sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O PADRE SOLANO E A BELA FAXINEIRA

O PADRE SOLANO E A BELA FAXINEIRA
                                                                                                                              Eustáquio 


O jornal Correio Braziliense de sexta-feira passada, dia 5 de novembro de 2010, na página 21, trouxe a seguinte manchete:

                                                                                               “    MARIDO FLAGRA PADRE "

                                       O padre católico José Antonio Boitrón Solano foi filmado em pleno ato sexual com a faxineira de sua paróquia na cidade de Trujillo, norte do Peru. O flagrante foi dado pelo marido de Tedolinda Amaya Altamirano, que desconfiava da infidelidade da mulher. Ele enviou a gravação para uma emissora de televisão, que divulgou as imagens. “Armaram uma armadilha para mim”, queixou-se o padre flagrado em sua cama, na área residencial da Igreja Medalha Milagrosa, com Teolinda, grávida de quatro meses do religioso. “Reconheço meu erro, acalme-se”, fala o padre na gravação. O marido responde: “Como vou ficar calmo se minha mulher está com você, e ainda mais um padre!”. Em sua defesa, a faxineira afirmou que o padre a atacou. “Eu era forçada a satisfazer seus desejos”. Teolinda, que foi despedida da paróquia, entrou com um processo pedindo pagamento pelo tempo de serviço e que seu filho com o padre seja reconhecido. Solano, por sua vez, continua celebrando missas e dando comunhão aos fiéis.”

