se refere à lenda do dilúvio. O deus hebreu, por causa da maldade do homem, se arrependeu de sua criação. Veja bem, leitor, apenas por causa da maldade do homem! E o que ele fez? Resolveu matar afogados, além das pessoas, os animais irracionais. Ora, animais irracionais não raciocinam, não devem receber punição alguma por causa do comportamento do homem. Entendeu, leitor, a ingenuidade do relato criado por um escritor hebreu, que não se chamava Moisés?  Esse escritor colocou em sua lenda uma aberração, isto é, animais irracionais pagando pelo que o homem fez. As aves, indefesas, coitadas, também morreram afogadas. Como se vê, na lenda, o deus hebreu não gostava de animais

Mais um exemplo bíblico, leitor. Em Êxodo, capítulo 12, versículo 29, está escrito:


“Aconteceu que, à meia-noite, feriu o Senhor todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do cativo que estava na enxovia, e todos os primogênitos dos animais.”


Mais uma lenda bíblica, inventada por um escritor hebreu, por isso mesmo, repleta de irracionalidade e injustiça: a saída do povo hebreu do Egito. Na História, jamais o povo hebreu, em peso, ficou sob escravidão egípcia. É bom dizer que os textos bíblicos foram escritos por hebreus, daí a supervalorização criada por eles próprios. Deus algum existe, deus algum ajuda alguém a se livrar da escravidão. O homem, somente o homem, é que escraviza alguém e é quem livra alguém da escravidão. Somente o homem! 










Mas, na lenda, o deus hebreu, mais uma vez, mostra que não gosta de animais. Mais uma vez, pune os pobres animais irracionais por causa da ação de um homem: Faraó. Na lenda, o Faraó não libertou o povo hebreu da escravidão. Então, o deus hebreu enviou 10 pragas ao Egito. O povo egípcio sofrendo por causa de apenas uma pessoa, o Faraó. Em vez de matar, de imediato, o Faraó, o deus hebreu resolveu castigar o povo. Essa injustiça, leitor, é muito comum em toda a Bíblia.  E, na 10ª praga, o deus hebreu matou os primeiros filhos dos casais egípcios (que nada tinham a ver com o comportamento do Faraó), o primeiro filho do Faraó, os primeiros filhos dos escravos egípcios e, pior ainda, os primeiros filhotes dos animais irracionais.  É muito fácil ver a ingenuidade presente nesses relatos. 


Na verdade, é uma criação de um escritor hebreu que mostra a visão errônea de justiça daquela época muito distante.  


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