terça-feira, 8 de março de 2022

DEUS E O SOFRIMENTO DE ABRAÃO

                                      Leitor amigo,


Em meu vídeo Se Deus fosse onisciente…, publicado anteontem, segunda-feira, 7 de março do corrente ano, recebi vários comentários, entre eles, o de Denicarla Oliveira, uma brasileira que mora em Viena, capital da Áustria, onde morou por muito tempo Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, que era judeu e ateu. No final de seu comentário, Denicarla escreve:

 




“Eu não entendo como as pessoas não tem o raciocínio cognitivo para entender que este livro é um conto de fadas. Parabéns para a Ateneia. Parabéns prof Eustáquio.”

 




Naquele vídeo, mostrei que a própria Bíblia anula a onisciência do deus hebreu, que é o mesmo deus adorado pelos cristãos. O deus hebreu perde a onisciência, de Gênesis ao Apocalipse. E eu fiz aquele vídeo a partir de um vídeo produzido por Atenéia Araújo. Após assistir a meu vídeo, Denicarla diz, de forma clara, que não consegue entender como é que um ser humano pode levar a Bíblia a sério, como é possível que uma pessoa mentalmente sadia leve a sério os contos de fada que estão na Bíblia! Denicarla não consegue entender! 

Por força de seu comentário, resolvi, então, trazer mais detalhes sobre a lenda bíblica em que o deus hebreu submete o lendário Abraão a uma prova terrível a fim de saber se Abraão o ama ou não. Essa lenda bárbara está no primeiro livro da Bíblia, em Gênesis, capítulo 22. Antes de entrar na Bíblia, faço-lhe uma pergunta, leitor amigo: você conhece o seguinte ditado popular:

 



Se ficar, o bicho come. Se correr, o bicho pega.

 




Você, leitor, deve conhecer esse ditado popular, não é mesmo? Ele é empregado quando uma pessoa se encontra numa situação caótica, sem saída. Para onde a pessoa for, o problema não será solucionado. E aí o povo diz: se ficar, o bicho come. Se correr, o bicho pega. Entendeu, leitor? Pois fique sabendo, leitor, que esse ditado popular se aplica aqui, na lenda bíblica em que o deus hebreu submete Abraão a uma prova, a um teste. 





Denicarla Oliveira é uma mulher inteligente! Ela conhece essa lenda bíblica e fica revoltada diante de pessoas que, por causa da crença religiosa, não veem os absurdos que estão lá. Ela sabe que a lenda é boba demais e extremamente perversa. Ela sabe que deus algum existe, que deus algum testou ou testa alguém. Ela sabe que essa lenda bíblica foi uma criação de um hebreu que viveu numa época de profundo atraso, de um hebreu que tinha uma visão distorcida sobre o amor, sobre a solidariedade humana. Denicarla sabe disso, leitor amigo!

Vamos agora à Bíblia, leitor! Eis a pergunta, leitor:



O deus hebreu SABIA ou NÃO SABIA que Abraão o amava




O que você, leitor, acha? Você tem um cérebro, leitor, então, por favor, me responda, por favor! O deus hebreu sabia que Abraão o amava, ou não sabia? Não quero decepcionar você, leitor, mas qualquer resposta sua irá levá-lo ao ditado popular se ficar, o bicho come. Se correr, o bicho pega. Se você, leitor, disser que o deus hebreu sabia, então o deus hebreu ficará em maus lençóis. E se você, leitor, disser que o deus hebreu não sabia, da mesma forma, o deus hebreu ficará em maus lençóis. Entendeu, leitor? Não há saída! Veja, leitor, que só há 2 hipóteses: ou deus sabia, ou deus não sabia, não é mesmo, leitor? Vamos pegar logo a hipótese trazida pela lenda bíblica:




      DEUS NÃO SABIA QUE ABRAÃO O AMAVA




Nessa lenda bíblica, que, repito, está em Gênesis, capítulo 22, o deus hebreu não sabia que Abraão o amava com intensidade. Ou seja, o deus hebreu perdeu sua onisciência. Por não saber, é que teve a ideia de submeter Abraão a um teste, a uma prova. Se o deus hebreu tivesse certeza do amor de Abraão, obviamente, não iria submetê-lo a teste algum, a prova alguma, não é mesmo, leitor? Se o deus hebreu soubesse realmente que Abraão o amava, não teria pedido a ele uma coisa horrível: que matasse e queimasse o próprio filho! Entendeu, leitor? O texto bíblico é claro: o deus hebreu não sabia, não era onisciente. E, no texto, quando o deus hebreu realmente ficou sabendo que Abraão o amava? O deus hebreu só ficou sabendo no momento em que realmente Abraão se preparava para matar o próprio filho, e isso está no versículo 12:




“Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.”

 



Entendeu, leitor, não é mesmo? Antes, o deus hebreu não sabia que Abraão o amava, por isso mesmo o submeteu ao terrível teste. No momento em que Abraão se preparava para matar o próprio filho, o deus hebreu enviou um anjinho para que Abraão não prosseguisse porque AGORA o deus hebreu realmente estava sabendo que Abraão o amava. Entendeu, leitor, ou tá difícil?  Então, de acordo com o texto bíblico, o deus hebreu não sabia, não era onisciente! E se você, leitor, disser que o deus hebreu sabia muito antes, então você, além de desrespeitar a Bíblia, colocará o deus hebreu numa situação pior, de acordo com o velho ditado popular  Se ficar, o bicho come. Se correr, o bicho pega. Vamos lá:




DEUS SABIA QUE ABRAÃO O AMAVA




Se você, leitor, disser que o deus hebreu, antes de testar Abraão, já sabia que este o amava, então você estará, em primeiro lugar, afirmando algo contrário ao texto bíblico que está em Gênesis. E, em segundo lugar, você estará afirmando que o deus hebreu é extremamente sádico, que adora ver pessoas sofrendo de forma gratuita. Entendeu, leitor? Como eu disse, é a ocorrência do velho ditado popular: se ficar, o bicho come. Se correr, o bicho pega! Não há saída, leitor! Se você disser que o deus hebreu não sabia ou sabia, não há saída. Quando você, leitor, diz que o deus hebreu sabia, a coisa fica pior ainda. Imagine o deus hebreu falando para si mesmo dessa maneira:











“Eu sei que Abraão me ama, eu sei porque sou um deus! Mesmo sabendo que Abraão me ama, vou submetê-lo a um teste terrível. Vou pedir que ele mate e queime o próprio filho. Eu sei que ele me ama, mas vou submetê-lo a esse teste só para ele sofrer juntamente com o filho. Eu adoro ver as pessoas sofrendo de forma gratuita. Será um sofrimento desnecessário porque sei que Abraão me ama, não havia necessidade de testá-lo, mas vou fazer isso porque quero ver Abraão e seu filho sofrendo muito!”




Entendeu, leitor, a maldade que está aqui? Quando você diz que o deus hebreu sabia que Abraão o amava, a loucura e a maldade são piores. Abraão, coitado, recebeu uma ordem do deus hebreu para matar e queimar seu filho. Que sofrimento horrível para um pai. Ele, na lenda, sofreu muito porque devia matar seu filho porque foi uma ordem do deus hebreu. Um sofrimento totalmente desnecessário, já que o deus hebreu estava apenas brincando porque já sabia, não havia necessidade do desgraçado teste. Então, Abraão sofreu terrivelmente sem saber que tudo aquilo era um teatro, entendeu, leitor? E que teatro malvado, não é mesmo, leitor? E pior ainda, em relação ao filho de Abraão. O pobre garoto viu que seu pai realmente ia matá-lo. Que medo ele sentiu diante da atitude do próprio pai! Imagine o horrível trauma sofrido por esse adolescente, pensando que seu pai iria matá-lo. E tudo isso era na verdade um teatro preparado pelo deus hebreu que, segundo os cristãos, é um deus de amor. Por favor, leitor, não ria, porque está atrapalhando minha concentração aqui. 

Resumindo: 


Se você, leitor, disser que o deus hebreu não sabia que Abraão o amava, estará afirmando que o deus hebreu não era onisciente.


Se você, leitor, ao contrário, disser que o deus hebreu sabia, então você estará afirmando que o deus hebreu era sádico, adorava ver pessoas sofrendo de forma gratuita.



Denicarla Oliveira vê esses absurdos com facilidade!


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