                                               Eis, caro leitor, um caso de infidelidade conjugal. Tedolinda Amaya Altamirano, casada, botava “chifre” no marido, praticando relações sexuais com o padre José Antonio Boitrón Solano, sacerdote católico da igreja Medalha Milagrosa, no Peru. Os colóquios amorosos, as carícias e os orgasmos ocorriam na área residencial da própria igrejinha. A cada orgasmo, o padre Solano ia de fato ao céu, ao paraíso.
                                        Quem errou, caro leitor? O padre? A faxineira Tedolinda? O marido corneado? Ora, nenhum dos três errou. Quem errou foi a Igreja Católica Apostólica Romana. Ela colocou na cabeça do padre que ele deveria ficar para sempre em abstinência sexual. Portanto, o pobre padre estava condenado para sempre a viver sem fazer sexo, rejeitando o próprio membro viril chamado pênis. Obviamente, o padre Solano não se contentava em masturbar-se. Ele queria entrar na carne humana feminina, procurando satisfazer um dos mais elementares e naturais desejos humanos: a satisfação sexual. Atraído pela beleza física da faxineira Tedolinda, sendo correspondido, padre Solano partiu para os “finalmente”, como dizia o prefeito Odorico Paraguaçu, um dos personagens de Dias Gomes interpretado maravilhosamente pelo saudoso ator Paulo Gracindo.
                                      A religião é uma faca de dois gumes. De qualquer jeito, o fiel se corta. Em nome da religião, em nome de Deus, o homem pratica as piores barbaridades, as piores maldades. Persegue, tortura e mata seus semelhantes. Arma-se com explosivos, explodindo-se em lugares públicos, levando milhares de pessoas à morte, certo de que um ser sobrenatural justo e misericordioso, que mora no céu, irá presenteá-lo com 60 mulheres virgens. Decepa o próprio pênis porque colocou em sua cabecinha que sexo é uma coisa pecaminosa, do Satanás. Promove guerras e guerras. Abastece com dinheiro e bens os templos religiosos promovendo-lhe a riqueza etc.
                                            A visão sexual da Igreja Católica Apostólica Romana os historiadores e teólogos a conhecem. Em inúmeros artigos, eu sempre a comento. Tenho aqui, em meu apartamento, o melhor livro que aborda seriamente a visão distorcida do desejo sexual patrocinada pela Igreja Católica. Trata-se do livro “Eunucos pelo reino de Deus – mulheres, sexualidade e a Igreja Católica”, da teóloga Uta Ranke ~ Heinemann, considerada a maior teóloga do mundo. As notas feitas nas orelhas do livro são do teólogo brasileiro Leonardo Boff. Esse livro fantástico mostra a visão doentia da Igreja Católica, desde o nascedouro, em relação ao sexo. Quero adiantar-lhe, amigo leitor, que eu não empresto livros. Quem empresta livros perde duas coisas valiosas: o livro e o amigo. Portanto, não empresto livros.
                                            O sexo é uma coisa linda, maravilhosa, fantástica, deslumbrante, empolgante, natural etc. Os adjetivos existentes nos dicionários não são suficientes para exprimir o sexo. O sexo vai além deles. O pênis e a vagina existem naturalmente. Quando o ser humano começa a se formar dentro do útero materno, o pênis e a vagina já estão lá, assim como o cérebro, os olhos, as mãos, os pés, o coração etc. O pênis faz parte da anatomia do homem, e a vagina, da anatomia da mulher. São, portanto, órgãos humanos naturais, e não artificiais criados pelo próprio homem ou pelo Satanás. Nada disso. Ora, o pênis possui naturalmente dois estágios: mole ou duro. Quando ele está mole, flácido, o homem urina. Quando o pênis fica naturalmente duro, ele não serve para urinar porque passa a ter outra função. Qual é essa função?  Ora, penetrar no interior da vagina ou em outros interiores. Não é o Satanás que endurece o pênis do homem. Não é o Satanás que desperta o desejo sexual do homem. A vagina é um longo orifício que naturalmente deve receber o pênis. Acomoda facilmente o pequeno ou longo pênis do macho. Antes da penetração do pênis na vagina, a própria natureza prepara os dois para o grande encontro. Tanto o pênis quanto a vagina ficam naturalmente umedecidos pelo líquido seminal. O sêmen lubrifica os dois órgãos para facilitar a penetração. A própria natureza prepara o homem e a mulher para que atinjam o orgasmo, o maior e mais saudável prazer carnal. E o Satanás nada tem a ver com isso. Com os olhos, o homem vê. Com os ouvidos, ouve. Com as mãos, pega. Com a boca, come e fala. Com o pênis, urina e faz sexo. Com a vagina, idem. Cada órgão humano tem a sua função dada pela própria natureza. Pênis e vagina são órgãos tão naturais quanto os olhos, coração, boca, ouvido, nariz etc. Não são órgãos imundos, pecaminosos, que devem ser rejeitados.
                                             Infelizmente, surge a religião para esculhambar a tudo. A religião, diferentemente do sexo, não é uma coisa natural. Ela não existe na natureza. Ela não nasce no útero materno. As religiões são criadas pelo homem. O homem cria os deuses e os dogmas. Tanto é verdade que cada civilização tem sua religião que é totalmente diferente das outras. Os egípcios, por exemplo, criaram deuses antropozoomórficos, ou seja, deuses que tinham feições híbridas (humanas e animais). Eles adoravam a vários deuses, e não apenas a um só Deus, como os hebreus, o povo da Bíblia. O sexo é uma coisa natural. Já a religião, uma coisa convencional, artificial, criada pelo homem. Ora, é um absurdo, uma idiotice sem tamanho, uma coisa convencional proibir uma coisa natural. É de uma irracionalidade sem precedentes que uma dada religião proíba um cidadão de fazer sexo por qualquer motivo. O pênis e a vagina não podem abandonar sua função natural porque uma cambada de idiotas religiosos assim decidiu por meio de reuniões também idiotas chamadas de concílios. O sexo nada tem a ver com esses pensamentos imbecis. O cristianismo, imbecilmente, elevou o sexo à categoria de pecado, de coisa imunda, que deve ser evitada. Santo Agostinho e Tomás de Aquino, dois loucos teólogos católicos, pregavam essa idiotice. Eles diziam que o sexo era coisa do demônio, do Satanás. O orgasmo era entendido como a satisfação do capeta.
                                   No caso em destaque, o pobre padre Solano, com essa teologia louca na cabeça, não suportava mais apenas se masturbar. Coitado. O desejo sexual vinha naturalmente, mas ele não podia fazer sexo porque sacerdotes católicos decidiram que aquilo não era certo. Que loucura! Padre Solano, conduzido pela saudável libido, engatou na faxineira Tedolinda. E os dois tiveram momentos maravilhosos de prazer sexual. Houve o encontro natural e saudável do pênis e vagina. Que maravilha! Padre Solano não cometeu crime algum, não praticou pedofilia. Fez sexo, que é uma coisa natural, com uma mulher adulta, consciente e dona do seu nariz. Deus algum ficou triste com isso, e Satanás algum ficou alegre. A religião cria verdadeiras loucuras nos cérebros humanos. Padre Solano está de parabéns. Tedolinda, casada, meteu um chifre na cabeça do marido. Se ela o fez, deve ter os seus motivos. A vida a dois só quem a conhece são os cônjuges, e ninguém mais. Muita gente critica o comportamento de mulheres ou homens casados que traem os respectivos cônjuges sem saberem o dia a dia da convivência conjugal. Ora, numa relação conjugal, podem surgir muitos problemas. Eu, por exemplo, tenho um colega que trabalha no Banco do Brasil cuja esposa não gosta de fazer sexo. Ele me revelou esse segredo. Não se trata de traição. Ela não faz sexo com outro homem. Simplesmente não gosta de sexo por motivo não revelado. O que vai acontecer, então, com esse casal? O meu amigo adora sexo, a mulher, não. Será que ele vai ficar sem fazer sexo para o resto da vida apenas porque a sua esposa não gosta?  Claro que não! O que ele não encontra em casa, com certeza encontrará nas ruas. E assim aconteceu. O meu amigo faz sexo com várias garotas. Ele está errado? De forma alguma. Vive feliz em suas aventuras sexuais. Como não poderia ser diferente, divorciou-se da esposa há 2 anos.
                                           Padre Solano tem o meu sincero e fundamentado apoio.

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