Leitor amigo,
Atenéia Araújo mora em Campina Grande, no estado da Paraíba. Possui um canal maravilhoso no You Tube, cujo link aparece abaixo para que você, leitor, tenha acesso a ele. Ela foi uma cristã evangélica fervorosa, todavia, hoje, é uma ateia convicta. Uma mulher inteligentíssima!
Ontem, sábado, dia 4 de março do corrente ano, Atenéia tornou público o vídeo Será que Deus nos testa?, com duração de 10 minutos e 55 segundos. Veja, leitor, um trecho:
“Hoje vamos discutir algo que é muito dito pelos crentes, né! Que Deus testa as pessoas! Que eu já ouvi muito dizerem: Deus testa mais os que ele ama mais! (...) Isso nos leva a várias indagações. A ideia de que Deus nos testa não casa com a ideia de que Deus é onisciente. Quem é onisciente vai sentir necessidade de testar alguém?”
Percebeu, leitor, a inteligência de Atenéia? Ela diz que a ideia de que Deus nos testa não casa com a ideia de que Deus é onisciente! Serei mais claro ainda, leitor! Atenéia está afirmando que a ideia de que Deus testa as pessoas é incompatível com a ideia de que Deus é onisciente, isto é, as duas ideias se chocam, não podem existir ao mesmo tempo. De duas, uma: se Deus testa as pessoas, então, não é onisciente. Se Deus é onisciente, então, ele não testa as pessoas. Entendeu, leitor? Para que você, leitor, entenda melhor, veja o quadro abaixo:
Para início de conversa, deus algum existe! É o homem que cria deuses, desde os primórdios da civilização. Atenéia está se referindo ao deus que é adorado pelos cristãos. Que deus é esse? O deus que está na Bíblia cristã. Esse deus foi criado pelos hebreus, um povo entre inúmeros povos que também criaram deuses diferentes. A própria Bíblia cita inúmeros deuses, de Gênesis ao Apocalipse.
Atenéia diz que é muito comum cristãos afirmarem que o deus da Bíblia adora testar as pessoas. Ela está reproduzindo a verdade. De fato, cristãos propagam essa maluquice. Por que maluquice? Ora, porque os cristãos, ao afirmarem que seu deus testa as pessoas, estão, ao mesmo tempo, afirmando que seu deus não é onisciente, ou seja, que seu deus não conhece as pessoas, razão pela qual deve fazer um teste para conhecê-las, o que é um absurdo! Entendeu, leitor?
Você é onisciente, leitor? Será que você sabe o que vai ocorrer no futuro, será que você conhece profundamente todas as pessoas que convivem com você? Claro que não, não é mesmo, leitor? Você, leitor, não tem esse poder, nem eu, nem alguém. Eu, Eustáquio, tenho uma amiga, leitor, que estava desconfiando de sua empregada doméstica. Um fato, e não uma história que estou inventando agora. Essa amiga minha mora aqui, em Brasília. Ela percebeu, num certo dia, que 1 cédula de R$50,00 havia desaparecido de sua bolsa. Como mora só, em um apartamento, ela até pensou que havia gastado o dinheiro, estava em dúvida. A empregada doméstica era a única pessoa que tinha acesso ao imóvel. Já que minha amiga não é onisciente, o que ela fez? Ora, resolveu fazer um teste com a empregada. Ou seja, decidiu submeter sua empregada a uma prova. Se ela tivesse certeza de que a empregada havia pego o dinheiro, obviamente não iria fazer teste algum, não é mesmo, leitor? Dessa forma, minha amiga retirou do banco a quantia de R$300,00, com cédulas de R$10,00 e R$20 só para complicar a coisa. Deixou esse dinheiro dentro de um móvel. Dois dias depois, ela abriu a gaveta e conferiu o dinheiro. Os R$300,00 estavam lá, intactos. 7 dias depois, ela abriu novamente a gaveta e conferiu o dinheiro. Teve uma triste surpresa: Só havia a quantia de R$180,00 reais, ou seja, sua empregada doméstica havia lhe furtado a quantia de R$120,00. Graças ao teste, minha amiga agora tinha certeza de que a empregada doméstica estava furtando seu dinheiro. Graças à prova. No dia seguinte, ela se sentou com a empregada à mesa, que, chorando, lhe pediu que não fosse à Polícia, que realmente ela havia furtado o dinheiro. Minha amiga a demitiu na hora, não foi à Polícia e nem pediu a devolução do dinheiro, deu o caso por encerrado. Entendeu, leitor? Ela não sabia que a empregada havia pego seu dinheiro. Por não saber é que a submeteu a um teste, a uma prova. Se minha amiga fosse onisciente, obviamente não teria feito o teste, entendeu, leitor?
O homem cria deuses, atribuindo poderes mágicos (onisciência, onipresença e onipotência) a eles. Os cristãos propagam que seu deus é, por exemplo, onisciente. Só que, nas lendas bíblicas, esse deus perde a onisciência, a partir de Gênesis, o primeiro livro. Abrindo a Bíblia, você, leitor, logo vê a lenda de Adão e Eva no Jardim do Éden. É dito que o deus hebreu criou esse casal e estava muito feliz com sua criação. E o que ocorreu mais à frente? Esse casal desobedeceu à ordem dada pelo próprio deus que, contrariado, resolveu punir o casal. Veja, leitor, a ingenuidade do relato! Essa lenda anula a onisciência do deus hebreu, entendeu? Na ilusão hebraica, quando o deus hebreu estava sozinho, antes de ter a ideia de criar o casal, ele não sabia que Adão e Eva iriam fazer o que fizeram, entendeu, leitor? Se fosse onisciente, se soubesse muito antes que o casal iria deixá-lo contrariado, não o teria criado, teria preferido ficar sozinho onde estava, entendeu, leitor?
Veja, leitor, mais um exemplo em que o deus hebreu perde a onisciência. No início da Bíblia, está escrito que ele criou todas as coisas e que estava muito feliz com sua criação. Só que, mais à frente, no capítulo 6, está escrito que ele se arrependeu de ter criado as coisas, por causa do comportamento do homem. E aí mandou o dilúvio. Mais uma lenda que anula a onisciência do deus hebreu. Ora, se o deus hebreu fosse onisciente, não se arrependeria de sua criação, não destruiria o que criou, entendeu, leitor? Por que o dilúvio na lenda? Ora, porque ele se arrependeu de ter criado o homem, ou seja, o comportamento do homem não era esperado pelo deus hebreu. Tudo aquilo foi uma surpresa desagradável para ele, não estava nos planos dele quando criou todas as coisas. Entendeu, leitor?
E veja, leitor, outro exemplo bíblico citado pela Atenéia: o deus hebreu testando Abraão, em Gênesis, capítulo 22. Essa lenda, além de anular a onisciência do deus hebreu, é extremamente má! Nela, o deus hebreu NÃO sabe que Abraão o ama. Para ter certeza do amor de Abraão, ele o submete a uma prova recheada de maldade. O deus hebreu pede que Abraão mate e queime seu próprio filho Isaque. Você, leitor, tem filho? Imagine alguém pedindo que você mate e queime seu filho. Como você se sentiria, leitor? Com certeza, você se sentiria a pessoa mais infeliz da Terra, não é mesmo? Matar e queimar seu filho! Pois foi isso que o deus hebreu pediu a Abraão para testar se ele realmente o amava, já que a entidade não sabia. No final da lenda, quando Abraão ia matar o filho com uma lâmina afiada, apareceu o Anjo do Senhor, dizendo a ele que parasse, que não matasse seu filho, porque agora, somente agora, o deus hebreu realmente estava sabendo que Abraão o amava muito. Por favor, leitor, não ria, porque eu me atrapalho na explicação aqui. Deixe para rir depois, por favor!
Narrei acima um fato em que minha amiga não tinha certeza de que sua empregada doméstica estava furtando seu dinheiro. Já que minha amiga não é onisciente, submeteu sua empregada a um teste, a uma prova. Somente depois do teste, é que teve a certeza. Na lenda bíblica, a mesma coisa, leitor! O deus hebreu não tinha certeza do amor de Abraão. Já que não era onisciente, submeteu Abraão a um teste, a uma prova. Somente depois do teste, é que teve a certeza. Entendeu, leitor?
Minha amiga e o deus hebreu, dois seres não oniscientes. Os 2 recorreram a um teste, a uma prova para terem uma certeza. Minha amiga se saiu bem porque não torturou sua empregada doméstica. Já o deus hebreu foi horrível, extremamente horrível! Ele submeteu Abraão a um teste macabro, exigindo que matasse e queimasse o próprio filho! Que teste desgraçado, não é mesmo, leitor?
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