segunda-feira, 14 de agosto de 2017

RALPH GOMES: ATEÍSMO – VERDADE ABSOLUTA




                                Muito obrigado pelos elogios endereçados a mim. Sou-lhe sincero: devolvo esses elogios a você porque seus vídeos são maravilhosos. Do início ao fim, você foi taxativo: ateísmo é verdade absoluta, incontestável. Eis a pura verdade, caro Ralph.

                                  A história da civilização, desde o berço, nos mostra de forma clara e cristalina que o homem criou deuses à sua maneira apoiando-se em vários fatores: falta de conhecimento sobre os fenômenos naturais, medo diante desses fenômenos, desejo de ser eterno, consciência de sua fragilidade etc. Quando uma pessoa, pois, diz que acredita num deus qualquer, ela está delirando. Freud, como ninguém, explicou isso muito bem. Por que está delirando? Porque essa afirmação não está apoiada em prova alguma, em evidência alguma, em vestígio algum. É apenas uma manifestação de crença, descabida e irracional. E tanto é verdade que o homem criou deuses diferentes à sua maneira, à sua imagem. Os deuses são diferentes porque as sociedades que os criam são diferentes. Por exemplo, os deuses criados pelo povo egípcio adoravam somente o povo egípcio e possuíam caracteres egípcios. E da mesma forma os deuses gregos, maias, incas, indígenas, hebreus, hindus etc. São deuses diferentes porque criados em culturas diferentes. Num certo momento do vídeo, você diz que não existem argumentos religiosos. ISSO É UMA VERDADE INCONTESTÁVEL! Um pessoa que crê em deuses está em delírio, está mais perdida que cego em tiroteio. Ela não tem argumento algum. Se tentar argumentar, mostrará sua ingenuidade, sua fragilidade, sua ineficácia. Basta que você leia qualquer livro religioso, principalmente livros evangélicos. Esses livros causam riso porque são propagadores de ilusão, por isso mesmo não têm pé, nem cabeça. E, no Brasil, para a gente ter certeza dessa verdade, basta pegar a Bíblia. Eis um exemplo de que o homem cria deuses conforme sua cultura. Os cristãos, no mundo da lua, acreditam no deus hebreu que lhes foi imposto pela nossa cultura. O deus hebreu não caiu do céu, trazido por anjinhos. Ele chegou ao Brasil em abril de 1500.E trazido obviamente por homens. Esse deus veio em uma das caravelas lideradas por Pedro Álvares Cabral. Isso é fato, isso é história, isso é verdade absoluta. E como o deus hebreu foi um ser criado por um povo muito antigo, ciumento, violento, intolerante, adorador de sacrifícios, guerreiro etc., recebeu então os caracteres desse povo. A Bíblia é, sem dúvida alguma, o melhor livro de ateísmo do mundo ocidental. Ela mostra claramente e de forma incontestável um deus ciumento, violento, intolerante, adorador de sacrifícios, guerreiro etc. Os cristãos fanáticos, fundamentalistas, não veem essa verdade bíblica porque estão cegos pela crença religiosa. Freud também já explicava esse fenômeno. Ele afirmou com propriedade que a crença religiosa conduz o homem a um estado equiparável ao de amência, demência, pois. Em razão disso, os cristãos não percebem que seu deus é tão atrasado quanto o povo hebreu que o criou. Por exemplo, os cristãos dizem que o deus hebreu sacrificou seu filho (Jesus) por amor à humanidade. Que loucura! Sacrificar animais irracionais e seres humanos era uma atividade bárbara do homem antigo que foi transmitida aos deuses criados. E, além da barbaridade da prática dos sacrifícios, havia também uma péssima noção de justiça. Naquela época de profundo atraso, o homem, em sua ignorância, matava animais irracionais e seres humanos, entendendo que os deuses iriam ficar felizes com essas ofertas, deixando de punir seu povo. E aí escolhiam um bode expiatório, ou seja, um animal ou um ser humano inocente para ser sacrificado em prol do povo pecador. Uma injustiça, pois, uma péssima visão de justiça que não existe hoje em lugares civilizados. No Brasil, por exemplo, se alguém comete um crime, somente esse alguém será responsabilizado por esse crime. Não adianta matar seu vizinho para que o verdadeiro criminoso seja perdoado. Essa loucura é coisa do mundo antigo, é coisa do mundo da Bíblia que os cristãos, cegos pela fé, não veem.    
                      
                       Deuses, portanto, são uma criação do homem, assim como: lobisomem, saci-pererê, boitatá, bicho-papão, mula sem cabeça, duendes etc. É o homem que cria esses seres, que são imaginários, que não afetam a vida das pessoas, que não aparecem, que não dialogam etc.

