Muito obrigado pelos elogios endereçados a mim. Sou-lhe sincero: devolvo
esses elogios a você porque seus vídeos são maravilhosos. Do início ao fim,
você foi taxativo: ateísmo é verdade absoluta, incontestável. Eis a pura
verdade, caro Ralph.
A
história da civilização, desde o berço, nos mostra de forma clara e cristalina
que o homem criou deuses à sua maneira apoiando-se em vários fatores: falta de
conhecimento sobre os fenômenos naturais, medo diante desses fenômenos, desejo
de ser eterno, consciência de sua fragilidade etc. Quando uma pessoa, pois, diz
que acredita num deus qualquer, ela está delirando. Freud, como ninguém,
explicou isso muito bem. Por que está delirando? Porque essa afirmação não está
apoiada em prova alguma, em evidência alguma, em vestígio algum. É apenas uma
manifestação de crença, descabida e irracional. E tanto é verdade que o homem
criou deuses diferentes à sua maneira, à sua imagem. Os deuses são diferentes
porque as sociedades que os criam são diferentes. Por exemplo, os deuses
criados pelo povo egípcio adoravam somente o povo egípcio e possuíam caracteres
egípcios. E da mesma forma os deuses gregos, maias, incas, indígenas, hebreus,
hindus etc. São deuses diferentes porque criados em culturas diferentes. Num
certo momento do vídeo, você diz que não existem argumentos religiosos. ISSO É
UMA VERDADE INCONTESTÁVEL! Um pessoa que crê em deuses está em delírio, está
mais perdida que cego em tiroteio. Ela não tem argumento algum. Se tentar
argumentar, mostrará sua ingenuidade, sua fragilidade, sua ineficácia. Basta
que você leia qualquer livro religioso, principalmente livros evangélicos. Esses
livros causam riso porque são propagadores de ilusão, por isso mesmo não têm
pé, nem cabeça. E, no Brasil, para a gente ter certeza dessa verdade, basta
pegar a Bíblia. Eis um exemplo de que o homem cria deuses conforme sua cultura.
Os cristãos, no mundo da lua, acreditam no deus hebreu que lhes foi imposto
pela nossa cultura. O deus hebreu não caiu do céu, trazido por anjinhos. Ele
chegou ao Brasil em abril de 1500.E trazido obviamente por homens. Esse deus
veio em uma das caravelas lideradas por Pedro Álvares Cabral. Isso é fato, isso
é história, isso é verdade absoluta. E como o deus hebreu foi um ser criado por
um povo muito antigo, ciumento, violento, intolerante, adorador de sacrifícios,
guerreiro etc., recebeu então os caracteres desse povo. A Bíblia é, sem dúvida
alguma, o melhor livro de ateísmo do mundo ocidental. Ela mostra claramente e
de forma incontestável um deus ciumento, violento, intolerante, adorador de
sacrifícios, guerreiro etc. Os cristãos fanáticos, fundamentalistas, não veem
essa verdade bíblica porque estão cegos pela crença religiosa. Freud também já
explicava esse fenômeno. Ele afirmou com propriedade que a crença religiosa conduz
o homem a um estado equiparável ao de amência, demência, pois. Em razão disso,
os cristãos não percebem que seu deus é tão atrasado quanto o povo hebreu que o
criou. Por exemplo, os cristãos dizem que o deus hebreu sacrificou seu filho
(Jesus) por amor à humanidade. Que loucura! Sacrificar animais irracionais e
seres humanos era uma atividade bárbara do homem antigo que foi transmitida aos
deuses criados. E, além da barbaridade da prática dos sacrifícios, havia também
uma péssima noção de justiça. Naquela época de profundo atraso, o homem, em sua
ignorância, matava animais irracionais e seres humanos, entendendo que os
deuses iriam ficar felizes com essas ofertas, deixando de punir seu povo. E aí
escolhiam um bode expiatório, ou seja, um animal ou um ser humano inocente para
ser sacrificado em prol do povo pecador. Uma injustiça, pois, uma péssima visão
de justiça que não existe hoje em lugares civilizados. No Brasil, por exemplo,
se alguém comete um crime, somente esse alguém será responsabilizado por esse
crime. Não adianta matar seu vizinho para que o verdadeiro criminoso seja
perdoado. Essa loucura é coisa do mundo antigo, é coisa do mundo da Bíblia que
os cristãos, cegos pela fé, não veem.
Deuses,
portanto, são uma criação do homem, assim como: lobisomem, saci-pererê,
boitatá, bicho-papão, mula sem cabeça, duendes etc. É o homem que cria esses
seres, que são imaginários, que não afetam a vida das pessoas, que não
aparecem, que não dialogam etc.
Um abraço,
caro RALPH!