quarta-feira, 14 de março de 2018

NASCEMOS ATEUS


                                                     
                                                                                  
                                                                                                      EUSTÁQUIO


                                                 GRANDE WÁLTER IVAN,

                                     Mais um maravilhoso vídeo!
                                     De início, você esclarece que várias pessoas já fizeram vídeos sobre esse assunto, inclusive eu. Li também os principais comentários ínsitos em sua página. E estou aqui para também tecer minhas considerações.
                                      Sem vacilar, continuo afirmando que nascemos ateus. O primeiro passo para que alguém entenda o sentido de uma palavra se resume em analisar essa palavra em sua origem. Qual é a origem da palavra “ateu”? Quais são os elementos formadores dessa palavra? A resposta é simples: o vocábulo “ATEU” é formado por dois elementos gregos: o “A”, que é um prefixo, e o “THEÓS”, que é o radical. O que quer dizer o prefixo “A”? Carência, ausência ou negação; e o que quer dizer o radical “THEÓS”? deus. Assim, ateu é a pessoa que nega deuses, ou que têm carência ou ausência de deuses. Vejamos um recém-nascido! Um bebê não tem capacidade cognitiva, ou seja, ele não tem ainda um cérebro capaz de negar a existência de deuses. Para NEGAR alguma coisa, é preciso desenvolvimento intelectual, coisa não presente num bebezinho. Mas pode ser feita outra pergunta: os deuses estão ausentes no cérebro de um bebê? Estão! Logo, o bebê é um ateu na modalidade de AUSÊNCIA, CARÊNCIA de deuses. No cérebro de um bebê, pois, não existe deus algum. Se esse bebê ficar isolado numa sala, sem ouvir som algum, sem falar com quem quer que seja, totalmente isolado do mundo, recebendo apenas alimentação e água, chegará a 80, 90 ou a mais de 100 anos de idade sem ter deus algum e língua alguma. O que isso significa? Significa que deuses, línguas, vestuário, por exemplo, são elementos que aquele bebê irá receber de sua cultura, no caso, de seus pais. Deuses, línguas e roupas são coisas de fora, externas à criança. Se a criança nasce numa aldeia indígena, serão introjetados nela elementos de sua cultura: deuses indígenas, línguas indígenas e nada de roupas; se nasce no Brasil, o deus hebreu, Jesus, língua portuguesa, roupas, berço etc. porque esses elementos fazem parte da cultura brasileira. E assim por diante.
                        O Vinícius César fez o comentário, afirmando que, de fato, nascemos ateus, mas, segundo ele, esse argumento é fraco porque alguém pode alegar também que nascemos sem línguas porque somos imaturos ainda e que, por isso, ateísmo também é imaturidade. Discordo dessa parte, não do Vinícius, mas de alguém que venha alegar isso. O que se realça aqui é que todos os seres humanos nascem sem deuses e sem língua. Imaturidade não tem relevância aqui. A relevância é que deuses e línguas são fatores estranhos aos seres humanos, são elementos que estão do lado de fora.  É preciso que alguém venha a colocar naquela criança os deuses e as línguas de sua cultura. Do contrário, aquele ser humano morrerá sem deuses e sem línguas. Essa é a questão essencial!
                                   E você falou um pouco sobre o agnosticismo. No fundo, o agnóstico é um ateu, no tocante aos deuses das religiões. Pergunte a um agnóstico se ele acredita no deus da Bíblia com todas aquelas características? Ele dirá que não! A máxima do agnóstico é: “NÃO SEI!”. Mas pergunte se ele acredita no deus Alá? Ele dirá que não! Você mesmo, Wálter, afirma ser um deísta. Para você talvez exista algo! Porém, você é um ateu diante do deus hebreu, diante do deus Alá, diante do deus Brahma etc.
                                    Não precisa responder a essas observações. Entendo você!
                                    Um abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário