Amigo leitor,
Eis o 21º vídeo da série A Bíblia e as novelas. Ao longo da série, estou mostrando que nenhum cristão pode criticar os modelos de família que aparecem nas mais variadas novelas. Por que não podem criticar? Ora, não podem criticar porque os modelos de família na Bíblia eram piores. Ouça, leitor, mais uma vez, o que diz Atenéia Araújo, que foi uma cristã evangélica fervorosa, porém, hoje, é uma ateia de primeira qualidade:
Até agora tenho apresentado 11 famílias bíblicas:
No dia 23 de setembro de 2021, ano passado, na cidade de Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte, um homem com 43 anos de idade, divorciado, não aceitava o fim do relacionamento conjugal. Resolveu, então, pôr fogo na casa em que morava, matando 2 filhas (5 e 15 anos) e 1 bebê com apenas 2 meses de idade. O bebê era fruto de outro relacionamento da mãe. O homem também morreu queimado. A ex-esposa escapou porque não estava em casa.
Na literatura policial brasileira, é comum crimes assim, com o emprego de fogo. Pais queimando filhos, filhos queimando pais, esposo queimando esposa etc. E o que, leitor, o povo, em geral, diz sobre esses fatos horríveis? Ora, o povo diz que isso se deve à deterioração da família de hoje, que está afastada do deus da Bíblia. E o que dizem os pastores evangélicos? Ora, eles dizem a mesma coisa: que as famílias de hoje estão distantes das famílias tradicionais criadas pelo deus da Bíblia. Que as famílias modernas sofrem de inversão de valores. E, lamentavelmente, os fiéis acreditam nesses pastores.
Ora, no mundo antigo, o homicídio com emprego de fogo era mais comum do que bacalhau na Semana Santa. Na Bíblia, por exemplo, era mais comum do que nos dias de hoje. Mais uma vez, as famílias bíblicas não eram famílias-modelo, exemplares, como pregam os líderes cristãos. Na novela Pantanal, da Rede Globo de Televisão, até agora nenhum pai utilizou o fogo para matar algum filho. E com certeza isso não ocorrerá. Mas, na Bíblia, isso era comum. Uma grande parcela do povo hebreu matava, queimava seres humanos em holocaustos a vários deuses. Basta abrir a Bíblia para ver essa realidade. O problema é que a grande massa dos cristãos não a lê, não a estuda com carinho. Veja, leitor, como exemplo, o que está escrito em 2 Reis, capítulo 21, versículo 6:
“E queimou a seu filho como sacrifício…”
Quem, no texto acima, matou o próprio filho, queimando-o? Ora, o rei hebreu Manassés, filho de Hefzibá. Ele governou em Jerusalém durante 55 anos. E fez pior do que o homem que matou os filhos em Esmeraldas. Manassés matou seu filho para oferecê-lo aos deuses. Isso é a Bíblia, isso é o atraso, caro leitor! É impossível invocá-la como modelo a ser seguido! Longe disso! Deuses não existem, portanto, não exigem sacrifício de alguém. O homem é que cria deuses e sacrifícios absurdos. Veja, leitor, mais um exemplo, em 2 Reis, capítulo 17, versículo 17:
“Também queimaram a seus filhos e a suas filhas como sacrifício…”
Viu aí, leitor, como matar filhos com o emprego de fogo não acontece somente agora, em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte? Na Bíblia, repito, era mais comum do que bacalhau na Semana Santa. Por isso mesmo, famílias bíblicas não eram famílias-modelo, exemplares. O texto bíblico acima é do tempo do rei hebreu Oséias, filho de Elá. Ele governou sobre Israel durante 9 anos. É dito aí que muitos hebreus queimavam seus filhos para oferecê-los a deuses. Ora, uma família em que o pai queima filhos para oferecê-los a deuses é uma família-modelo, exemplar, que merece ser elogiada? Claro que não, não é mesmo, leitor?
Você, leitor, quer mais um exemplo? Tudo bem, então, vamos lá. Veja o que está escrito em 2 Crônicas, capítulo 28, versículo 3:
“Também queimou incenso no vale do filho de Hinom e queimou a seus próprios filhos…”
O texto bíblico acima se refere ao rei hebreu Acaz. Ele governou em Jerusalém durante 16 anos. Acreditava em vários deuses e queimou seus próprios filhos para oferecê-los aos deuses. Como os reis bíblicos eram maus, não é mesmo, leitor? São famílias presentes na Bíblia, seguidoras dos mais diversos deuses, e veja as desgraças! É fácil ver que matar filhos fazendo uso de fogo era muito comum na Bíblia, mais frequente do que no mundo de hoje. Por isso mesmo, pastores evangélicos levam os fiéis ao erro quando afirmam que as famílias de hoje estão distantes do deus da Bíblia, com inversão de valores.
Mais um exemplo, leitor? Tudo bem, vamos lá. Leia o que está escrito em Juízes, capítulo 11. Mais um pai matando e queimando a própria filha para oferecê-la ao deus hebreu, ao mesmo deus adorado pelos cristãos. Mais um sacrifício humano! Que coisa horrível, hedionda! A história criada é assim:
Jefté era homem valente, filho de prostituta, isso mesmo, leitor, filho de uma prostituta, e seu pai se chamava Gileade. Seu pai, como era comum na Bíblia, possuía outra mulher, que lhe dera vários filhos. Assim, Jefté morava com seu pai, com a outra mulher e com os filhos dela. Num certo dia, os irmãos dele por parte de pai resolveram expulsá-lo de casa. Jefté, coitado, foi obrigado a sair. Foi morar em outro local, chamado Tobe. Depois, quando Israel estava sob ameaça de invasão por parte de guerreiros de Amom, Jefté foi procurado para defender o povo hebreu. Ele aceitou a empreitada. Antes fez uma oração ao deus hebreu, o mesmo deus adorado pelos cristãos hoje. Ele pediu uma coisa ao deus hebreu, fazendo um voto, uma promessa, um compromisso. Que coisa foi essa? Ora, Jefté pediu ao deus hebreu que, se ele entregasse os guerreiros de Amom nas mãos dele, quando voltasse da guerra, iria matar e queimar a primeira pessoa que estivesse saindo de sua casa. O deus da Bíblia, dos cristãos, fechou na hora o acordo. E o que aconteceu? Com a ajuda do deus hebreu, Jefté saiu-se vitorioso. O deus hebreu estava esperando agora que Jefté cumprisse o voto, sua parte no acordo, ou seja, que Jefté matasse e queimasse a primeira pessoa que estivesse saindo de sua casa. E Jefté cumpriu mesmo o acordo. Quando chegou à sua casa, a primeira pessoa que estava saindo era justamente sua filha, a única filha. E era virgem! Jefté, com certeza, deve ter tido uma caganeira, uma diarreia porque havia feito o voto ao deus hebreu. Não podia voltar atrás. Devia matar e queimar a própria filha. O deus hebreu estava só aguardando, esperando.
Jefté disse à filha que estava muito triste porque seria obrigado a matá-la, já que havia feito o acordo com o deus hebreu, o mesmo deus dos cristãos. Sua filha entendeu a situação e, como era virgem, fez o último pedido ao pai. Ela pediu que, antes de o pai matá-la, permitisse que ela fosse chorar sua virgindade pelas montanhas do lugar, juntamente com suas amigas. Naquele tempo, caro leitor, uma mulher hebreia morrer virgem era considerado uma desgraça. Por isso mesmo, ela pediu ao pai para chorar sua virgindade. Entendeu, leitor? Ela ficou andando pelas montanhas durante 2 meses. Quando voltou à sua casa, seu pai, Jefté, a matou e queimou o corpo dela, oferecendo-o ao deus hebreu, o mesmo deus dos cristãos. Voto feito, voto cumprido! A pobre moça morreu virgem. Passou pela vida, mas não viveu. Não conheceu o que é realmente bom. Se meu amigo Edson Martins, que mora no estado de São Paulo, fosse vizinho de Jefté, a jovem não teria morrido virgem. Não teria!
Mais uma família bíblica que não pode ser considerada um modelo, um exemplo. Em primeiro lugar, Jefté foi expulso de casa pelos próprios irmãos por parte de pai. Isso não é um laço familiar exemplar. Em segundo lugar, Jefté matou e queimou a própria filha. Isso também não é um laço familiar exemplar.
E pastores evangélicos ainda pregam por aí que as famílias de hoje estão deturpadas, com inversão de valores, longe do deus da Bíblia.
E, por incrível que pareça, os fiéis acreditam!