                       Um abraço, caro RALPH!

domingo, 13 de agosto de 2017

APARECIDO BEBEDOURO: UM PAI ATEU

                   


                                 Hoje é domingo, dia 13 de agosto de 2017. E é também o Dia dos Pais.
                           Tive pai! Um pai maravilhoso! Infelizmente, dele guardo poucas recordações porque faleceu em 1965 quando eu estava com apenas 9 anos de idade. Nessa faixa etária, fatos vivenciados não resistem ao tempo, uma borracha que vai apagando memórias da infância. Porém, até hoje, uma triste lembrança de meu pai ainda continua acesa: o dia de seu sepultamento. Morávamos em Sobral, minha terra natal. Papai estava doente, em casa, em consequência de um acidente automobilístico. No dia em que ele morreu, estava eu em Fortaleza, com apenas 9 anos, na casa de minha irmã. Nas férias escolares, passava um mês na capital. Ao saber da morte de meu pai, eu e minha irmã pegamos um ônibus para Sobral. Chegando, avistei de longe uma multidão na frente de casa. Papai era muito conhecido e querido na cidade. Quando eu e minha irmã entramos na sala, onde estava o cadáver de meu pai dentro de um caixão fechado, desabamos a chorar. Minha irmã desmaiou. Um homem me pegou pela cintura, levantando-me a fim de que eu visse meu pai pela última vez. O rosto dele, somente o rosto, era visível porque havia um vidro defronte a ele. E, chorando, vi a imagem inerte, apagada, sem vida, daquele amigo diário a quem eu recorria nos momentos de aflição. Como afirmou com certeza Sigmund Freud (1856 - 1939), o Pai da Psicanálise, judeu e ateu, numa sociedade patriarcal, em que a figura do pai se sobressai, ele é o centro da proteção. Em momentos de aflição, de desespero, a criança procura o manto protetor no pai. E essa afirmação freudiana é a pura verdade. Quando às vezes um amigo meu queria brigar, coisas de criança, eu o ameaçava dizendo que iria chamar meu pai porque o via como meu protetor. E esse é mais um fator que leva o homem a criar deuses. Na fase da infância, a criança não cria deuses, não imagina deuses. Qualquer ajuda, ela pode contar com o pai, que é seu protetor real. Já na fase adulta o pai não é mais visto como um forte protetor. Não tem mais aquele poder da época da infância. O adulto percebe, então, que seu pai tem poderes limitados. E aí procura uma proteção imaginária em seres irreais: deuses!
                    Pois bem! Hoje é o Dia dos Pais. Lamentavelmente, não tenho mais pai. Já que a ausência de meu pai é uma realidade, procuro então um pai por aí para dar-lhe os parabéns. E encontro esse pai na figura do Aparecido Bebedouro, que mora em Bebedouro, no estado de São Paulo. O Aparecido tem um canal no “You Tube” onde posta vídeos contra a ilusão chamada religião, e vídeos extremamente criativos. Além disso, possui vários livros escritos, não impressos em editoras. Escolhi o Aparecido Bebedouro como a pessoa indicada para receber minhas homenagens neste dia porque ele é um paizão! Não conheço a vida íntima do Aparecido. Todavia, ele é um paizão em razão das provas que deixa em seus vídeos. Com bastante frequência, aparece ao lado de seu querido filhinho: na casa onde mora e nas ruas de Bebedouro. O diálogo deles é uma prova incontestável do amor que um sente pelo outro. É um amor, uma solidariedade ímpar que desabrocha nesse meio familiar. E, recentemente, Aparecido, em um vídeo, mostrou também sua filhinha que não mora com ele. É óbvia a conclusão de que ele, diante do filho, exerce dois papéis: o de pai e o de mãe. Por essas razões, Aparecido Bebedouro não é um pai, mas um paizão em dobro. Se todas as crianças deste Brasil gigante tivessem um pai com os dotes do Aparecido, não teríamos tantos problemas envolvendo esses seres maravilhosos.
                           Veja como a vida é infestada também por situações amargas. O Aparecido Bebedouro, que é um paizão, nunca teve um pai. É óbvio que não estou tratando de biologia. Ele nunca teve um pai presente, a quem pudesse recorrer nos momentos de aflição. E pior: até hoje ele não conhece seu pai em razão de sua mãe não revelar o nome. Daí a insatisfação do Aparecido perante sua mãe. Que ironia! Um paizão que não teve um pai!
                             Aparecido, meu amigo, receba desde já meus sinceros agradecimentos por você espalhar, via “You Tube”, o amor paternal puro e cristalino que encanta a qualquer um.


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

VINÍCIUS E RALPH: NASCEMOS ATEUS!

                           


                             Ontem, quinta-feira, dia 10, resolvi assistir ao vídeo “Nascemos ateus. É bom argumento?” do Vinícius César e também ao vídeo “A questão do argumento ateísta” do Ralph Gomes, ambos ateus. Os dois concordam num ponto: de fato, nascemos ateus. Porém, divergem num ponto: o da utilidade. Vinícius César diz que esse argumento, isto é, o de que nascemos ateus, não quer dizer nada, é chover no molhado. Não tem utilidade alguma. Já o Ralph diz que esse argumento ateísta é válido e racional. Com o devido respeito que alimento pelo caro Vinícius César, hei de concordar com o Ralph.
                            Antes de entrar propriamente no assunto, quero deixar claro que me senti compelido a assistir aos vídeos dos dois em razão do assunto. Há 4 anos, eu já havia feito um vídeo com o mesmo tema, mostrando que naturalmente nascemos ateus. Daí, portanto, minha curiosidade para ver a posição do Vinícius e do Ralph.
                             Já que concordo com o Ralph, atenho-me somente ao vídeo do meu caro Vinícius para mostrar seu equívoco no tocante às comparações infelizes com o intuito de anular a força do argumento. Veja, pois, a manifestação do Vinícius:
                              Pois bem! Como você acabou de ver, o Vinícius César diz que a afirmação “nascemos ateus” é verdadeira, mas não quer dizer muita coisa porque nós nascemos sem andar, sem falar, sem poder ir ao banheiro para dar uma cagada, para comer dependemos de nossa mãe, então quer dizer que nascemos incapacitados. Daí não haver utilidade alguma no argumento de que “nascemos ateus”.
                               Vinícius, nascemos naturalmente nus, ateus, sem andar, sem falar, sem poder ir ao banheiro para dar uma cagada, sem capacidade para pegar alimentos etc. Sim, você tem razão! Todavia, seu equívoco se resume nas infelizes comparações trazidas aqui. Peguemos, por exemplo, uma criança com 5 anos de idade. Essa criança, Vinícius, com apenas 5 anos de idade, já anda muito bem, fala a língua que lhe foi imposta, vai ao banheiro sozinha para dar uma cagada, veste a roupa que também lhe foi imposta pelos pais e tem também capacidade para pegar alimentos, levando-os à boca. Todavia, essa criança que já sabe andar, falar e pegar alimentos, não tem religião alguma, nem deuses. Essa criança, por exemplo, só mencionará o nome de uma divindade ou de uma religião qualquer se tiver ouvido de seus pais, do contrário, religiões, deuses, vampiros, lobisomem, bicho-papão etc. estarão ausentes de seu cérebro. Ausência de deuses no cérebro, ateísmo! A palavra “ateu” é composta por elementos da língua grega, um prefixo “A” que significa ausência, carência ou negação e o radical “theós” que quer dizer deus. Ateísmo, pois, quer dizer ausência, carência ou negação de deuses. Uma criança de 5 anos de idade não tem ainda a capacidade racional de negar deuses, mas eles estão ausentes de seu cérebro. Ateísmo também, pois. É fácil ver, amigo Vinícius César, que uma criança com 5 anos de idade, sem ajuda de um adulto, consegue andar sozinha, pegar os alimentos com a própria mão, correr, peidar, cagar, mas não conseguirá crer em deus algum, em religião alguma. Para crer em algum deus ou em alguma religião, urge a necessidade de alguém lhe transmitir esses elementos. Isso prova, caro Vinícius, que andar, cagar, correr, peidar e pegar alimentos são atividades naturais de um ser humano, sem imposição de quem quer que seja. Mesmo que não haja participação alguma de alguém, a criança fará essas coisas porque é natural que as faça. Já