quinta-feira, 15 de março de 2018

CRÍTICA AO FILME "A FORMA DA ÁGUA"


                                                                                                                       Eustáquio


                                                               PABLO VILLAÇA,


                           Antes de qualquer coisa, meu filho adora você, seus comentários acerca de filmes. Ontem, segunda, dia 9, assisti ao filme “A Forma da Água”. Para lhe ser sincero, detestei-o. Muito ingênuo e recheado de erros. De antemão, deixo claro que sou leigo no assunto. Estou muito distante de você, que é um especialista. Mas quero deixar gravada nesse seu vídeo minha impressão sobre a película cinematográfica. Ah! Meu filho adorou o filme. Quando cheguei, começamos a “discutir”, e aí ele me pediu que lesse sua resenha e assistisse a seu vídeo. Vamos aos erros ingênuos:

PRIMEIRO ERRO

                               Num dado momento, a mulher muda, com a intenção de retirar a criatura do laboratório, sobe numa caixa, alcança a câmera e desvia sua lente para baixo. Ora, existe uma sala de vídeos no laboratório, com pessoas observando todas as câmeras. Um funcionário teria rapidamente visto que a câmera principal (defronte para a criatura) estava com sua lente direcionada para o chão. E ninguém fez nada! Isso é um laboratório científico importante, ou uma bodega do interior cearense lotada de bêbados?  Se eu fosse o cineasta, faria de forma diferente.

                                                                           SEGUNDO ERRO

                                     Um laboratório científico de primeira qualidade dispõe de segurança de primeira qualidade. Se a criatura estava num recinto, a segurança seria máxima, com, no mínimo, um funcionário grudado na porta de entrada. Jamais duas auxiliares de limpeza teriam acesso ao local desacompanhadas por seguranças. O que vi é uma piada. A mulher muda entrando livremente no recinto sem escolta alguma. Muita ingenuidade. O cineasta poderia ter mudado, dando mais um ar de realidade às ações.

                                                                              TERCEIRO ERRO

                                          A criatura, após devorar um gato e ferir o amigo da mulher muda, foge da casa. A mulher muda sai à sua procura e vai encontrá-la dentro de um cinema, em pé, vendo um filme. E está sozinha. Que ingenuidade! Uma criatura estranha entra num cinema livremente como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. E assiste a uma película especialmente para ela. Cena digna de risos!

                                                                              QUARTO ERRO

                                             A mulher muda e a criatura estranha ficam num quarto com água até à cintura. Tudo fechado. O quarto se transforma numa piscina. Quando o amigo da mulher muda abre a porta, a água presa deveria sair com grande quantidade e força. Mas não foi isso o que se viu. Quase nada de água.

                                                                          QUINTO ERRO

                                                   Quando o quarto está lotado de água, o líquido começa a sair por algumas falhas no piso. E molha pessoas que estão no cinema. Ora, o cinema não fica no subsolo, mas distante do apartamento. É o mesmo cinema onde a muda encontrou pela primeira vez a criatura. O cinema fica ao lado da casa, pelo lado esquerdo, e não no subsolo da casa. Logo, a água não cairia sobre as pessoas que estivessem lá.

                                                                         SEXTO ERRO

                                                      Quando o colega da mulher muda está levando a criatura do laboratório, ninguém o persegue. Sai livremente. O carro do carrasco ficou inutilizado e uma moto também. Mas que diabo de laboratório importante é esse que não possui inúmeras viaturas a fim de solucionar o problema? Entra-se facilmente num laboratório científico de grande importância, e se sai dali sem perseguição alguma, sob os olhares bobos de alguns empregados. Que ingenuidade!

                                                        Para mim, esse filme não deveria ter ganho o Oscar. Até a mensagem é boba e popular: uma mulher solitária, mergulhada na masturbação, se apaixona facilmente por qualquer um, e vai viver com essa pessoa. Pura bobagem!
                                                         Não assisti ainda ao filme “Três anúncios para um crime”. Mas a mensagem central é outra coisa, melhor que a do filme em comento. Conta a história de uma mãe que tem sua filha assassinada e que, diante da inércia da polícia, resolve por conta própria ir à procura dos bandidos. Existe tema melhor que esse e que mostra a realidade nos EUA e no Brasil? No Brasil, pior ainda! A polícia se encontra desaparelhada, sem munição, sem viaturas, sem computadores etc. Crimes hediondos ocorrem diariamente por aqui, e não são solucionados. Um filme que venha a mostrar isso merece todo aplauso.
                                                           Um abraço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário