Em 8 vídeos, fiz uma pequena
abordagem acerca do vídeo que circula no mundo do “You Tube”, com o título:
“Rubem Alves --- perguntaram-me se acredito em Deus”. Você, que acompanhou
esses vídeos, já sabe que a ideia de Deus do teólogo Rubem Alves nada tem a ver
com a ideia de Deus da teologia cristã. Ao contrário. Rubem Alves, que antes
acreditava no Deus hebreu, depois de estudar bastante, inclusive concluindo o
doutorado em teologia nos EUA, abandonou a religião cristã, passando a ser um
crítico ácido da ideia religiosa de Deus. No fundo, deuses não passam de ideias
fantasiosas da mente humana. É o homem que cria deuses à sua imagem e
semelhança.
A partir desse vídeo, o nono, passo a
analisar o livro “O Deus que conheço”, de Rubem Alves, editora Verus, 2010.
Você, que está assistindo a esse vídeo, conhecerá mais elementos sobre a ideia
de Deus de Rubem Alves, e tudo isso de forma gratuita. Na página 30, ele escreve:
“Lembro-me, com nítida precisão, do
momento em que tive a percepção intelectual que libertou minha razão para
pensar. Eu estava no seminário. Repentinamente, com enorme espanto, percebi que
todas aquelas palavras que outros haviam escrito no meu corpo não haviam caído
do céu. Se não haviam caído do céu, não tinham o direito de estar onde estavam.
Eram demônios invasores. Abriram-se-me os olhos e percebi que essa monumental
arquitetura de palavras teológicas que se chama teologia cristã se constrói, toda,
em torno da ideia do inferno. Eliminado o inferno, todos os parafusos lógicos
se soltariam, e o grande edifício ruiria.”
Eis uma grande verdade, não é mesmo?
A teologia cristã, em sua essência, está apoiada no medo, no inferno. Não
conquista fiéis pelo amor puro e cristalino, mas pela ameaça: se você não
aceitar a Jesus como seu salvador pessoal perecerá para sempre no inferno.
Rubem diz que, ainda no seminário, percebeu que essa doutrina não havia caído
do céu. Que era produto do homem. Na página seguinte, 31, ele afirma:
“Hoje, as ideias centrais da teologia
cristã em que acreditei nada significam para mim: são cascas de cigarra,
vazias. Não fazem sentido. Não as entendo. Não as amo. Não posso amar um pai
que mata o filho para satisfazer sua justiça. Quem pode? Quem acredita?”
Com razão, Rubem Alves! Dentre os males da teologia cristã, está o
famigerado sacrifício humano, uma hediondez do mundo antigo. No mundo antigo,
atolado num estado de selvageria, era comum o sacrifício de animais (humano e
irracionais). Em sua completa ignorância, o homem matava animais irracionais e
seres humanos para ofertá-los aos deuses. Esperava com isso que os deuses se
acalmassem. E lamentavelmente a teologia cristã está justamente assentada num
sacrifício, e pior, o sacrifício humano, em que um ser humano inocente é morto
para que a divindade não se volte contra os reais pecadores. Isto é, um justo
pagando pelos pecadores. Que hediondez, que injustiça! E, nessa teologia, a
divindade perde sua onisciência, perde o juízo. É fácil ver que matar alguém
inocente para não punir pecadores é um atestado de insanidade mental do homem
antigo. E a teologia cristã se alimenta dessa fonte.
Demorou um pouquinho, mas Rubem Alves descobriu o absurdo!
Um abraço!
Nenhum comentário:
Postar um comentário