crer em deuses, numa religião qualquer, não é algo natural, mas convencional. Se os pais dessa criança ficarem em silêncio no tocante a quaisquer deuses ou a quaisquer religiões, essa criança não terá deus algum, religião alguma porque não são coisas naturais, como andar, cagar, correr, peidar e pegar alimentos. Religiões, deuses e vestuários não são coisas naturais, mas convencionais. São impostas às crianças pela sociedade em que ela vive. Criança não escolhe roupas, religiões e deuses. Roupas, religiões, línguas e deuses serão aqueles impostos por seus pais. O ato de falar é muito parecido com o de crer em deuses, diferentemente do ato de andar. Como mostrei atrás, um bebê em pouco tempo conseguirá sozinho andar, sem a ajuda de alguém. Já o ato de falar e o de crença em deuses necessita da ajuda de alguém. Se uma criança não ouvir uma língua qualquer, não falará língua alguma até o dia em que morrer. Da mesma forma, se não ouvir o nome de um deus ou de uma religião, não falará acerca de um deus ou de uma religião até sua morte. Por que uma criança nascida no Brasil e que vive aqui fala a língua portuguesa? Ora, ela fala a língua portuguesa porque desde o berço ouviu de seus pais a língua portuguesa. Já uma criança nascida nos EUA, falará a língua inglesa porque é essa a língua que ela ouve e que lhe foi imposta por seus pais. Vê-se, pois, que uma determinada língua é imposta às crianças. Ninguém nasce falando. A gente aprende a falar ouvindo. O mesmo fenômeno ocorre com a crença em deuses e em religiões. Ninguém nasce com um deus ou uma religião no cérebro. Deuses e religiões são transmitidos por seus pais a uma criança. Assim como a fala, se ninguém mencionar deus algum ou religião alguma, a criança chegará à velhice sem crença em deus algum, em religião alguma. É simples assim. Veja, por exemplo, uma criança nascida no Brasil, um país em sua totalidade cristão. A probabilidade de essa criança se tornar um adulto cristão é enorme, e falará sobre Jesus, Bíblia etc. porque foi isso que ela ouviu de seus pais e vizinhos. Já uma criança nascida no Iraque, numa família sunita ou xiita, não falará sobre cristianismo, mas acerca de islamismo, profeta Maomé, Corão etc. porque foi isso que seus pais e vizinhos colocaram em sua cabeça. Como se vê, a crença em deuses e em religiões não nasce com o ser humano, mas lhe é imposta pela sociedade de que faz parte.
                       Portanto, o argumento de que “nascemos ateus” é muito importante para mostrar que naturalmente em nosso cérebro não temos religiões e deuses. Ou seja, não é natural a crença em deuses. Se o fosse, uma criança com 5 anos de idade, sem interferência alguma de seus pais, involuntariamente, desenvolveria a crença numa determinada divindade, como o faz ao andar, correr, peidar, cagar e pegar alimentos com a própria mão. A história da humanidade nos mostra que para desenvolver a língua foram necessários milhares de anos, e assim também para o homem inventar a roda, a escrita, os deuses e as religiões. Portanto, quando nascemos, deuses e religiões não habitam nosso cérebro.
                        E, para terminar, caro Vinícius, seu exemplo com animais irracionais foi mais infeliz ainda. Para você, os animais irracionais também podem ser classificados de ateus, razão por que o argumento de que nascemos ateus não tem importância alguma. Ora, é própria do animais irracionais a incapacidade de crer em deuses, lobisomem, saci-pererê, boitatá, mula sem cabeça, duendes, bicho-papão etc. Já no homem é própria a capacidade de crer em deuses, lobisomem, saci-pererê, boitatá, mula sem cabeça, de falar, de escrever. Daí a impropriedade de fazer essa comparação. 

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

VINÍCIUS CÉSAR: AGNÓSTICO E ATEU

                  

                    Meus sinceros parabéns por mais um belo e explicativo vídeo. Sobre ele, teço algumas considerações: 


                   ONU E VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS 



                   A mim pouco importa se é verdade, ou não, que a ONU soltou uma resolução no sentido de que pais que levam filhos a igrejas estariam violando direitos humanos. Caso seja verdade, não terá consequência alguma. Será mais uma reprovação inócua. Porém, deixo aqui meu ponto de vista. É totalmente prejudicial às crianças sua condução impositiva a qualquer igreja por seus pais. E explico: nas igrejas cristãs católicas (com menos intensidade) e nas evangélicas (com mais intensidade), líderes religiosos mencionam o nome do "diabo". Pastores evangélicos, principalmente, brigam até com o "diabo" nos púlpitos. Imagine uma criança com apenas 5 anos de idade vendo esse espetáculo terrível. Essa criança, coitada, terá, no mínimo, problemas para dormir. E a literatura da psicologia está recheada desses problemas. Portanto, sou totalmente contra pais levarem crianças a igrejas, não por causa da doutrina em si, mas devido aos espetáculos assombrosos para um cérebro tão infantil ainda. 

              O RAPAZ QUE CRITICOU VOCÊ E PRETENDE DEIXAR SEU CANAL 


               Você, Vinícius, diz em seu vídeo que um rapaz não gostou de um vídeo seu em que você afirma que a ONU condenou a condução de crianças a igrejas por parte de seus pais. E esse rapaz, que adorava seus vídeos, apenas por causa do vídeo em tela, abandonará seu canal. Veja, caro Vinícius, como o homem ainda precisa evoluir, e muito. Ora, bastou um vídeo seu em contrariedade com o ponto de vista de uma pessoa para que ela se desligasse. Esse comportamento é extremamente irracional, ilógico. É marca determinante de que esse cérebro humano ainda precisa evoluir. Eu não ajo assim, Vinícius. Se alguém, em minha página, discorda de uma afirmação minha, jamais isso me trará aborrecimento. Jamais deixarei de me comunicar com esse alguém. Em minha página, se você observar com atenção, verá que eu mantenho todos os comentários, por mais bobos que sejam, por mais ofensivos que possam parecer. E faço isso porque defendo com unhas e dentes a liberdade de expressão. Comecei a assistir a seus vídeos que são de excelente qualidade. Se eu discordar de você em algum ponto, manifestar-me-ei com muito prazer e alegria. E a recíproca é verdadeira.


                O SEU AGNOSTICISMO E O SEU ATEÍSMO 


              Você, Vinícius, diz em seu vídeo que é, concomitantemente, agnóstico e ateu. Certa vez, em um comentário enviado a uma pessoa, afirmei que fulano de tal era, ao mesmo tempo, agnóstico e ateu. A pessoa que leu meu comentário disse que era impossível alguém ser ateu e agnóstico ao mesmo tempo. Diante dessa ignorância, expliquei, fornecendo exemplos. E hoje vejo mais um exemplo claro e cristalino. Você, Vinícius, é agnóstico em relação à existência de uma força sobrenatural qualquer, e ateu em relação às divindades da religiões (Javé, Brahma, Zeus etc.). Já eu sou totalmente ateu. Apenas não concordo com você quanto ao seu agnosticismo em relação a uma provável força sobrenatural inteligente. Com todo o respeito que tenho por você, sinto-me no direito de pensar diferente, e expor esse pensamento. Não existe força sobrenatural alguma inteligente ou burra por trás de tudo. Não há no Universo entidade sobrenatural alguma inteligente, forte e poderosa que faz tudo certinho. E que gosta de brincar de esconde-esconde com os terráqueos. Nada no Universo, nada, conspira a favor da existência de entidades sobrenaturais. Ao contrário. Basta olharmos para o Universo para afastarmos qualquer entidade sobrenatural, e, principalmente, inteligente. Nós, os humanos, é que criamos essas divindades. E, ao criá-las, transmitimos a elas nossas características. Por isso mesmo, as divindades são diferentes, adaptando-se aos costumes do povo criador. Quem alega que pode existir probabilidade da existência de uma força sobrenatural que se esconde dos humanos, simplesmente faz uma alegação infantil, ingênua. Infantil e ingênua porque não amparada em prova alguma, em evidência alguma, em vestígio algum. Diante da pergunta direcionada a uma pessoa qualquer "por que você afirma que pode ser que exista uma entidade sobrenatural no Universo, ou seja, o que o leva a pensar assim?" Essa pessoa, obviamente, não saberá dizer o porquê. É o resultado de que sua afirmação não é sólida, não estará amparada em nada. Além do mais, essa referência a "uma" força sobrenatural já é contaminada pela cultura monoteísta. Por que "uma" força sobrenatural, e não duas, três, vinte, cinco milhões de forças sobrenaturais? Quem vive, pois, numa cultura monoteísta, haverá de dizer "uma". Já quem vive numa cultura politeísta, dirá "duas", "vinte" ou "milhares" de forças sobrenaturais. Vê-se, pois, que tudo isso é fruto da imaginação humana. Já no tocante aos deuses das religiões, a ignorância é mais assustadora ainda. E a Bíblia é a maior prova dessa verdade. Refiro-me à Bíblia porque é, de longe, o mais famoso livro religioso do mundo ocidental. Pois bem! Por que o deus Javé era um deus tribal, intolerante, ciumento, violento, adorador de sacrifícios envolvendo seres humanos e animais irracionais? Porque o deus Javé adorava o cheiro de gordura queimada, pouco importando quanto à sua taxa de colesterol? A resposta é simples, caro Vinícius, e está na cultura do povo hebreu que o criou. Esse povo era tribal, intolerante, ciumento, violento e adorador de sacrifícios. Ao criar seu deus, é óbvio que transportou para ele essas características. Portanto, é o homem que cria deuses conforme sua cultura. Os elementos culturais presentes nos deuses criados são uma prova de que eles são criados pelo homem.